No curso de Historia aprendemos a analisar imagens como orienta o Curso da Unimes:
A questão do documento - Ao analisarmos um documento iconográfico,
um vestígio da cultura material pré-histórico, ou mesmo uma peça do
cotidiano é importante a variante de enfoque, de vários ângulos, sob vários
olhares para melhor interpretar o passado e sua polifonia.
Une étude globale impliquant toute recherche scientifique visant à trouver de méthode fiable pour en savoir les histoires du passé et toujours avec un point de vue de théologique. (par historien Valdemir Mota de Menezes)
domingo, 19 de dezembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
GILBERTO FREYRE E A NOVA HISTÓRIA
Gilberto Freyre e a nova história
PETER BURKE
(Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 9(2): 1-12, outubro de 1997)
RESUMO
Febvre e Gilberte Freyre possuem similaridades em suas Obras em parte porque admiriavam os mesmos autores, como Michelet. A Nouvelle Histoire e a a Civillisation Matérriele escrita na França tem paralelo com o que Gilberto Freure escreveu na década de 30. Na Nova história buscou-se temas inéditos para pesquisa a história como fez Ariès na História da Infância e Vovelle na História da Morte. Freyre também se ateve aos detalhes historiográficos como certa vez disse:
"Há casas cujas fachadas indicam todo um gênero de vida nos seus mais íntimos pormenores. Todo um tipo de civilização. O ‘bungalow’ americano é assim" (Freyre, 1979, p. 315).
Este estudo das mentalidades que caracteriza os trabalhos dos franceses, de certa forma já podia ser visualizada nas obras de Freyre que interpretava uma cultura pelas construções que um determinado grupo erguia. Outra semelhança de Freyre com Braudel foi que este último fez um estudo sobre a história social das cadeiras e mesas e o Freyre sobre as redes e cadeiras de balanço, porque por estas mobílias podia-se interpretar a vida das pessoas naquelas habitações. Ariès realizou seu objetivo de relatar a Historia da Infância, Freyre também tentou foca estudos nesta área como confessou no seu Diário.
"O que eu desejaria era escrever uma história como suponho ninguém ter escrito com relação a país algum: a história do menino brasileiro - da sua vida, dos seus brinquedos, dos seus vícios -, desde os tempos coloniais até hoje"
Muitos dos historiadores dos que viriam a ser a ser da Escola de Annales se encontraram com Freyre em São Paulo e manifestavam interesses comuns na busca de novos caminhos para a historiografia. Febvre chegou mesmo a prefaciar o Livro CASA GRANDE, de Gilberto Freyre, na tradução francesa.
Harry Elmer Barnes, Charles Beard e James H. Robinson, historiadores do movimento NEW HISTORY, nos Estados Unidos com a qual Gilberto Freyre teve contato , todos estes nomes tinham relação com a nova historiografia que mantinha uma interdisciplina com outras matérias. Essas semelhanças de pensamento permite-nos dizer que entre Nova Yorque e Paris, se passava por Recife.
PETER BURKE
(Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 9(2): 1-12, outubro de 1997)
RESUMO
Febvre e Gilberte Freyre possuem similaridades em suas Obras em parte porque admiriavam os mesmos autores, como Michelet. A Nouvelle Histoire e a a Civillisation Matérriele escrita na França tem paralelo com o que Gilberto Freure escreveu na década de 30. Na Nova história buscou-se temas inéditos para pesquisa a história como fez Ariès na História da Infância e Vovelle na História da Morte. Freyre também se ateve aos detalhes historiográficos como certa vez disse:
"Há casas cujas fachadas indicam todo um gênero de vida nos seus mais íntimos pormenores. Todo um tipo de civilização. O ‘bungalow’ americano é assim" (Freyre, 1979, p. 315).
Este estudo das mentalidades que caracteriza os trabalhos dos franceses, de certa forma já podia ser visualizada nas obras de Freyre que interpretava uma cultura pelas construções que um determinado grupo erguia. Outra semelhança de Freyre com Braudel foi que este último fez um estudo sobre a história social das cadeiras e mesas e o Freyre sobre as redes e cadeiras de balanço, porque por estas mobílias podia-se interpretar a vida das pessoas naquelas habitações. Ariès realizou seu objetivo de relatar a Historia da Infância, Freyre também tentou foca estudos nesta área como confessou no seu Diário.
"O que eu desejaria era escrever uma história como suponho ninguém ter escrito com relação a país algum: a história do menino brasileiro - da sua vida, dos seus brinquedos, dos seus vícios -, desde os tempos coloniais até hoje"
Muitos dos historiadores dos que viriam a ser a ser da Escola de Annales se encontraram com Freyre em São Paulo e manifestavam interesses comuns na busca de novos caminhos para a historiografia. Febvre chegou mesmo a prefaciar o Livro CASA GRANDE, de Gilberto Freyre, na tradução francesa.
Harry Elmer Barnes, Charles Beard e James H. Robinson, historiadores do movimento NEW HISTORY, nos Estados Unidos com a qual Gilberto Freyre teve contato , todos estes nomes tinham relação com a nova historiografia que mantinha uma interdisciplina com outras matérias. Essas semelhanças de pensamento permite-nos dizer que entre Nova Yorque e Paris, se passava por Recife.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM DE LEO HUBERMAN
MEU COMENTÁRIO: Este livro é mais um lixo produzido pela esquerda. esta "raça" de gente é maldita, preguigosa, rebelde e bandidos. Preguiçoso porque não gostam de trabalhar e sim de discutir o sentido do trabalho. Bandidos, porque após delirarem sobre teorias sobre o trabalho, chegam a conclusão que o melhor é roubar as terras dos outros, se apropriar os imóveis dos outros e que tudos seja de todos, porque, eles se apossam dos bens alheios.
Como sempre digo, o mal da esquerda é que não sabem pegar em ferramentas, eles pegam enxadas e foices e ergem para cima e querem atacar os semelhantes, pois o símbolo deste movimentos satanistas como o MST, PT, Partido Comunista, URSS são trabalhadores com ferramentas agrícolas erguida para o alto. Alguém tem que ensina-los que não é assim que se utiliza ferramentas...
Estes dias conheci osenhor Everaldo, de Rondônia. Ele foi um retirante da cidade de Frei Paulo/SE, foi tentar a vida em Rondônia e com pocuo dinheiro e muita CORAGEM PARA TRABALHAR, construindo sua vida, conseguindo após décadas de trabalho, ser proprietário de várias fazendas, com milhares de cabeça de gado, inclusive exportando carne para ae Europa. O mundo capitalista, é isso, quem gosta de trabalhar, com criatividade pode melhorar e muito sua condição de vida.
Para Karl Marx, Leo Huberman e todos da esquerda dou-lhe uma mensagem de paz:VAI TRABALHAR VAGABUNDO!!!
RESUMO DA OBRA: HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM, DE LEO HUBERMAN
O autor apresenta o desenvolvimento do capitalismo, revelando as mudança na sociedade a partir das mudanças econômicas. No decorrer das páginas se vêm como se mantem a relação dos detentores do capital e a classe trabalhadora que vende a sua força de trabalho. A origem do dinheiro é apontada provinda dos tempos da escravidão e das relações metrópole-colônia. No século XVI a Holanda desponta no cenário mundial como uma potencia capitalista, e o homem do campo, antes, dono da sua própria terra se vê agora obrigado a trabalhar nas indústrias como assalariados.
A configuração econômica muda e os banqueiros e fabricantes passam a ser figuras de destaque na nova sociedade que desponta. A revolução industrial, especialmente com o advento da máquina a vapor, as novas tecnologias na agricultura e na medicina, faz explodir o crescimento demográfico e este por sua vez faz o consumo aumenta e a demanda do produto industrializado também aumenta, tudo ligado em uma engrenagem social. Mas para as mercadorias chegarem aos consumidores, se fez necessário implementar os meios de transportes para que a riqueza pudesse circular rapidamente e chegasse no consumidor final.
A relação homem e máquina entra em crise, pois em vez de melhor a vida dos homens, a grande massa piora suas condições de vida se tornando escravo do trabalho. A classe assalariada entra em conflito com os empregadores, políticos e juizes que não dão razão a causa operária. Os sindicatos surgem como representantes dos operários e uma mudança no sistema do poder pelo voto é apontado como uma alternativa para que os anseios dos pobres fossem alcançados. Assim, a classe dominante passa a reprimir os sindicatos. A teoria das Leis naturais de Adam Smith no que tange a economia são analisadas pelo autor que a contesta, pois o serve para proteger os exploradores e não os explorados.
Os pensamentos do economista David Ricardo e a Lei do Trigo, entre outras teorias capitalistas são analisadas e mostram como os dos poderosos se manterem no poder e no controle da economia. Finalmente o autor passa a desenvolver as idéias marxistas, apontando os males que o capitalismo reserva para a classe operária, alistando todas as desvantagens para os explorados, convocando-os para uma revolução comunista. O Livro termina com uma teoria sobre o valor da utilidade dos bens e riquezas produzidas.
Bibiliografia
HUBERMAN, Leo, HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM, ano 1986, editora LTC , 313 páginas
Como sempre digo, o mal da esquerda é que não sabem pegar em ferramentas, eles pegam enxadas e foices e ergem para cima e querem atacar os semelhantes, pois o símbolo deste movimentos satanistas como o MST, PT, Partido Comunista, URSS são trabalhadores com ferramentas agrícolas erguida para o alto. Alguém tem que ensina-los que não é assim que se utiliza ferramentas...
Estes dias conheci osenhor Everaldo, de Rondônia. Ele foi um retirante da cidade de Frei Paulo/SE, foi tentar a vida em Rondônia e com pocuo dinheiro e muita CORAGEM PARA TRABALHAR, construindo sua vida, conseguindo após décadas de trabalho, ser proprietário de várias fazendas, com milhares de cabeça de gado, inclusive exportando carne para ae Europa. O mundo capitalista, é isso, quem gosta de trabalhar, com criatividade pode melhorar e muito sua condição de vida.
Para Karl Marx, Leo Huberman e todos da esquerda dou-lhe uma mensagem de paz:VAI TRABALHAR VAGABUNDO!!!
RESUMO DA OBRA: HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM, DE LEO HUBERMAN
O autor apresenta o desenvolvimento do capitalismo, revelando as mudança na sociedade a partir das mudanças econômicas. No decorrer das páginas se vêm como se mantem a relação dos detentores do capital e a classe trabalhadora que vende a sua força de trabalho. A origem do dinheiro é apontada provinda dos tempos da escravidão e das relações metrópole-colônia. No século XVI a Holanda desponta no cenário mundial como uma potencia capitalista, e o homem do campo, antes, dono da sua própria terra se vê agora obrigado a trabalhar nas indústrias como assalariados.
A configuração econômica muda e os banqueiros e fabricantes passam a ser figuras de destaque na nova sociedade que desponta. A revolução industrial, especialmente com o advento da máquina a vapor, as novas tecnologias na agricultura e na medicina, faz explodir o crescimento demográfico e este por sua vez faz o consumo aumenta e a demanda do produto industrializado também aumenta, tudo ligado em uma engrenagem social. Mas para as mercadorias chegarem aos consumidores, se fez necessário implementar os meios de transportes para que a riqueza pudesse circular rapidamente e chegasse no consumidor final.
A relação homem e máquina entra em crise, pois em vez de melhor a vida dos homens, a grande massa piora suas condições de vida se tornando escravo do trabalho. A classe assalariada entra em conflito com os empregadores, políticos e juizes que não dão razão a causa operária. Os sindicatos surgem como representantes dos operários e uma mudança no sistema do poder pelo voto é apontado como uma alternativa para que os anseios dos pobres fossem alcançados. Assim, a classe dominante passa a reprimir os sindicatos. A teoria das Leis naturais de Adam Smith no que tange a economia são analisadas pelo autor que a contesta, pois o serve para proteger os exploradores e não os explorados.
Os pensamentos do economista David Ricardo e a Lei do Trigo, entre outras teorias capitalistas são analisadas e mostram como os dos poderosos se manterem no poder e no controle da economia. Finalmente o autor passa a desenvolver as idéias marxistas, apontando os males que o capitalismo reserva para a classe operária, alistando todas as desvantagens para os explorados, convocando-os para uma revolução comunista. O Livro termina com uma teoria sobre o valor da utilidade dos bens e riquezas produzidas.
Bibiliografia
HUBERMAN, Leo, HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM, ano 1986, editora LTC , 313 páginas
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O ABSOLUTISMO
Este filósofo (Nicolau Maquiavel) é considerado o pai do ABSOLUTISMO, leia um pequeno trecho do livro O PRÍNCIPE:
DE QUE MODO SE DEVAM GOVERNAR AS CIDADES
OU PRINCIPADOS QUE, ANTES DE SEREM OCUPADOS,
VIVIAM COM AS SUAS PRÓPRIAS LEIS
(QUOMODO ADMINISTRANDAE SUNT CIVITATES
VEL PRINCIPATUS, QUI ANTEQUAM OCCUPARENTUR,
SUIS LEGIBUS VIVEBANT)
Quando aqueles Estados que se conquistam, como
foi dito, estão habituados a viver com suas próprias
leis e em liberdade, existem três modos de conserválos:
o primeiro, arruiná-los; o outro, ir habitá-los pessoalmente;
o terceiro, deixá-los viver com suas leis,
arrecadando um tributo e criando em seu interior um
governo de poucos, que se conservam amigos, porque,
sendo esse governo criado por aquele príncipe,
sabe que não pode permanecer sem sua amizade e
seu poder, e há que fazer tudo por conservá-los. Querendo
preservar uma cidade habituada a viver livre,
mais facilmente que por qualquer outro modo se a
conserva por intermédio de seus cidadãos.
Como exemplos, existem os espartanos e os romanos.
Os espartanos conservaram Atenas e Tebas,
nelas criando um governo de poucos; todavia, perderam-
nas. Os romanos, para manterem Cápua, Cartago
e Numância, destruíram-nas e não as perderam;
quiseram conservar a Grécia quase como o fizeram
os espartanos, tornando-a livre e deixando-lhe suas
próprias leis e não o conseguiram: em razão disso,
para conservá-la, foram obrigados a destruir muitas
cidades daquela província.
É que, em verdade, não existe modo seguro para conservar
tais conquistas, senão a destruição. E quem se
torne senhor de uma cidade acostumada a viver livre
e não a destrua, espere ser destruído por ela, porque
a mesma sempre encontra, para apoio de sua rebelião,
o nome da liberdade e o de suas antigas instituições,
jamais esquecidas seja pelo decurso do tempo,
seja por benefícios recebidos. Por quanto se faça e se
proveja, se não se dissolvem ou desagregam os habitantes,
eles não esquecem aquele nome nem aquelas
instituições, e logo, a cada incidente, a eles recorrem
como fez Pisa.
DE QUE MODO SE DEVAM GOVERNAR AS CIDADES
OU PRINCIPADOS QUE, ANTES DE SEREM OCUPADOS,
VIVIAM COM AS SUAS PRÓPRIAS LEIS
(QUOMODO ADMINISTRANDAE SUNT CIVITATES
VEL PRINCIPATUS, QUI ANTEQUAM OCCUPARENTUR,
SUIS LEGIBUS VIVEBANT)
Quando aqueles Estados que se conquistam, como
foi dito, estão habituados a viver com suas próprias
leis e em liberdade, existem três modos de conserválos:
o primeiro, arruiná-los; o outro, ir habitá-los pessoalmente;
o terceiro, deixá-los viver com suas leis,
arrecadando um tributo e criando em seu interior um
governo de poucos, que se conservam amigos, porque,
sendo esse governo criado por aquele príncipe,
sabe que não pode permanecer sem sua amizade e
seu poder, e há que fazer tudo por conservá-los. Querendo
preservar uma cidade habituada a viver livre,
mais facilmente que por qualquer outro modo se a
conserva por intermédio de seus cidadãos.
Como exemplos, existem os espartanos e os romanos.
Os espartanos conservaram Atenas e Tebas,
nelas criando um governo de poucos; todavia, perderam-
nas. Os romanos, para manterem Cápua, Cartago
e Numância, destruíram-nas e não as perderam;
quiseram conservar a Grécia quase como o fizeram
os espartanos, tornando-a livre e deixando-lhe suas
próprias leis e não o conseguiram: em razão disso,
para conservá-la, foram obrigados a destruir muitas
cidades daquela província.
É que, em verdade, não existe modo seguro para conservar
tais conquistas, senão a destruição. E quem se
torne senhor de uma cidade acostumada a viver livre
e não a destrua, espere ser destruído por ela, porque
a mesma sempre encontra, para apoio de sua rebelião,
o nome da liberdade e o de suas antigas instituições,
jamais esquecidas seja pelo decurso do tempo,
seja por benefícios recebidos. Por quanto se faça e se
proveja, se não se dissolvem ou desagregam os habitantes,
eles não esquecem aquele nome nem aquelas
instituições, e logo, a cada incidente, a eles recorrem
como fez Pisa.
HISTÓRIA DAS IDÉIAS
No Curso de História da Universidade Metropolitana de Santos há a seguinte definioção de HISTÓRIA DAS IDÉIAS:
A História das Idéias Políticas empenha-se em sistematizar de modo claro
as principais doutrinas que marcaram o desenvolvimento do pensamento
político, agrupadas em capítulos cujos títulos são significativos das emergências
conceituais que desempenharam papel decisivo no dever político
das sociedades. Uma das grandes interrogações que os homens se interpelam
é acerca da organização da sociedade e da natureza do poder
político. Temos de nos ater ao fato de que as teorias ou doutrinas políticas
do passado sempre deixam marcas perenes na história das idéias.
A História das Idéias Políticas empenha-se em sistematizar de modo claro
as principais doutrinas que marcaram o desenvolvimento do pensamento
político, agrupadas em capítulos cujos títulos são significativos das emergências
conceituais que desempenharam papel decisivo no dever político
das sociedades. Uma das grandes interrogações que os homens se interpelam
é acerca da organização da sociedade e da natureza do poder
político. Temos de nos ater ao fato de que as teorias ou doutrinas políticas
do passado sempre deixam marcas perenes na história das idéias.
HISTÓRIA DAS MENTALIDADES
O curso de Licenciatura em História da Unimes Virtual traz a seguinte definição sobre HISTÓRIA DAS MENTALIDADES:
O estudo de história das mentalidades é um trabalho com elementos inertes,
obscuros, inconscientes de uma determinada visão de mundo. As
sobrevivências, a afetividade, irracionalidade, entre outros, delimitam o
campo específico da história das mentalidades, distinguindo-a com muita
clareza de disciplinas paralelas e hoje consolidadas como são os casos da
história das idéias ou a história da cultura. Podemos entender as mentalidades
como uma história de representações coletivas, representações
mentais ou mesmo ilusões coletivas.
As mentalidades podem ser pesquisadas como se esta fosse um microcosmo
de um estrato social inteiro em um determinado período histórico.
Podemos estudar, por meio das mentalidades, os comportamentos coletivos,
imaginações e gestos a partir de objetos precisos, tais como livros
e instituições de sociabilidade. Toda essa gama variada de possibilidades
reúnem-se no campo da história das mentalidades. Um exemplo que podemos
utilizar é a pesquisa da cultura produzida ou imposta às classes
populares em um dado momento histórico.
O estudo de história das mentalidades é um trabalho com elementos inertes,
obscuros, inconscientes de uma determinada visão de mundo. As
sobrevivências, a afetividade, irracionalidade, entre outros, delimitam o
campo específico da história das mentalidades, distinguindo-a com muita
clareza de disciplinas paralelas e hoje consolidadas como são os casos da
história das idéias ou a história da cultura. Podemos entender as mentalidades
como uma história de representações coletivas, representações
mentais ou mesmo ilusões coletivas.
As mentalidades podem ser pesquisadas como se esta fosse um microcosmo
de um estrato social inteiro em um determinado período histórico.
Podemos estudar, por meio das mentalidades, os comportamentos coletivos,
imaginações e gestos a partir de objetos precisos, tais como livros
e instituições de sociabilidade. Toda essa gama variada de possibilidades
reúnem-se no campo da história das mentalidades. Um exemplo que podemos
utilizar é a pesquisa da cultura produzida ou imposta às classes
populares em um dado momento histórico.
PROGRESSISMO
A imagem ilustrada da humanidade formada de um Homem único, que permanece homem enquanto evolui de geração em geração; ou então a figura da corrida em que o atleta passa a tocha às mãos do companheiro e sucessor, que, por seu turno, fará o mesmo depois de cumprido o seu percurso: eis símbolos recorrentes da crença no progresso contínuo.
É vivo, porém, o sentimento de que o progressismo atravessa hoje uma das suas crises mais traumáticas. (...) Parece-me que ela resulta de frustrações na medida em que o avanço tecnológico, além de ter acarretado prejuízos terríveis à natureza, (...) não curou as feridas de miséria do (...) mundo nem humanizou o convívio entre os povos em pleno fim de milênio. (Bosi in NOVAIS, 1992)
É vivo, porém, o sentimento de que o progressismo atravessa hoje uma das suas crises mais traumáticas. (...) Parece-me que ela resulta de frustrações na medida em que o avanço tecnológico, além de ter acarretado prejuízos terríveis à natureza, (...) não curou as feridas de miséria do (...) mundo nem humanizou o convívio entre os povos em pleno fim de milênio. (Bosi in NOVAIS, 1992)
terça-feira, 7 de setembro de 2010
HISTÓRIA DA CONQUISTA DO PLANETA TERRA
A palavra REVOLUÇÃO significa mudança radical, brusca, rápida, evolução, transformação. Na historiografia este termo é usado com frequencia para citar momentos especiais da história como a REVOLUÇÃO FRANCESA, REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E REVOLUÇÃO RUSSA.
Obviamente que esta palavra não está presa a estes eventos, mas se fez presente em vários momentos da história em que um povo rapidamente mudou seus hábitos. Hoje se fala em REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E REVOLUÇÃO DIGITAL, mas podemos apontar muitos outros exemplos de REVOLUÇÃO, inclusive, a REVOLUÇÃO MARÍTIMA, quando os europeus passaram a dominar as ciências naúticas que possibilitaram a conquista dos mares.
A história da humanidade também pode ser divida em:
1 - A conquista das terras
2 - A conquista dos mares
3 - A conquista do espaço aéreo.
Focando na conquista dos mares, podemos dizer que as invenções dos aparelhos que orientavam a navegação, a cartografia e a própria engenharia naval do final da Idade Média tiveram papel importante para revolucionar as técnicas de navegações e propiciar a humanidade a CONQUISTA DOS MARES.
Obviamente que esta palavra não está presa a estes eventos, mas se fez presente em vários momentos da história em que um povo rapidamente mudou seus hábitos. Hoje se fala em REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E REVOLUÇÃO DIGITAL, mas podemos apontar muitos outros exemplos de REVOLUÇÃO, inclusive, a REVOLUÇÃO MARÍTIMA, quando os europeus passaram a dominar as ciências naúticas que possibilitaram a conquista dos mares.
A história da humanidade também pode ser divida em:
1 - A conquista das terras
2 - A conquista dos mares
3 - A conquista do espaço aéreo.
Focando na conquista dos mares, podemos dizer que as invenções dos aparelhos que orientavam a navegação, a cartografia e a própria engenharia naval do final da Idade Média tiveram papel importante para revolucionar as técnicas de navegações e propiciar a humanidade a CONQUISTA DOS MARES.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
NOVA HISTÓRIA CULTURAL
MEU COMENTÁRIO:
Gostaria de acrescentar que é importante que possamos confrontar as diversas maneiras de se fazer " história". Confesso que acho essencial a versão oficial dos fatos, a posição das autoridades eminentes e os documentos públicos (ou não) com a versão oficial de um fato. Todavia, jamais podemos abrir mão de ouvir o que dizem os demais atores da história como os adversários políticos e os serventuários do poder e os cidadãos. Somente analisando o conjunto é que podemos processar as informações com mais confiabilidade e capacidade de julgar o que de fato ocorreu e quais as motivações que levaram os acontecimentos a se precipitarem para certos rumos.
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O TEXTO ABAIXO FOI RETIRADO DO SITE:
http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=5619
- Nova Hist�ria Cultural e Micro-Hist�ria - uma breve Reflex�o sobre suas Origens -
Mozart Lacerda Filho[1]
N�o � preciso ser um historiador muito atento (ali�s, nem � preciso ser historiador) para observar que a produ��o historiogr�fica produzida no Brasil, principalmente nos �ltimos dez anos, passou por mudan�as mui significativas. O surgimento de revistas especializadas (no m�nimo 3 t�tulos rivalizam-se nas bancas mensalmente), a constante adapta��o de textos de hist�ria para a televis�o, o lan�amento de livros com temas nunca antes imaginados (como � o caso da obra de Jean-Luc Hennig, Breve Hist�ria das N�degas, publicado pela portuguesa Terramar), exemplificam essas mudan�as.
Aqui, neste artigo, discutiremos uma nova forma de se abordar os eventos hist�ricos chamada Nova Hist�ria Cultural. A escolha se justifica, uma vez que, dos novos modelos historiogr�ficos, �, justamente, a Nova Hist�ria Cultural, que mais consegue trazer novos ares ao trabalho do historiador.
Para justificar essa afirma��o, basta observamos o esgotamento das explica��es oferecidas por modelos te�ricos globalizantes, com tend�ncias � totalidade, nos quais o historiador era ref�m da busca da verdade. Essas explica��es globais, por sua incapacidade de interpretar novos agentes hist�ricos, passaram, portanto, a ser questionados. Outro dado que justifica nossa investiga��o, nos � dado por Sandra Jatahy Pesavento (2002, p. 7/8), Segundo ela, a Nova Hist�ria Cultural
corresponde hoje, a cerca de 80% da produ��o historiogr�fica nacional, expressa n�o s� nas publica��es especializadas, sob forma de livros e artigos, como nas apresenta��es de trabalhos, em congressos e simp�sios ou ainda nas disserta��es e teses, defendidas e em andamento, nas universidades brasileiras.
Entremente, n�o ficaremos apenas na Nova Hist�ria Cultural. Abordaremos tamb�m, alguns aspectos da Micro-hist�ria, uma vez que esta � um desdobramento te�rico intimamente ligado ao surgimento da Nova Hist�ria Cultural.
O arcabou�o intelectual que vai dar origem � Nova Hist�ria Cultural est� intimamente ligado ao surgimento, no final da d�cada de 1920, na Fran�a, de uma nova forma de se pensar as quest�es historiogr�ficas, identificada como Hist�ria das Mentalidades.
Essa nova forma de se interpretar os fatos hist�ricos, buscava fugir da hist�ria historicizante: uma hist�ria que se furtava ao di�logo com as demais Ci�ncias Humanas, a antropologia, a psicologia, a ling��stica, a geografia, a economia, e, sobretudo, a sociologia.
No lugar desse tipo de manejo dos fatos hist�ricos, era preciso adotar, segundo Vainfas (2002, p. 17):
uma hist�ria problematizadora do social, preocupada com as massas an�nimas, seus modos de viver, sentir e pensar. Uma hist�ria com estruturas em movimento, com grande �nfase no mundo das condi��es de vida material, embora sem qualquer reconhecimento da determin�ncia do econ�mico na totalidade social, � diferen�a da concep��o marxista da hist�ria. Uma hist�ria n�o preocupada com a apologia de pr�ncipes ou generais em feitos singulares, sen�o com a sociedade global, e com a reconstru��o dos fatos em s�rie pass�veis de compreens�o e explica��o.
Entretanto, muitas cr�ticas v�o se insurgir contra os defensores da Hist�ria das Mentalidades. A mais comum e corrosiva dessas cr�ticas � de que a Hist�ria das Mentalidades torna multi-fragmentado o seu objeto de estudo. Isto �, �a chamada Hist�ria das Mentalidades abriu-se de tal modo a outros saberes e questionamentos que, no limite, p�s em risco a pr�pria legitimidade da disciplina�, conforme assegura Vainfas (Idem, p. 55/56).
Acuada por cr�ticas de diversas formas, a Hist�ria das Mentalidades refugia-se na chamada Nova Hist�ria Cultural. Se utilizamos a express�o Nova Hist�ria Cultural � para separ�-la daquilo que convencionou-se chamar de Velha Hist�ria Cultural. Segundo Pesavento (2004, p. 14/15), na Nova Hist�ria Cultural
Foram deixadas de lado concep��es de vi�s marxista, que entendiam a cultura como integrante da superestrutura, como mero refluxo da infraestrutura, ou mesmo da cultura como manifesta��o superior do esp�rito humano e, portanto, como dom�nio das elites. Tamb�m foram deixadas para tr�s concep��es que opunham a cultura erudita � cultura popular, esta ingenuamente concebida como reduto do aut�ntico. Longe v�o tamb�m as assertivas herdeiras de uma concep��o da belle �poque, que entendia a literatura e, por extens�o, a cultura, como o sorriso da sociedade, como produ��o para o deleite e a pura frui��o do esp�rito.
A Nova Hist�ria Cultural, portanto, est� trazendo uma nova forma da hist�ria tratar a cultura. Ainda segundo Pesavento (Idem, p. 15):
N�o mais como uma mera hist�ria do pensamento, onde estudava-se os grandes nomes de uma dada corrente ou escola. Mas, enxergar a cultura como um conjunto de significados partilhados e constru�dos pelos homens para explicar o mundo.
A Nova Hist�ria Cultural, por tudo que foi acima mencionado, vai fazer ressalvas (sem no entanto neg�-lo) ao conceito de mentalidades por classific�-lo amb�guo e excessivamente vago. No entanto, a Nova Hist�ria Cultural n�o nega a aproxima��o com as outras Ci�ncias Humanas, admite o conceito de longa dura��o e aceita os temas do cotidiano. Conforme assegura Vainfas (2002, p. 56):
Os historiadores da cultura (...), n�o chegam propriamente a negar a relev�ncia dos estudos sobre o mental. N�o recusam, pelo contr�rio, a aproxima��o com a antropologia e demais ci�ncias humanas, admitem a longa dura��o e n�o rejeitam os temas das mentalidades e do cotidiano.
Al�m disso, a Nova Hist�ria Cultural quer tamb�m se aproximar das massas an�nimas. Podemos, portanto, afirmar que a Nova Hist�ria Cultural revela uma especial afei��o pelo informal, por an�lises historiogr�ficas que apresentem caminhos alternativos para a investiga��o hist�rica, indo onde as abordagens tradicionais n�o foram.
E foi neste mar de possibilidades novas que v�rios historiadores passaram a navegar. Um dos mais importantes e que, primeiramente, merece destaque � o italiano Carlo Ginzburg, que em 1976 lan�a uma obra �mpar da Nova Hist�ria Cultural (e por que n�o dizer, da Micro-Hist�ria tamb�m), intitulada �O queijo e os vermes�. Nela, o autor discorre sobre um moleiro condenado como herege pela Inquisi��o Papal no s�culo XVI. Podemos considerar essa obra uma obra-s�ntese, uma vez que foi nela que Ginzburg abandonou o conceito de mentalidades (as raz�es, j� discutimos acima) e adotou o de cultura, definindo-a como �o conjunto de atitudes, cren�as, c�digos de comportamento pr�prios das classes subalternas em um certo per�odo hist�rico� (GINZBURG, 1986, p. 16).
Decorre desta defini��o ser poss�vel, agora, recuperar o conflito de classes em uma dimens�o sociocultural, deixando-se entrever no campo das discuss�es te�ricas aquilo que o historiador italiano chamou de circularidade cultural, conceito que se op�e ao velho paradigma cultura popular X cultura erudita.
Outro pensador da Nova Hist�ria Cultural que nos chama aten��o � Roger Chartier. Este, pertencente a uma gera��o contempor�nea do decl�nio das mentalidades na Fran�a. Chartier concorda com as discuss�es lan�adas por Ginsburg por tamb�m rejeitar a vis�o dicot�mica cultura popular X cultura erudita em favor de uma vis�o, digamos, mais abrangente, que, no limite, valoriza o dimensionamento da cultura em termos de classes sociais. Para tanto, ele prop�e um conceito de cultura como pr�tica, e sugere para seu estudo as categorias de representa��o e apropria��o.
Representa��o analisada como algo que permite ver uma coisa ausente e que, segundo Chartier seria mais abrangente que o conceito de mentalidades, uma vez que o ausente em-si n�o pode mais ser visitado. Segundo Pesavento (2004, p. 40):
Representar �, pois, fundamentalmente, estar no lugar de, � presentifica��o de um ausente; � um apresentar de novo, que d� a ver uma aus�ncia. A id�ia central �, pois, a da substitui��o, que recoloca uma aus�ncia e torna sens�vel uma presen�a.
Se o objetivo central do conceito de representa��o � trazer para o presente o ausente vivido e, dessa forma, poder interpret�-lo, o de apropria��o, segundo Chartier (1990, p. 26), � �construir uma hist�ria social das interpreta��es, remetidas para suas determina��es fundamentais� que s�o o social, o institucional e, sobretudo, o cultural.
Como o objetivo desse artigo n�o �, claro, o de fechar quest�o em torno de nada, gostar�amos de salientar que, tanto na sua vertente italiana quanto na sua vertente francesa, a proposta da Nova Hist�ria Cultural seria o de decodificar a realidade do j� vivido por meio das suas representa��es, desejando chegar �quelas formas pelas quais a humanidade expressou-se a si mesmo e o mundo.
Para o historiador da cultura, isso � muito importante ressaltar, o passado s� chega aos dias atuais por meio das representa��es. Afirmando com Pesavento (2004, p. 42):
�a rigor, o historiador [da cultura] lida com uma temporalidade escoada, com o n�o-visto, o n�o-vivido, que s� se torna poss�vel acessar atrav�s de registros e sinais do passado que chegam at� ele�.
Neste ponto de nossa discuss�o, uma nova possibilidade de investiga��o hist�rica surge como fazendo parte do elenco de mudan�as epistemol�gicas que acompanharam a emerg�ncia da Nova Hist�ria Cultural. Estamos nos referindo ao aparecimento da Micro-Hist�ria. � nela, pois, que muitos historiadores da Nova Hist�ria Cultural, sentiram-se bastante a vontade para realizar suas pesquisas (como � o caso do pr�prio Ginzburg, anteriormente citado).
Vejamos alguns aspectos de seu nascedouro. Segundo Vainfas (2002, p. 68):
o surgimento da Micro-Hist�ria tem a ver com o debate intelectual e historiogr�fico das d�cadas de 1970 e 1980. Tem a ver, tamb�m, com a quest�o da crise do paradigma marxista e de outros modelos de hist�ria totalizante e com a solu��o das mentalidades, que cedo se mostrou inconsistente no plano estritamente te�rico-metodol�gico.
Dessa forma, as finalidades da Micro-Hist�ria movem-se no campo das cr�ticas � hist�ria das mentalidades (vejam a coincid�ncia com a Nova Hist�ria Cultural), n�o deixando-se confundir com elas. Mas a pergunta mais importante que devemos fazer �: onde a Micro-Hist�ria contribui com a Nova Hist�ria Cultural?
Do ponto de vista metodol�gico, a Micro-Hist�ria avan�a nas pesquisas historiogr�ficas por romper com a pr�tica calcada na ret�rica e na est�tica. O trabalho da micro-hist�ria tem se centralizado na busca de uma descri��o mais realista do comportamento humano, empregando um modelo de a��o que possa dar voz a personagens que, de outra maneira, ficariam no esquecimento. Segundo Levi (1992, p. 136), a micro-hist�ria possui, portanto, um papel muito espec�fico dentro da chamada Nova Hist�ria Cultural: �refutar o relativismo, o irracionalismo e a redu��o do trabalho do historiador a uma atividade puramente ret�rica que interprete os textos e n�o os pr�prios acontecimentos.�
Outro historiador que nos alerta para a import�ncia da Micro-Hist�ria � Lu�s Reznick (2002, p. 3), para quem:
O espa�o local, al�ado em categoria central de an�lise, constitui uma nova possibilidade de estudo no quadro das interdepend�ncias entre agentes e fatores determinantes de experi�ncias hist�ricas eleitas pela lupa do historiador. Nessa nova concep��o, cada aparente detalhe, insignificante para um olhar apressado ou na busca exclusiva dos grandes contornos, adquire valor e significado na rede de rela��es plurais de seus m�ltiplos elementos constitutivos.
Dessa forma, o historiador de orienta��o micro-hist�rica, amparado pelos conceitos da Nova Hist�ria Cultural discutidos anteriormente, pode �enxergar� acontecimentos, fatos que a historiografia tradicional n�o �enxerga� e trazer � tona dados que estavam adormecidos. Portanto, sua an�lise � mais criteriosa, justa e democr�tica. Ainda segundo o pensamento de Reznick (2002, p. 3):
Ao eleger o local como circunscri��o de an�lise, como escala pr�pria de observa��o, n�o abandonamos as margens (...), as normas, que, regra geral, ultrapassam o espa�o local ou circunscri��es reduzidas. A escrita da hist�ria local costura ambientes intelectuais, a��es pol�ticas, processos econ�micos que envolvem comunidades regionais, nacionais e globais. Sendo assim, o exerc�cio historiogr�fico incide na descri��o dos mecanismos de apropria��o � adapta��o, resposta e cria��o � �s normas que ultrapassam as comunidades locais.
Dessa forma, � poss�vel afirmar, conforme Levi (1992, p. 139), que �o princ�pio unificador de toda pesquisa micro-hist�rica � a cren�a em que a observa��o microsc�pica revelar� fatores previamente n�o observados�, o que n�o aconteceria numa abordagem tradicional. A descri��o micro-hist�rica serve para registrar uma s�rie de acontecimentos ou fatos significativos que, de outra forma, seriam impercept�veis e que, no entanto, podem ser interpretados por sua inser��o num contexto mais amplo, ou seja, na trama do discurso cultural.
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[1] Psic�logo, Historiador e Especialista em Hist�ria da Filosofia.
Refer�ncias bibliogr�ficas
� CHARTIER, Roger. Introdu��o. In: A hist�ria cultural. Lisboa, Difel, 1990.
� GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. S�o Paulo, SP: Cia. das Letras, 1986.
� LEVI, Giovanni. Sobre a micro-hist�ria. In BURKE, Peter. A escrita da hist�ria. S�o Paulo, SP. Unesp, 1992.
� PESAVENTO, Sandra Jatahy. Hist�ria e hist�ria cultural. Belo Horizonte, MG: Aut�ntica, 2004.
� REZNIK, Lu�s. Qual o lugar da hist�ria local?. Artigo publicado em www.historialocal.com.br, acessado em 25.08.2004.
� VAINFAS, Ronaldo. Os protagonistas an�nimos da hist�ria. S�o Paulo, SP: Campus, 2002.
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Copyright 2005. Revista Museu. Todos os direitos reservados.
Gostaria de acrescentar que é importante que possamos confrontar as diversas maneiras de se fazer " história". Confesso que acho essencial a versão oficial dos fatos, a posição das autoridades eminentes e os documentos públicos (ou não) com a versão oficial de um fato. Todavia, jamais podemos abrir mão de ouvir o que dizem os demais atores da história como os adversários políticos e os serventuários do poder e os cidadãos. Somente analisando o conjunto é que podemos processar as informações com mais confiabilidade e capacidade de julgar o que de fato ocorreu e quais as motivações que levaram os acontecimentos a se precipitarem para certos rumos.
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O TEXTO ABAIXO FOI RETIRADO DO SITE:
http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=5619
- Nova Hist�ria Cultural e Micro-Hist�ria - uma breve Reflex�o sobre suas Origens -
Mozart Lacerda Filho[1]
N�o � preciso ser um historiador muito atento (ali�s, nem � preciso ser historiador) para observar que a produ��o historiogr�fica produzida no Brasil, principalmente nos �ltimos dez anos, passou por mudan�as mui significativas. O surgimento de revistas especializadas (no m�nimo 3 t�tulos rivalizam-se nas bancas mensalmente), a constante adapta��o de textos de hist�ria para a televis�o, o lan�amento de livros com temas nunca antes imaginados (como � o caso da obra de Jean-Luc Hennig, Breve Hist�ria das N�degas, publicado pela portuguesa Terramar), exemplificam essas mudan�as.
Aqui, neste artigo, discutiremos uma nova forma de se abordar os eventos hist�ricos chamada Nova Hist�ria Cultural. A escolha se justifica, uma vez que, dos novos modelos historiogr�ficos, �, justamente, a Nova Hist�ria Cultural, que mais consegue trazer novos ares ao trabalho do historiador.
Para justificar essa afirma��o, basta observamos o esgotamento das explica��es oferecidas por modelos te�ricos globalizantes, com tend�ncias � totalidade, nos quais o historiador era ref�m da busca da verdade. Essas explica��es globais, por sua incapacidade de interpretar novos agentes hist�ricos, passaram, portanto, a ser questionados. Outro dado que justifica nossa investiga��o, nos � dado por Sandra Jatahy Pesavento (2002, p. 7/8), Segundo ela, a Nova Hist�ria Cultural
corresponde hoje, a cerca de 80% da produ��o historiogr�fica nacional, expressa n�o s� nas publica��es especializadas, sob forma de livros e artigos, como nas apresenta��es de trabalhos, em congressos e simp�sios ou ainda nas disserta��es e teses, defendidas e em andamento, nas universidades brasileiras.
Entremente, n�o ficaremos apenas na Nova Hist�ria Cultural. Abordaremos tamb�m, alguns aspectos da Micro-hist�ria, uma vez que esta � um desdobramento te�rico intimamente ligado ao surgimento da Nova Hist�ria Cultural.
O arcabou�o intelectual que vai dar origem � Nova Hist�ria Cultural est� intimamente ligado ao surgimento, no final da d�cada de 1920, na Fran�a, de uma nova forma de se pensar as quest�es historiogr�ficas, identificada como Hist�ria das Mentalidades.
Essa nova forma de se interpretar os fatos hist�ricos, buscava fugir da hist�ria historicizante: uma hist�ria que se furtava ao di�logo com as demais Ci�ncias Humanas, a antropologia, a psicologia, a ling��stica, a geografia, a economia, e, sobretudo, a sociologia.
No lugar desse tipo de manejo dos fatos hist�ricos, era preciso adotar, segundo Vainfas (2002, p. 17):
uma hist�ria problematizadora do social, preocupada com as massas an�nimas, seus modos de viver, sentir e pensar. Uma hist�ria com estruturas em movimento, com grande �nfase no mundo das condi��es de vida material, embora sem qualquer reconhecimento da determin�ncia do econ�mico na totalidade social, � diferen�a da concep��o marxista da hist�ria. Uma hist�ria n�o preocupada com a apologia de pr�ncipes ou generais em feitos singulares, sen�o com a sociedade global, e com a reconstru��o dos fatos em s�rie pass�veis de compreens�o e explica��o.
Entretanto, muitas cr�ticas v�o se insurgir contra os defensores da Hist�ria das Mentalidades. A mais comum e corrosiva dessas cr�ticas � de que a Hist�ria das Mentalidades torna multi-fragmentado o seu objeto de estudo. Isto �, �a chamada Hist�ria das Mentalidades abriu-se de tal modo a outros saberes e questionamentos que, no limite, p�s em risco a pr�pria legitimidade da disciplina�, conforme assegura Vainfas (Idem, p. 55/56).
Acuada por cr�ticas de diversas formas, a Hist�ria das Mentalidades refugia-se na chamada Nova Hist�ria Cultural. Se utilizamos a express�o Nova Hist�ria Cultural � para separ�-la daquilo que convencionou-se chamar de Velha Hist�ria Cultural. Segundo Pesavento (2004, p. 14/15), na Nova Hist�ria Cultural
Foram deixadas de lado concep��es de vi�s marxista, que entendiam a cultura como integrante da superestrutura, como mero refluxo da infraestrutura, ou mesmo da cultura como manifesta��o superior do esp�rito humano e, portanto, como dom�nio das elites. Tamb�m foram deixadas para tr�s concep��es que opunham a cultura erudita � cultura popular, esta ingenuamente concebida como reduto do aut�ntico. Longe v�o tamb�m as assertivas herdeiras de uma concep��o da belle �poque, que entendia a literatura e, por extens�o, a cultura, como o sorriso da sociedade, como produ��o para o deleite e a pura frui��o do esp�rito.
A Nova Hist�ria Cultural, portanto, est� trazendo uma nova forma da hist�ria tratar a cultura. Ainda segundo Pesavento (Idem, p. 15):
N�o mais como uma mera hist�ria do pensamento, onde estudava-se os grandes nomes de uma dada corrente ou escola. Mas, enxergar a cultura como um conjunto de significados partilhados e constru�dos pelos homens para explicar o mundo.
A Nova Hist�ria Cultural, por tudo que foi acima mencionado, vai fazer ressalvas (sem no entanto neg�-lo) ao conceito de mentalidades por classific�-lo amb�guo e excessivamente vago. No entanto, a Nova Hist�ria Cultural n�o nega a aproxima��o com as outras Ci�ncias Humanas, admite o conceito de longa dura��o e aceita os temas do cotidiano. Conforme assegura Vainfas (2002, p. 56):
Os historiadores da cultura (...), n�o chegam propriamente a negar a relev�ncia dos estudos sobre o mental. N�o recusam, pelo contr�rio, a aproxima��o com a antropologia e demais ci�ncias humanas, admitem a longa dura��o e n�o rejeitam os temas das mentalidades e do cotidiano.
Al�m disso, a Nova Hist�ria Cultural quer tamb�m se aproximar das massas an�nimas. Podemos, portanto, afirmar que a Nova Hist�ria Cultural revela uma especial afei��o pelo informal, por an�lises historiogr�ficas que apresentem caminhos alternativos para a investiga��o hist�rica, indo onde as abordagens tradicionais n�o foram.
E foi neste mar de possibilidades novas que v�rios historiadores passaram a navegar. Um dos mais importantes e que, primeiramente, merece destaque � o italiano Carlo Ginzburg, que em 1976 lan�a uma obra �mpar da Nova Hist�ria Cultural (e por que n�o dizer, da Micro-Hist�ria tamb�m), intitulada �O queijo e os vermes�. Nela, o autor discorre sobre um moleiro condenado como herege pela Inquisi��o Papal no s�culo XVI. Podemos considerar essa obra uma obra-s�ntese, uma vez que foi nela que Ginzburg abandonou o conceito de mentalidades (as raz�es, j� discutimos acima) e adotou o de cultura, definindo-a como �o conjunto de atitudes, cren�as, c�digos de comportamento pr�prios das classes subalternas em um certo per�odo hist�rico� (GINZBURG, 1986, p. 16).
Decorre desta defini��o ser poss�vel, agora, recuperar o conflito de classes em uma dimens�o sociocultural, deixando-se entrever no campo das discuss�es te�ricas aquilo que o historiador italiano chamou de circularidade cultural, conceito que se op�e ao velho paradigma cultura popular X cultura erudita.
Outro pensador da Nova Hist�ria Cultural que nos chama aten��o � Roger Chartier. Este, pertencente a uma gera��o contempor�nea do decl�nio das mentalidades na Fran�a. Chartier concorda com as discuss�es lan�adas por Ginsburg por tamb�m rejeitar a vis�o dicot�mica cultura popular X cultura erudita em favor de uma vis�o, digamos, mais abrangente, que, no limite, valoriza o dimensionamento da cultura em termos de classes sociais. Para tanto, ele prop�e um conceito de cultura como pr�tica, e sugere para seu estudo as categorias de representa��o e apropria��o.
Representa��o analisada como algo que permite ver uma coisa ausente e que, segundo Chartier seria mais abrangente que o conceito de mentalidades, uma vez que o ausente em-si n�o pode mais ser visitado. Segundo Pesavento (2004, p. 40):
Representar �, pois, fundamentalmente, estar no lugar de, � presentifica��o de um ausente; � um apresentar de novo, que d� a ver uma aus�ncia. A id�ia central �, pois, a da substitui��o, que recoloca uma aus�ncia e torna sens�vel uma presen�a.
Se o objetivo central do conceito de representa��o � trazer para o presente o ausente vivido e, dessa forma, poder interpret�-lo, o de apropria��o, segundo Chartier (1990, p. 26), � �construir uma hist�ria social das interpreta��es, remetidas para suas determina��es fundamentais� que s�o o social, o institucional e, sobretudo, o cultural.
Como o objetivo desse artigo n�o �, claro, o de fechar quest�o em torno de nada, gostar�amos de salientar que, tanto na sua vertente italiana quanto na sua vertente francesa, a proposta da Nova Hist�ria Cultural seria o de decodificar a realidade do j� vivido por meio das suas representa��es, desejando chegar �quelas formas pelas quais a humanidade expressou-se a si mesmo e o mundo.
Para o historiador da cultura, isso � muito importante ressaltar, o passado s� chega aos dias atuais por meio das representa��es. Afirmando com Pesavento (2004, p. 42):
�a rigor, o historiador [da cultura] lida com uma temporalidade escoada, com o n�o-visto, o n�o-vivido, que s� se torna poss�vel acessar atrav�s de registros e sinais do passado que chegam at� ele�.
Neste ponto de nossa discuss�o, uma nova possibilidade de investiga��o hist�rica surge como fazendo parte do elenco de mudan�as epistemol�gicas que acompanharam a emerg�ncia da Nova Hist�ria Cultural. Estamos nos referindo ao aparecimento da Micro-Hist�ria. � nela, pois, que muitos historiadores da Nova Hist�ria Cultural, sentiram-se bastante a vontade para realizar suas pesquisas (como � o caso do pr�prio Ginzburg, anteriormente citado).
Vejamos alguns aspectos de seu nascedouro. Segundo Vainfas (2002, p. 68):
o surgimento da Micro-Hist�ria tem a ver com o debate intelectual e historiogr�fico das d�cadas de 1970 e 1980. Tem a ver, tamb�m, com a quest�o da crise do paradigma marxista e de outros modelos de hist�ria totalizante e com a solu��o das mentalidades, que cedo se mostrou inconsistente no plano estritamente te�rico-metodol�gico.
Dessa forma, as finalidades da Micro-Hist�ria movem-se no campo das cr�ticas � hist�ria das mentalidades (vejam a coincid�ncia com a Nova Hist�ria Cultural), n�o deixando-se confundir com elas. Mas a pergunta mais importante que devemos fazer �: onde a Micro-Hist�ria contribui com a Nova Hist�ria Cultural?
Do ponto de vista metodol�gico, a Micro-Hist�ria avan�a nas pesquisas historiogr�ficas por romper com a pr�tica calcada na ret�rica e na est�tica. O trabalho da micro-hist�ria tem se centralizado na busca de uma descri��o mais realista do comportamento humano, empregando um modelo de a��o que possa dar voz a personagens que, de outra maneira, ficariam no esquecimento. Segundo Levi (1992, p. 136), a micro-hist�ria possui, portanto, um papel muito espec�fico dentro da chamada Nova Hist�ria Cultural: �refutar o relativismo, o irracionalismo e a redu��o do trabalho do historiador a uma atividade puramente ret�rica que interprete os textos e n�o os pr�prios acontecimentos.�
Outro historiador que nos alerta para a import�ncia da Micro-Hist�ria � Lu�s Reznick (2002, p. 3), para quem:
O espa�o local, al�ado em categoria central de an�lise, constitui uma nova possibilidade de estudo no quadro das interdepend�ncias entre agentes e fatores determinantes de experi�ncias hist�ricas eleitas pela lupa do historiador. Nessa nova concep��o, cada aparente detalhe, insignificante para um olhar apressado ou na busca exclusiva dos grandes contornos, adquire valor e significado na rede de rela��es plurais de seus m�ltiplos elementos constitutivos.
Dessa forma, o historiador de orienta��o micro-hist�rica, amparado pelos conceitos da Nova Hist�ria Cultural discutidos anteriormente, pode �enxergar� acontecimentos, fatos que a historiografia tradicional n�o �enxerga� e trazer � tona dados que estavam adormecidos. Portanto, sua an�lise � mais criteriosa, justa e democr�tica. Ainda segundo o pensamento de Reznick (2002, p. 3):
Ao eleger o local como circunscri��o de an�lise, como escala pr�pria de observa��o, n�o abandonamos as margens (...), as normas, que, regra geral, ultrapassam o espa�o local ou circunscri��es reduzidas. A escrita da hist�ria local costura ambientes intelectuais, a��es pol�ticas, processos econ�micos que envolvem comunidades regionais, nacionais e globais. Sendo assim, o exerc�cio historiogr�fico incide na descri��o dos mecanismos de apropria��o � adapta��o, resposta e cria��o � �s normas que ultrapassam as comunidades locais.
Dessa forma, � poss�vel afirmar, conforme Levi (1992, p. 139), que �o princ�pio unificador de toda pesquisa micro-hist�rica � a cren�a em que a observa��o microsc�pica revelar� fatores previamente n�o observados�, o que n�o aconteceria numa abordagem tradicional. A descri��o micro-hist�rica serve para registrar uma s�rie de acontecimentos ou fatos significativos que, de outra forma, seriam impercept�veis e que, no entanto, podem ser interpretados por sua inser��o num contexto mais amplo, ou seja, na trama do discurso cultural.
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[1] Psic�logo, Historiador e Especialista em Hist�ria da Filosofia.
Refer�ncias bibliogr�ficas
� CHARTIER, Roger. Introdu��o. In: A hist�ria cultural. Lisboa, Difel, 1990.
� GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. S�o Paulo, SP: Cia. das Letras, 1986.
� LEVI, Giovanni. Sobre a micro-hist�ria. In BURKE, Peter. A escrita da hist�ria. S�o Paulo, SP. Unesp, 1992.
� PESAVENTO, Sandra Jatahy. Hist�ria e hist�ria cultural. Belo Horizonte, MG: Aut�ntica, 2004.
� REZNIK, Lu�s. Qual o lugar da hist�ria local?. Artigo publicado em www.historialocal.com.br, acessado em 25.08.2004.
� VAINFAS, Ronaldo. Os protagonistas an�nimos da hist�ria. S�o Paulo, SP: Campus, 2002.
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quarta-feira, 23 de junho de 2010
EVIDENCIA HISTÓRICA DE JESÚS
La existencia histórica
de Jesús,
o la prueba escasa
de un advenimiento
sublime
El texto abajo fue sacado del Periódico PERSONA e fue escrito por Ariel Álvarez Valdés, Doctor en Teología Bíblica; Profesor de Teología en la Universidad Católica de Santiago del Estero, Argentina.
En septiembre de 2002, el ingeniero
agrónomo Luis Cascioli se presentó ante la justicia
italiana de la localidad de Viterbo, cerca de
Roma, para denunciar al párroco del lugar. ¿Por
cuál delito? Porque todos los domingos, durante
la misa, el cura hablaba de Jesús de Nazaret.
Y según Cascioli, no hay pruebas de que Jesús
haya existido. Por lo tanto, el sacerdote había
violado dos leyes penales italianas: la de “abuso
de credibilidad popular” (es decir, enseñar cosas
falsas; art. 661) y la de “sustitución de persona”
(inventar la existencia de un personaje irreal; art.
494).
Los jueces de Viterbo quedaron estupefactos.
¿Acaso los Evangelios no prueban la
existencia de Jesús? No, dice Cascioli. Porque
éstos son libros contradictorios, y además están
escritos por gente que creía en él, por lo que no
sirven como prueba objetiva de su existencia.
La denuncia de Cascioli fue rechazada por
absurda. Pero éste apeló. Y en segunda instancia
los jueces le dieron lugar, y ordenaron al párroco
presentarse ante los tribunales para demostrar la
existencia de Jesús. El pobre sacerdote, al verse
en semejante aprieto, estaba desesperado. Pero
al final, los jueces de tercera instancia volvieron a
rechazar la demanda del ingeniero, y dieron por
terminado el pleito judicial.
Hasta aquí la noticia que apareció en los
diarios. Pero una duda quedó flotando en el ambiente:
¿se puede demostrar la historicidad de
Jesús? Fuera del Nuevo Testamento, ¿hay algún
autor contemporáneo que lo nombre, lo mencione,
aluda a su existencia?
Como piedra en el océano
Solemos pensar que Jesús de Nazaret,
el fundador de la religión más importante y
numerosa de occidente, debió haber sido muy
conocido en su tiempo. Que durante su vida
llamó poderosamente la atención de las multitudes.
Que con sus increíbles enseñanzas y sus
sorprendentes milagros mantuvieron fascinada
a la sociedad entera. Que su fama se extendió incluso
a los que no lo conocieron personalmente.
Y que preocupadas por estos hechos, las más
altas autoridades gubernamentales, incluido el
Emperador de Roma, ordenaron su arresto y su
muerte, en el año 30.
Es decir, creemos que el impacto de
Jesús en la sociedad de su tiempo fue impresionante;
semejante al de un cometa que choca
contra la tierra; y que si nos ponemos a buscar
testimonios históricos sobre él, podemos encontrar
millares.
Sin embargo no es así. Cuando examinamos
la información que tenemos de aquella época, nos
damos con que no existe ni un escritor, ni un autor,
ni un historiador, ni un cronista, ni un ensayista,
ni un poeta, ni un contemporáneo suyo, que hable
de él. Aunque parezca mentira, nadie parece haber
reparado en su persona, ni para criticarlo ni para alabarlo.
No tenemos ni siquiera una alusión de pasada.
Nada.
El impacto de Jesús en la sociedad de su
época parece haber sido prácticamente nulo.
Más que a un cometa que choca contra la tierra,
se asemejó a una piedrita arrojada en el océano.
El militar escritor
Si extendemos nuestra investigación a
las décadas siguientes a su muerte, tampoco
encontramos mención alguna de Jesús. En los
años 50, 60, 70 y 80, hay un completo silencio
sobre su figura.
Tenemos que esperar a la década del
90 para hallar la primera referencia a Jesús, en
un documento fuera de la literatura cristiana.
Pertenece a un historiador judío llamado Flavio
Josefo, nacido en Jerusalén hacia el año 37 d.C.,
es decir, unos siete años después de la muerte
de Jesús.
Flavio Josefo era hijo de un sacerdote
de Jerusalén, y por eso recibió una esmerada
educación. Cuando en el año 66 los romanos
invadieron Palestina, Josefo fue puesto al frente
de las tropas judías para defender el país. Pero
fue hecho prisionero, y llevado a Roma. Allí se
ganó las simpatías del Emperador y fue liberado.
Entonces se dedicó a escribir varios libros para
difundir la historia y las costumbres del pueblo
judío. Su primera obra fue La Guerra de los
Judíos, en 7 tomos, donde describe la invasión
de los romanos a Palestina en el año 66.
Su segunda obra fue Antigüedades Judías, en 20 tomos.
Es en esta obra, compuesta hacia el año 93,
donde Josefo menciona dos veces a Jesús.
Tres añadidos cristianos
La primera mención está en el tomo 18,
y dice así: “Por aquel tiempo apareció Jesús, un
hombre sabio (si es que se le puede llamar hombre).
Fue autor de hechos asombrosos, y maestro
para quienes reciben con gusto la verdad. Atrajo
a muchos judíos y griegos. (Él era el Mesías). Y cuando
Pilatos, debido a una acusación hecha por
nuestros dirigentes, lo condenó a la cruz, los que
antes lo habían amado no dejaron de hacerlo.
(Él se les apareció al tercer día, vivo otra vez, tal como
los profetas habían anunciado de Él, además de
muchas otras cosas maravillosas). Y hasta hoy los
cristianos, llamados así por él, no han desaparecido”.
Esta alusión a Jesús, conocida por los estudiosos
como “el Testimonio Flaviano”, provoca
verdadera sorpresa. ¿Cómo es posible que un
judío religioso, como Josefo, que nunca se convirtió
al cristianismo, confiese que Jesús era el
Mesías, que resucitó al tercer día, que se apareció
vivo ante la gente, y que era más que un simple
ser humano? Resulta inaceptable.
Por eso hoy los especialistas sostienen que este texto
contiene tres pasajes añadidos por algún autor
cristiano. Serían los pasajes que están puestos
entre paréntesis. Si los eliminamos, el resto sería
lo que realmente escribió Flavio Josefo.
Ahora bien, si nos atenemos al texto
auténtico del historiador judío, vemos que él
afirma lo siguiente: a) existió en Palestina un
hombre llamado Jesús: b) era un sabio; c) realizó
prodigios; d) la gente lo escuchaba con gusto;
e) atraía a muchos judíos y griegos; f )
las autoridades judías lo acusaron; g) Pilatos lo
condenó a muerte; h) murió crucificado; i) sus
seguidores se llaman cristianos en honor a él; j)
el movimiento que él fundó siguió existiendo
después de su muerte.
Por el asesinato de Santiago
La segunda mención que hace Flavio Josefo
de Jesús, aparece en el tomo 20 de su obra.
Allí, al contar cómo mataron a Santiago, el primer
obispo de Jerusalén, en el año 62, dice:
“Mientras tanto subió al pontificado Anás. Era feroz y muy
audaz. Pensando que había llegado el momento
oportuno, porque (el procurador) Festo había
muerto y Albino aún no había llegado, reunió al
Sanedrín y llevó ante él al hermano de Jesús, que
es llamado Mesías, de nombre Santiago, y a algunos
otros. Los acusó de haber transgredido la ley, y
los entregó para que fueran apedreados”.
En esta segunda referencia, el escritor
judío afirma que: a) existió un hombre llamado
Jesús; b) tenía un hermano llamado Santiago (lo
cual coincide con lo que dice Marcos 6,3 y Gálatas
1,19); c) algunos lo consideraban el Mesías.
Estas dos citas de Flavio Josefo, si bien
muy breves, son importantísimas, porque constituyen
la primera prueba (fuera de la Biblia) de que
Jesús de Nazaret realmente existió. Además, demuestran
que Flavio Josefo disponía de bastante
información sobre la persona de Jesús, en el momento
de escribir.
Justo falta ese volumen
Poco después de Flavio Josefo, tenemos
un segundo escritor que menciona a Jesús. Es el
historiador romano Tácito. Nacido en el año 55,
de una familia muy rica, fue gobernador de la
provincia de Asia (al oeste de la actual Turquía)
en el año el 112, donde pudo conocer a los cristianos.
Luego abandonó la política y se dedicó
a escribir. Su libro más importante fue los Anales,
compuesto en el año 117. Es una historia de
Roma en 18 volúmenes, que va desde el año 14
d.C. (en que muere el emperador Augusto) hasta
el año 68 d.C. (en que muere Nerón).
Desgraciadamente la obra nos ha llegado
incompleta, porque se perdieron varios
tomos; y justamente la sección que va del año
29 al 32 no sobrevivió.
Por eso el proceso y la muerte de Jesús, ocurrida en el
año 30, y que quizás podría haber figurado, no aparece en los
manuscritos. Pero sí, al hablar de la persecución
de Nerón a los cristianos de Roma, Tácito dice:
“Nerón sometió a torturas refinadas a los cristianos,
un grupo odiado por sus horribles crímenes.
Su nombre viene de Cristo, quien bajo el reinado
de Tiberio fue ejecutado por el procurador Poncio
Pilatos. Sofocada momentáneamente, la nociva
superstición volvió a difundirse no sólo en Judea,
su país de origen, sino también en Roma, a donde
confluyen todas las atrocidades de todo el mundo.
Primero, los inculpados que confesaban; después,
denunciados por éstos, una inmensa multitud, todos
fueron convictos, no tanto por el crimen de incendio
sino por el odio del género humano”.
Este testimonio nos brinda varios elementos
importantes para situar históricamente
a Jesús. Nos dice: a) que existió un hombre al
que llamaban Cristo; b) que su patria era Judea;
c) que su muerte ocurrió cuando Tiberio era emperador
(o sea, entre los años 14 y 37) y Poncio
Pilatos gobernador (entre los años 26 y 36);
d) que Pilatos lo mandó a matar, lo cual implica
que lo crucificaron, pues el castigo normal de
las autoridades romanas en Judea era ése; e)
que antes de morir, Jesús ya había formado un
grupo de seguidores.
Otros candidatos abolidos
Estos dos escritores, Flavio Josefo y Tácito,
son los únicos testimonios no cristianos
(es decir, neutrales) conocidos, que hablen de la
existencia histórica de Jesús de Nazaret.
No hay ninguna otra fuente no cristiana, anterior al año
130 (o sea, en un período de cien años desde la
muerte de Jesús), que mencione al fundador del
cristianismo.
Los estudiosos suelen citar a otros dos
escritores romanos que, según dicen, hablarían
también de Jesús. Ellos son Plinio el Joven y Suetonio.
En el caso de Plinio el Joven, el texto
que suelen citar es una carta suya, escrita en el
año 112, donde al hablar de los cristianos dice:
“Ellos afirman que toda su culpa y error consiste
en reunirse en un día fijo, antes de la salida del
sol, y cantar a coro un himno a Cristo como a un
dios; y se comprometen a no cometer crímenes,
ni hurtos, ni asesinato, ni adulterios, ni mentir, y
luego toman su alimento”.
De Suetonio, el texto sería un pasaje de
su libro Vida de los Doce Césares, escrito en el
año 120: “Como los judíos provocaban
constantemente disturbios a causa de Cristo, el emperador
Claudio los expulsó de Roma”.
Pero si miramos bien, vemos que ninguno
de los dos textos habla directamente de
Cristo, sino de los cristianos. No afirman que
haya existido alguien llamado Jesús, sino que
un grupo de cristianos creía en su existencia.
Por lo tanto, no sirven como fuentes para afirmar la
realidad histórica de Jesús.
Pocos pero contundentes
En conclusión, sólo han llegado hasta
nosotros dos testimonios extrabíblicos sobre
Jesús de Nazaret. Sin embargo, todos los estudiosos
están de acuerdo en que esos dos textos
bastan para probar, de manera concluyente
y definitiva, su existencia histórica.
Por eso hoy ningún historiador serio niega la historicidad de
Jesús. Primero, porque vemos que existen dos
autores muy antiguos que de manera imparcial,
objetiva y desinteresada afirmaron su existencia.
Y son testimonios lo suficientemente cercanos
a los hechos como para constituir fuentes
fidedignas y confiables.
Segundo,porque hay además muchísimos
textos cristianos, más antiguos todavía,
que hablan de Jesús. Entre ellos están las cartas
de Pablo, escritas alrededor del año 50, que
reflejan una tradición de los años 40, es decir,
muy cercana al momento de la muerte de Jesús.
También poseemos los cuatro Evangelios, que
si bien fueron compuestos por creyentes en
Jesús, y por eso no son obras imparciales, sí pretenden
remontarse a un personaje real. Por lo
tanto, negar la existencia histórica de la figura
central de estos libros traería más dificultades
que aceptarla.
No podemos negar a los otros
Tercero, porque en la antigüedad ningún
enemigo ni adversario de los cristianos, por más
encarnizado que fuera, puso en duda la existencia
de Jesús. Sí cuestionaron que fuera el Mesías,
o el Hijo de Dios, pero jamás que hubiera existido.
Las primeras dudas sobre su existencia
histórica surgieron recién en el siglo XVIII, cuando
ciertos autores franceses empezaron a decir
que Jesús de Nazaret era una divinidad solar
antigua a la que se le había atribuido existencia
histórica. Esta duda se prolongó durante el siglo
XIX y XX. Pero actualmente ya ningún estudioso
la toma en serio.
Cuarto, porque los textos del Nuevo Testamento
hacen interactuar a Jesús con otros
personajes históricos, cuya existencia está demostrada
por documentos arqueológicos y
literarios no cristianos, como Juan el Bautista,
Poncio Pilatos, Herodes el Grande, Herodes Antipas o Caifás.
Finalmente, porque si los evangelistas hubieran
inventado a Jesús de la nada, lo habrían
hecho de un modo tal que no produjera tantas
dificultades y dolores de cabeza a los lectores; y
hoy no habría ninguna diferencia entre el Jesús
de los Evangelios y el Jesús histórico, que vamos
conociendo gracias a la arqueología y a otras ciencias;
los dos serían exactamente iguales.
El hecho de que los evangelistas hayan querido reinterpretar
la figura de Jesús desde su fe, demuestra que
están tratando de contar la vida de un personaje
real.
Todavía hoy encontramos gente, como
el ingeniero agrónomo Luis Cascioli, que duda
de la existencia real de Jesús. Creen así estar a la
vanguardia de la intelectualidad. Sin embargo,
son personas que se han quedado en el tiempo,
porque hace décadas ya que los estudiosos
modernos llegaron a la certeza de su vida.
Escasa atracción
Cuando buscamos en la antigüedad los
datos sobre la existencia histórica de Jesús, descubrimos
con asombro que sus contemporáneos
no dijeron casi nada de él. Que su vida fue
absolutamente insignificante en el plano de la
escena mundial.
Esto demuestra que Jesús durante
su vida fue un judío marginal, que fundó
un movimiento marginal, en una provincia
marginal del gran imperio romano. Su vida y su
muerte fueron el acontecimiento menos importante
de la historia romana de ese tiempo, y sus
contemporáneos ni siquiera le prestaron atención.
Por eso, lo asombroso no es que nadie
hable de él. Lo asombroso hubiera sido que algún
historiador de la época se hubiera interesado
en él. Sería una casualidad increíble que
los escritores de ese tiempo se sintieran atraídos
por contar la ejecución de un carpintero palestino.
Lo más natural del mundo hubiera sido que
ningún contemporáneo lo recordara ni mencionara.
Sin embargo, y a pesar de ello, sorprendentemente
tenemos varias referencias de él.
Más aún: hay más información sobre Jesús de
Nazaret que sobre otros personajes de la historia
cuya existencia nadie cuestiona. Por eso, su
existencia constituye hoy un hecho histórico
cierto e irrefutable.
Pero sus contemporáneos se interesaron
poco en él. Sólo se habló de su persona cuando
los cristianos comenzaron a ser una “molestia”
para la sociedad. Cuando sus seguidores empezaron
a hablar del amor al prójimo, del perdón
a los enemigos, del servicio a los demás como
actitud de vida, de no criticar, de defender a los
más pobres.
Recién entonces surgió el interés
por conocer a esa extraña figura, que había dado
origen a la doctrina más sublime e increíble de
la historia de la humanidad.
Hoy el interés por la figura de Jesús ha
vuelto a ser escaso. Tal vez porque los cristianos
hemos dejado de “molestar”; ya no somos un
ejemplo llamativo de amor ante la sociedad. No
somos los testigos y representantes de la doctrina
más asombrosa que oyó la humanidad.
Quizás si volviéramos a encarnar su mensaje, los
historiadores, pensadores, filósofos, periodistas,
se sentirían otra vez atraídos por el carpintero de Nazaret.
HISTORIOGRAFIA
ESPÍRITO DA ÉPOCA
“Ninguém defende hoje uma história da cultura que não leve em consideração
os entrecruzamentos com a história social. O mesmo pode ser dito em
relação ao pressuposto da existência de um “espírito da época” ou quanto
à ingênua noção de homogeneidade cultural. A própria noção de cultura
alargou-se em direção a outras dimensões e outros territórios.”
(Aula 21 – Historiografia Cultural- Unimes Virtual)
Meu comentário: A meu ver, existe sim um “espírito da época”, ou seja, um modismo do pensamento. Em todas as manifestações culturais existe períodos em que florescem certos apreços por determinadas arquiteturas, músicas, artes, esportes, tendências penais, assim devemos analisar a história de acordo também com o espírito da época.
A maneira leviana como as mulheres ocidentais se vestem hoje com extrema sensualidade é considerada normal, por esta sociedade, mas não para o ocidente e nem seria normal em outros períodos históricos do Ocidente. A pena de morte era praticada no mundo inteiro como forma de punir os criminosos bárbaros, hoje a moda é “respeitar a vida dos criminosos e perversos”. É óbvio que nossa sociedade ocidental não esta evoluindo moralmente estamos sob a influência de um espírito da época.
Este espírito da época não é somente uma tendência, é também uma influência de espíritos inteligentes, forças invisíveis que procurar dar um rumo anticristão ao mundo.
SIMBOLISMO
“A etnologia simbólica estuda os símbolos e os processos,
como os mitos e os rituais por meio dos quais os homens
atribuem significados ao mundo e lhe endereçam as perguntas
fundamentais a respeito da existência e da vida social. Dessa maneira,
a cultura passa a ser entendida como um complexo sistema de significados,
uma teia que orienta as ações humanas oferecendo-lhes sentido.”
(Aula 22 – Simbolismo – Unimes Virtual)
MEU COMENTÁRIO; O ser humano é essencialmente cheio de símbolos em sua vida, nenhuma criatura usa tanto o recurso do simbolismo como os humanos, até porque nosso contato com Deus muitos vezes requer que estejamos atento para interpretar “sinais” divino que nos dê uma orientação em nossas vidas. O próprio universo é um grande símbolo que mostra que existe um criador. A natureza é cheia de símbolos, é particularmente interessante como o homem do campo interpreta a aproximação de uma tempestade pelo movimento e forma das nuvens. Símbolos são conectividades que apontam outra realidade ou forma de existência ou aproximação de eventos.
O exagero em querem ver sinais divino em tudo levou a humanidade a cometer os pecados das artes de adivinhações com a quiromancia (leitura da mão), astrologia (leitura dos astros), necromancia (leitura dos mortos) e uma infinidade de sistemas de adivinhação pecaminosos.
de Jesús,
o la prueba escasa
de un advenimiento
sublime
El texto abajo fue sacado del Periódico PERSONA e fue escrito por Ariel Álvarez Valdés, Doctor en Teología Bíblica; Profesor de Teología en la Universidad Católica de Santiago del Estero, Argentina.
En septiembre de 2002, el ingeniero
agrónomo Luis Cascioli se presentó ante la justicia
italiana de la localidad de Viterbo, cerca de
Roma, para denunciar al párroco del lugar. ¿Por
cuál delito? Porque todos los domingos, durante
la misa, el cura hablaba de Jesús de Nazaret.
Y según Cascioli, no hay pruebas de que Jesús
haya existido. Por lo tanto, el sacerdote había
violado dos leyes penales italianas: la de “abuso
de credibilidad popular” (es decir, enseñar cosas
falsas; art. 661) y la de “sustitución de persona”
(inventar la existencia de un personaje irreal; art.
494).
Los jueces de Viterbo quedaron estupefactos.
¿Acaso los Evangelios no prueban la
existencia de Jesús? No, dice Cascioli. Porque
éstos son libros contradictorios, y además están
escritos por gente que creía en él, por lo que no
sirven como prueba objetiva de su existencia.
La denuncia de Cascioli fue rechazada por
absurda. Pero éste apeló. Y en segunda instancia
los jueces le dieron lugar, y ordenaron al párroco
presentarse ante los tribunales para demostrar la
existencia de Jesús. El pobre sacerdote, al verse
en semejante aprieto, estaba desesperado. Pero
al final, los jueces de tercera instancia volvieron a
rechazar la demanda del ingeniero, y dieron por
terminado el pleito judicial.
Hasta aquí la noticia que apareció en los
diarios. Pero una duda quedó flotando en el ambiente:
¿se puede demostrar la historicidad de
Jesús? Fuera del Nuevo Testamento, ¿hay algún
autor contemporáneo que lo nombre, lo mencione,
aluda a su existencia?
Como piedra en el océano
Solemos pensar que Jesús de Nazaret,
el fundador de la religión más importante y
numerosa de occidente, debió haber sido muy
conocido en su tiempo. Que durante su vida
llamó poderosamente la atención de las multitudes.
Que con sus increíbles enseñanzas y sus
sorprendentes milagros mantuvieron fascinada
a la sociedad entera. Que su fama se extendió incluso
a los que no lo conocieron personalmente.
Y que preocupadas por estos hechos, las más
altas autoridades gubernamentales, incluido el
Emperador de Roma, ordenaron su arresto y su
muerte, en el año 30.
Es decir, creemos que el impacto de
Jesús en la sociedad de su tiempo fue impresionante;
semejante al de un cometa que choca
contra la tierra; y que si nos ponemos a buscar
testimonios históricos sobre él, podemos encontrar
millares.
Sin embargo no es así. Cuando examinamos
la información que tenemos de aquella época, nos
damos con que no existe ni un escritor, ni un autor,
ni un historiador, ni un cronista, ni un ensayista,
ni un poeta, ni un contemporáneo suyo, que hable
de él. Aunque parezca mentira, nadie parece haber
reparado en su persona, ni para criticarlo ni para alabarlo.
No tenemos ni siquiera una alusión de pasada.
Nada.
El impacto de Jesús en la sociedad de su
época parece haber sido prácticamente nulo.
Más que a un cometa que choca contra la tierra,
se asemejó a una piedrita arrojada en el océano.
El militar escritor
Si extendemos nuestra investigación a
las décadas siguientes a su muerte, tampoco
encontramos mención alguna de Jesús. En los
años 50, 60, 70 y 80, hay un completo silencio
sobre su figura.
Tenemos que esperar a la década del
90 para hallar la primera referencia a Jesús, en
un documento fuera de la literatura cristiana.
Pertenece a un historiador judío llamado Flavio
Josefo, nacido en Jerusalén hacia el año 37 d.C.,
es decir, unos siete años después de la muerte
de Jesús.
Flavio Josefo era hijo de un sacerdote
de Jerusalén, y por eso recibió una esmerada
educación. Cuando en el año 66 los romanos
invadieron Palestina, Josefo fue puesto al frente
de las tropas judías para defender el país. Pero
fue hecho prisionero, y llevado a Roma. Allí se
ganó las simpatías del Emperador y fue liberado.
Entonces se dedicó a escribir varios libros para
difundir la historia y las costumbres del pueblo
judío. Su primera obra fue La Guerra de los
Judíos, en 7 tomos, donde describe la invasión
de los romanos a Palestina en el año 66.
Su segunda obra fue Antigüedades Judías, en 20 tomos.
Es en esta obra, compuesta hacia el año 93,
donde Josefo menciona dos veces a Jesús.
Tres añadidos cristianos
La primera mención está en el tomo 18,
y dice así: “Por aquel tiempo apareció Jesús, un
hombre sabio (si es que se le puede llamar hombre).
Fue autor de hechos asombrosos, y maestro
para quienes reciben con gusto la verdad. Atrajo
a muchos judíos y griegos. (Él era el Mesías). Y cuando
Pilatos, debido a una acusación hecha por
nuestros dirigentes, lo condenó a la cruz, los que
antes lo habían amado no dejaron de hacerlo.
(Él se les apareció al tercer día, vivo otra vez, tal como
los profetas habían anunciado de Él, además de
muchas otras cosas maravillosas). Y hasta hoy los
cristianos, llamados así por él, no han desaparecido”.
Esta alusión a Jesús, conocida por los estudiosos
como “el Testimonio Flaviano”, provoca
verdadera sorpresa. ¿Cómo es posible que un
judío religioso, como Josefo, que nunca se convirtió
al cristianismo, confiese que Jesús era el
Mesías, que resucitó al tercer día, que se apareció
vivo ante la gente, y que era más que un simple
ser humano? Resulta inaceptable.
Por eso hoy los especialistas sostienen que este texto
contiene tres pasajes añadidos por algún autor
cristiano. Serían los pasajes que están puestos
entre paréntesis. Si los eliminamos, el resto sería
lo que realmente escribió Flavio Josefo.
Ahora bien, si nos atenemos al texto
auténtico del historiador judío, vemos que él
afirma lo siguiente: a) existió en Palestina un
hombre llamado Jesús: b) era un sabio; c) realizó
prodigios; d) la gente lo escuchaba con gusto;
e) atraía a muchos judíos y griegos; f )
las autoridades judías lo acusaron; g) Pilatos lo
condenó a muerte; h) murió crucificado; i) sus
seguidores se llaman cristianos en honor a él; j)
el movimiento que él fundó siguió existiendo
después de su muerte.
Por el asesinato de Santiago
La segunda mención que hace Flavio Josefo
de Jesús, aparece en el tomo 20 de su obra.
Allí, al contar cómo mataron a Santiago, el primer
obispo de Jerusalén, en el año 62, dice:
“Mientras tanto subió al pontificado Anás. Era feroz y muy
audaz. Pensando que había llegado el momento
oportuno, porque (el procurador) Festo había
muerto y Albino aún no había llegado, reunió al
Sanedrín y llevó ante él al hermano de Jesús, que
es llamado Mesías, de nombre Santiago, y a algunos
otros. Los acusó de haber transgredido la ley, y
los entregó para que fueran apedreados”.
En esta segunda referencia, el escritor
judío afirma que: a) existió un hombre llamado
Jesús; b) tenía un hermano llamado Santiago (lo
cual coincide con lo que dice Marcos 6,3 y Gálatas
1,19); c) algunos lo consideraban el Mesías.
Estas dos citas de Flavio Josefo, si bien
muy breves, son importantísimas, porque constituyen
la primera prueba (fuera de la Biblia) de que
Jesús de Nazaret realmente existió. Además, demuestran
que Flavio Josefo disponía de bastante
información sobre la persona de Jesús, en el momento
de escribir.
Justo falta ese volumen
Poco después de Flavio Josefo, tenemos
un segundo escritor que menciona a Jesús. Es el
historiador romano Tácito. Nacido en el año 55,
de una familia muy rica, fue gobernador de la
provincia de Asia (al oeste de la actual Turquía)
en el año el 112, donde pudo conocer a los cristianos.
Luego abandonó la política y se dedicó
a escribir. Su libro más importante fue los Anales,
compuesto en el año 117. Es una historia de
Roma en 18 volúmenes, que va desde el año 14
d.C. (en que muere el emperador Augusto) hasta
el año 68 d.C. (en que muere Nerón).
Desgraciadamente la obra nos ha llegado
incompleta, porque se perdieron varios
tomos; y justamente la sección que va del año
29 al 32 no sobrevivió.
Por eso el proceso y la muerte de Jesús, ocurrida en el
año 30, y que quizás podría haber figurado, no aparece en los
manuscritos. Pero sí, al hablar de la persecución
de Nerón a los cristianos de Roma, Tácito dice:
“Nerón sometió a torturas refinadas a los cristianos,
un grupo odiado por sus horribles crímenes.
Su nombre viene de Cristo, quien bajo el reinado
de Tiberio fue ejecutado por el procurador Poncio
Pilatos. Sofocada momentáneamente, la nociva
superstición volvió a difundirse no sólo en Judea,
su país de origen, sino también en Roma, a donde
confluyen todas las atrocidades de todo el mundo.
Primero, los inculpados que confesaban; después,
denunciados por éstos, una inmensa multitud, todos
fueron convictos, no tanto por el crimen de incendio
sino por el odio del género humano”.
Este testimonio nos brinda varios elementos
importantes para situar históricamente
a Jesús. Nos dice: a) que existió un hombre al
que llamaban Cristo; b) que su patria era Judea;
c) que su muerte ocurrió cuando Tiberio era emperador
(o sea, entre los años 14 y 37) y Poncio
Pilatos gobernador (entre los años 26 y 36);
d) que Pilatos lo mandó a matar, lo cual implica
que lo crucificaron, pues el castigo normal de
las autoridades romanas en Judea era ése; e)
que antes de morir, Jesús ya había formado un
grupo de seguidores.
Otros candidatos abolidos
Estos dos escritores, Flavio Josefo y Tácito,
son los únicos testimonios no cristianos
(es decir, neutrales) conocidos, que hablen de la
existencia histórica de Jesús de Nazaret.
No hay ninguna otra fuente no cristiana, anterior al año
130 (o sea, en un período de cien años desde la
muerte de Jesús), que mencione al fundador del
cristianismo.
Los estudiosos suelen citar a otros dos
escritores romanos que, según dicen, hablarían
también de Jesús. Ellos son Plinio el Joven y Suetonio.
En el caso de Plinio el Joven, el texto
que suelen citar es una carta suya, escrita en el
año 112, donde al hablar de los cristianos dice:
“Ellos afirman que toda su culpa y error consiste
en reunirse en un día fijo, antes de la salida del
sol, y cantar a coro un himno a Cristo como a un
dios; y se comprometen a no cometer crímenes,
ni hurtos, ni asesinato, ni adulterios, ni mentir, y
luego toman su alimento”.
De Suetonio, el texto sería un pasaje de
su libro Vida de los Doce Césares, escrito en el
año 120: “Como los judíos provocaban
constantemente disturbios a causa de Cristo, el emperador
Claudio los expulsó de Roma”.
Pero si miramos bien, vemos que ninguno
de los dos textos habla directamente de
Cristo, sino de los cristianos. No afirman que
haya existido alguien llamado Jesús, sino que
un grupo de cristianos creía en su existencia.
Por lo tanto, no sirven como fuentes para afirmar la
realidad histórica de Jesús.
Pocos pero contundentes
En conclusión, sólo han llegado hasta
nosotros dos testimonios extrabíblicos sobre
Jesús de Nazaret. Sin embargo, todos los estudiosos
están de acuerdo en que esos dos textos
bastan para probar, de manera concluyente
y definitiva, su existencia histórica.
Por eso hoy ningún historiador serio niega la historicidad de
Jesús. Primero, porque vemos que existen dos
autores muy antiguos que de manera imparcial,
objetiva y desinteresada afirmaron su existencia.
Y son testimonios lo suficientemente cercanos
a los hechos como para constituir fuentes
fidedignas y confiables.
Segundo,porque hay además muchísimos
textos cristianos, más antiguos todavía,
que hablan de Jesús. Entre ellos están las cartas
de Pablo, escritas alrededor del año 50, que
reflejan una tradición de los años 40, es decir,
muy cercana al momento de la muerte de Jesús.
También poseemos los cuatro Evangelios, que
si bien fueron compuestos por creyentes en
Jesús, y por eso no son obras imparciales, sí pretenden
remontarse a un personaje real. Por lo
tanto, negar la existencia histórica de la figura
central de estos libros traería más dificultades
que aceptarla.
No podemos negar a los otros
Tercero, porque en la antigüedad ningún
enemigo ni adversario de los cristianos, por más
encarnizado que fuera, puso en duda la existencia
de Jesús. Sí cuestionaron que fuera el Mesías,
o el Hijo de Dios, pero jamás que hubiera existido.
Las primeras dudas sobre su existencia
histórica surgieron recién en el siglo XVIII, cuando
ciertos autores franceses empezaron a decir
que Jesús de Nazaret era una divinidad solar
antigua a la que se le había atribuido existencia
histórica. Esta duda se prolongó durante el siglo
XIX y XX. Pero actualmente ya ningún estudioso
la toma en serio.
Cuarto, porque los textos del Nuevo Testamento
hacen interactuar a Jesús con otros
personajes históricos, cuya existencia está demostrada
por documentos arqueológicos y
literarios no cristianos, como Juan el Bautista,
Poncio Pilatos, Herodes el Grande, Herodes Antipas o Caifás.
Finalmente, porque si los evangelistas hubieran
inventado a Jesús de la nada, lo habrían
hecho de un modo tal que no produjera tantas
dificultades y dolores de cabeza a los lectores; y
hoy no habría ninguna diferencia entre el Jesús
de los Evangelios y el Jesús histórico, que vamos
conociendo gracias a la arqueología y a otras ciencias;
los dos serían exactamente iguales.
El hecho de que los evangelistas hayan querido reinterpretar
la figura de Jesús desde su fe, demuestra que
están tratando de contar la vida de un personaje
real.
Todavía hoy encontramos gente, como
el ingeniero agrónomo Luis Cascioli, que duda
de la existencia real de Jesús. Creen así estar a la
vanguardia de la intelectualidad. Sin embargo,
son personas que se han quedado en el tiempo,
porque hace décadas ya que los estudiosos
modernos llegaron a la certeza de su vida.
Escasa atracción
Cuando buscamos en la antigüedad los
datos sobre la existencia histórica de Jesús, descubrimos
con asombro que sus contemporáneos
no dijeron casi nada de él. Que su vida fue
absolutamente insignificante en el plano de la
escena mundial.
Esto demuestra que Jesús durante
su vida fue un judío marginal, que fundó
un movimiento marginal, en una provincia
marginal del gran imperio romano. Su vida y su
muerte fueron el acontecimiento menos importante
de la historia romana de ese tiempo, y sus
contemporáneos ni siquiera le prestaron atención.
Por eso, lo asombroso no es que nadie
hable de él. Lo asombroso hubiera sido que algún
historiador de la época se hubiera interesado
en él. Sería una casualidad increíble que
los escritores de ese tiempo se sintieran atraídos
por contar la ejecución de un carpintero palestino.
Lo más natural del mundo hubiera sido que
ningún contemporáneo lo recordara ni mencionara.
Sin embargo, y a pesar de ello, sorprendentemente
tenemos varias referencias de él.
Más aún: hay más información sobre Jesús de
Nazaret que sobre otros personajes de la historia
cuya existencia nadie cuestiona. Por eso, su
existencia constituye hoy un hecho histórico
cierto e irrefutable.
Pero sus contemporáneos se interesaron
poco en él. Sólo se habló de su persona cuando
los cristianos comenzaron a ser una “molestia”
para la sociedad. Cuando sus seguidores empezaron
a hablar del amor al prójimo, del perdón
a los enemigos, del servicio a los demás como
actitud de vida, de no criticar, de defender a los
más pobres.
Recién entonces surgió el interés
por conocer a esa extraña figura, que había dado
origen a la doctrina más sublime e increíble de
la historia de la humanidad.
Hoy el interés por la figura de Jesús ha
vuelto a ser escaso. Tal vez porque los cristianos
hemos dejado de “molestar”; ya no somos un
ejemplo llamativo de amor ante la sociedad. No
somos los testigos y representantes de la doctrina
más asombrosa que oyó la humanidad.
Quizás si volviéramos a encarnar su mensaje, los
historiadores, pensadores, filósofos, periodistas,
se sentirían otra vez atraídos por el carpintero de Nazaret.
HISTORIOGRAFIA
ESPÍRITO DA ÉPOCA
“Ninguém defende hoje uma história da cultura que não leve em consideração
os entrecruzamentos com a história social. O mesmo pode ser dito em
relação ao pressuposto da existência de um “espírito da época” ou quanto
à ingênua noção de homogeneidade cultural. A própria noção de cultura
alargou-se em direção a outras dimensões e outros territórios.”
(Aula 21 – Historiografia Cultural- Unimes Virtual)
Meu comentário: A meu ver, existe sim um “espírito da época”, ou seja, um modismo do pensamento. Em todas as manifestações culturais existe períodos em que florescem certos apreços por determinadas arquiteturas, músicas, artes, esportes, tendências penais, assim devemos analisar a história de acordo também com o espírito da época.
A maneira leviana como as mulheres ocidentais se vestem hoje com extrema sensualidade é considerada normal, por esta sociedade, mas não para o ocidente e nem seria normal em outros períodos históricos do Ocidente. A pena de morte era praticada no mundo inteiro como forma de punir os criminosos bárbaros, hoje a moda é “respeitar a vida dos criminosos e perversos”. É óbvio que nossa sociedade ocidental não esta evoluindo moralmente estamos sob a influência de um espírito da época.
Este espírito da época não é somente uma tendência, é também uma influência de espíritos inteligentes, forças invisíveis que procurar dar um rumo anticristão ao mundo.
SIMBOLISMO
“A etnologia simbólica estuda os símbolos e os processos,
como os mitos e os rituais por meio dos quais os homens
atribuem significados ao mundo e lhe endereçam as perguntas
fundamentais a respeito da existência e da vida social. Dessa maneira,
a cultura passa a ser entendida como um complexo sistema de significados,
uma teia que orienta as ações humanas oferecendo-lhes sentido.”
(Aula 22 – Simbolismo – Unimes Virtual)
MEU COMENTÁRIO; O ser humano é essencialmente cheio de símbolos em sua vida, nenhuma criatura usa tanto o recurso do simbolismo como os humanos, até porque nosso contato com Deus muitos vezes requer que estejamos atento para interpretar “sinais” divino que nos dê uma orientação em nossas vidas. O próprio universo é um grande símbolo que mostra que existe um criador. A natureza é cheia de símbolos, é particularmente interessante como o homem do campo interpreta a aproximação de uma tempestade pelo movimento e forma das nuvens. Símbolos são conectividades que apontam outra realidade ou forma de existência ou aproximação de eventos.
O exagero em querem ver sinais divino em tudo levou a humanidade a cometer os pecados das artes de adivinhações com a quiromancia (leitura da mão), astrologia (leitura dos astros), necromancia (leitura dos mortos) e uma infinidade de sistemas de adivinhação pecaminosos.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO
A Indústria do Holocausto
TÍTULO DO LIVRO: A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO
AUTOR: NORMAN G. FINKELSTEIN
EDITORA: RECORD
SINOPSE
O livro escrito por um judeu surpreende por tratar a questão sionista como uma exploração da imagem do Holocausto Judeu na Segunda Guerra Mundial, exploração , segundo o autor feita pelos Estados Unidos e pela elite judaica que propagavam o sofrimento dos judeus na Segunda Guerra para justificar ações indenizatórias contra os governos que apoiaram o regime Nazista, bem como uma tática do governo americano de colocar o pé no Oriente Médio em um conchave com o Estado Judeu de Israel.
Para Norman G. Finkelstein, "...as atrocidades nazistas transformaram-se num mito americano que serve aos interesses da elite judaica, sendo que nesse sentido, o holocausto transformou-se em Holocausto (com h maiúsculo), ou seja, numa indústria que exibe como vítimas o grupo étnico mais bem sucedido dos Estados Unidos e apresenta como indefeso um país como Israel, uma das maiores potências militares do mundo, que oprime os não judeus em seu território e em áreas de influência".
"...o Holocausto se transforma assim, numa cobertura para Israel perpetuar a espoliação dos palestinos, enquanto os Estados Unidos podem esquecer os massacres e as injustiças que marcaram sua história."
RECOMENDAÇÕES
Livro imprestável, de tão ruim talvez não sirva nem mesmo como combustível na lareira. Quanto mais estudo as questões do Oriente Médio percebo como tem gente disposta a tudo por um lugar ao “sol” e como tem gente irracional, neste caso não podemos nem dar a desculpa que se trata de um desinformado sobre a questão judaica. O caso de Finkelstein talves seja mais de psiquiatria do que orientação política. Minha posição ideológica é suspeitissima porque sou pró-americano e ultra-sionista, mas não deixo minha paixão obscurecer minha visão como a do professor Finkelstein que preservado pelos pais do sofrimento judaico, chega as raias de negar o histórico sofrimento dos judeus não somente na Segunda Guerra Mundial, mas desde três mil e quinhentos anos atrás quando foram escravos no Egito por quatrocentos anos.
O povo judeu é maravilho porque em sua história produziu os maiores gênios da humanidade como Jesus,Albert Einstein e os maiores cretínos como Judas e Karl Marx, contudo a posição do autor chega a me causar espanto.
O AUTOR
Um professor judeu americano da Universidade de Nova York, filho de judeus egressos do Gueto de Varsóvia e sobreviventes do campo de concentração de Maidanek e Auschwitz, Norman G. Finkelstein nasceu no Broklyn, Nova York, em 1953. Autor da tese de doutorado "The Theory of Zionism", defendida no Departamento de Política da Universidade de Princeton, atualmente é professor da Universidade de Nova York, onde leciona Teoria Política.
Colaborador do London Review Books, entre suas obras estão: Image and Reality of the Israel-Palestine Conflict, The Rise and Fall of Palestine e A Nation on Trial The Goldhagen Thesis and Historical Truth, indicado como livro do ano pelo New York Times Book Review.
TÍTULO DO LIVRO: A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO
AUTOR: NORMAN G. FINKELSTEIN
EDITORA: RECORD
SINOPSE
O livro escrito por um judeu surpreende por tratar a questão sionista como uma exploração da imagem do Holocausto Judeu na Segunda Guerra Mundial, exploração , segundo o autor feita pelos Estados Unidos e pela elite judaica que propagavam o sofrimento dos judeus na Segunda Guerra para justificar ações indenizatórias contra os governos que apoiaram o regime Nazista, bem como uma tática do governo americano de colocar o pé no Oriente Médio em um conchave com o Estado Judeu de Israel.
Para Norman G. Finkelstein, "...as atrocidades nazistas transformaram-se num mito americano que serve aos interesses da elite judaica, sendo que nesse sentido, o holocausto transformou-se em Holocausto (com h maiúsculo), ou seja, numa indústria que exibe como vítimas o grupo étnico mais bem sucedido dos Estados Unidos e apresenta como indefeso um país como Israel, uma das maiores potências militares do mundo, que oprime os não judeus em seu território e em áreas de influência".
"...o Holocausto se transforma assim, numa cobertura para Israel perpetuar a espoliação dos palestinos, enquanto os Estados Unidos podem esquecer os massacres e as injustiças que marcaram sua história."
RECOMENDAÇÕES
Livro imprestável, de tão ruim talvez não sirva nem mesmo como combustível na lareira. Quanto mais estudo as questões do Oriente Médio percebo como tem gente disposta a tudo por um lugar ao “sol” e como tem gente irracional, neste caso não podemos nem dar a desculpa que se trata de um desinformado sobre a questão judaica. O caso de Finkelstein talves seja mais de psiquiatria do que orientação política. Minha posição ideológica é suspeitissima porque sou pró-americano e ultra-sionista, mas não deixo minha paixão obscurecer minha visão como a do professor Finkelstein que preservado pelos pais do sofrimento judaico, chega as raias de negar o histórico sofrimento dos judeus não somente na Segunda Guerra Mundial, mas desde três mil e quinhentos anos atrás quando foram escravos no Egito por quatrocentos anos.
O povo judeu é maravilho porque em sua história produziu os maiores gênios da humanidade como Jesus,Albert Einstein e os maiores cretínos como Judas e Karl Marx, contudo a posição do autor chega a me causar espanto.
O AUTOR
Um professor judeu americano da Universidade de Nova York, filho de judeus egressos do Gueto de Varsóvia e sobreviventes do campo de concentração de Maidanek e Auschwitz, Norman G. Finkelstein nasceu no Broklyn, Nova York, em 1953. Autor da tese de doutorado "The Theory of Zionism", defendida no Departamento de Política da Universidade de Princeton, atualmente é professor da Universidade de Nova York, onde leciona Teoria Política.
Colaborador do London Review Books, entre suas obras estão: Image and Reality of the Israel-Palestine Conflict, The Rise and Fall of Palestine e A Nation on Trial The Goldhagen Thesis and Historical Truth, indicado como livro do ano pelo New York Times Book Review.
domingo, 23 de maio de 2010
ORIENTE MÉDIO - UMA REGIÃO DE CONFLITOS
Oriente Médio - Uma Região de Conflitos
ISBN: 85-16-00492-9
Autor: Nelson Bacic Olic
História Contemporânea. Didático. Ensino De 1º Grau.
Oriente Médio. Islamismo. Petróleo. Imperialismo.
Afeganistão X Urss. Irã X Iraque. Líbano. Palestina. Conflito árabe-israelense. Olp.
Oriente Médio - Uma Região de Conflitos
Nelson Bacic Olic
SINOPSE
Um barril de pólvora prestes a explodir. Esta é a imagem tradicionalmente associada ao Oriente Médio, uma região estrategicamente situada entre o Ocidente e o mundo oriental, berço das mais antigas civilizações e de três religiões monoteístas. A ocorrência das maiores jazidas de petróleo conhecidas na região atiçou interesses intra e extra-regionais, que desencadearam a crises de amplitude internacional. Hoje, além do petróleo, a água é fonte crescente de preocupações. Neste contexto, a falta de solução para a Questão Palestina, o crescimento do fundamentalismo islâmico e os desdobramentos gerados pelos ataques terroristas sofridos pelos EUA em 2001 colocam enormes desafios para o futuro da região. Nelson Bacic analisa as causas desses conflitos, mostrando a conjunção de fatores históricos, geográficos, religiosos, estratégicos, culturais, sociais, étnicos e econômicos como ponto de partida para a compreensão de tantos problemas que parecem longe de uma solução pacífica.
RECOMENDAÇÕES
O livro é recomendável para que deseja conhecer e opinar sobre os assuntos relativos ao Oriente Médio. Quem muitas vezes assisti o telejornal ou lê uma notícia relativa aos conflitos e guerras do Oriente Médio, sem ter um amplo conhecimento dos conflitos históricos que envolve aqueles povos, fica sem entender porque aquele povo se mata tanto. Estes conflitos são potencializados por vários fatores como as disputas religiosas entre muçulmanos, judeus e cristãos, além das questões relativa a exploração das riquezas minerais e até mesmo a questão da sobrevivência relacionada com o domínio das fontes de águas. O professor Nelson ajuda aos alunos de história para que possam com o auxilio desta Obra ampliar seus horizontes intelectuais sobre o tema.
O AUTOR
Nelson Bacic Olic, nasceu em 28/04/1947, filho de Iugoslavos, nascido em São Paulo, é formado em Geografia e Química Industrial, tendo ensinado por três décadas nas escolas do Estado de São Paulo, já publicou mais de doze livros paradidáticos.
ISBN: 85-16-00492-9
Autor: Nelson Bacic Olic
História Contemporânea. Didático. Ensino De 1º Grau.
Oriente Médio. Islamismo. Petróleo. Imperialismo.
Afeganistão X Urss. Irã X Iraque. Líbano. Palestina. Conflito árabe-israelense. Olp.
Oriente Médio - Uma Região de Conflitos
Nelson Bacic Olic
SINOPSE
Um barril de pólvora prestes a explodir. Esta é a imagem tradicionalmente associada ao Oriente Médio, uma região estrategicamente situada entre o Ocidente e o mundo oriental, berço das mais antigas civilizações e de três religiões monoteístas. A ocorrência das maiores jazidas de petróleo conhecidas na região atiçou interesses intra e extra-regionais, que desencadearam a crises de amplitude internacional. Hoje, além do petróleo, a água é fonte crescente de preocupações. Neste contexto, a falta de solução para a Questão Palestina, o crescimento do fundamentalismo islâmico e os desdobramentos gerados pelos ataques terroristas sofridos pelos EUA em 2001 colocam enormes desafios para o futuro da região. Nelson Bacic analisa as causas desses conflitos, mostrando a conjunção de fatores históricos, geográficos, religiosos, estratégicos, culturais, sociais, étnicos e econômicos como ponto de partida para a compreensão de tantos problemas que parecem longe de uma solução pacífica.
RECOMENDAÇÕES
O livro é recomendável para que deseja conhecer e opinar sobre os assuntos relativos ao Oriente Médio. Quem muitas vezes assisti o telejornal ou lê uma notícia relativa aos conflitos e guerras do Oriente Médio, sem ter um amplo conhecimento dos conflitos históricos que envolve aqueles povos, fica sem entender porque aquele povo se mata tanto. Estes conflitos são potencializados por vários fatores como as disputas religiosas entre muçulmanos, judeus e cristãos, além das questões relativa a exploração das riquezas minerais e até mesmo a questão da sobrevivência relacionada com o domínio das fontes de águas. O professor Nelson ajuda aos alunos de história para que possam com o auxilio desta Obra ampliar seus horizontes intelectuais sobre o tema.
O AUTOR
Nelson Bacic Olic, nasceu em 28/04/1947, filho de Iugoslavos, nascido em São Paulo, é formado em Geografia e Química Industrial, tendo ensinado por três décadas nas escolas do Estado de São Paulo, já publicou mais de doze livros paradidáticos.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
ANAIS DA HISTÓRIA
Anais (do latim annales, de annus, "ano") são, tradicionalmente, uma forma concisa de registro da história de um povo ou instituição, originalmente organizada ano a ano. O termo passou a designar, por derivação, qualquer publicação científica ou artística de frequência regular ou periódica, ou obra que registre memórias ou fatos pessoais. (Wikipédia)
IMAGENS FARTAS E GRÁTIS
Observando sua postagem rica em fotos, fico impressionado como a tecnologia tem nos ajudado a estudar História. Há duas décadas atrás para podermos ter acesso a farto material fotográfico de lugares históricos teríamos que dispor de bom capital para investir em uma biblioteca com livro contendo ilustrações.
Livros com fotos, mapas e ilustrações custavam mais caro do que um livro contendo apenas textos, de maneira que ter acesso as imagens dos lugares históricos do mundo era uma árdua e cara tarefa.
Fico deslumbrado em podermos hoje ter acesso a praticamente todo o planeta graças a Internet. Ainda mantenho uma biblioteca física em meu sítio em Itariri, mas hoje já possuo uma biblioteca virtual própria onde coleciono textos, imagens e vídeo e a custo zero.
Um aluno medíocre de hoje tem a obrigação de conhecer mais do que qualquer professor de outra geração, porque a Internet nos abriu a porta da informação em uma proporção que somente os ricos de outros tempos poderiam ter acesso a tanta informação, ou para quem vivesse socado dentro de uma boa biblioteca pública.
Livros com fotos, mapas e ilustrações custavam mais caro do que um livro contendo apenas textos, de maneira que ter acesso as imagens dos lugares históricos do mundo era uma árdua e cara tarefa.
Fico deslumbrado em podermos hoje ter acesso a praticamente todo o planeta graças a Internet. Ainda mantenho uma biblioteca física em meu sítio em Itariri, mas hoje já possuo uma biblioteca virtual própria onde coleciono textos, imagens e vídeo e a custo zero.
Um aluno medíocre de hoje tem a obrigação de conhecer mais do que qualquer professor de outra geração, porque a Internet nos abriu a porta da informação em uma proporção que somente os ricos de outros tempos poderiam ter acesso a tanta informação, ou para quem vivesse socado dentro de uma boa biblioteca pública.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
HÁBITO DE PESQUISA
Tenho visto doutores passando apuros e ridículos em vários segmentos do saber por causa da perda do hábito de PESQUISAR. A história destas pessoas é mais ou menos assim: Quando estão se formando profissionalmente dão o máximo de si para obter um diploma de nível superior, um título de doutor ou pós-graduação e após passar em um concurso público ou alcançar uma sala com ar-condicionado em uma empresa multinacional, passam a relaxar e vão ficando para trás no mercado cada vez competitivo.
No campo da Educação ocorre a mesma coisa, alguns professores correm o risco de cairem na tentação de não fazerem pesquisa no campo de saber a qual está licenciado a lecionar e ficam atolados no mesmo método e com a mesma cartilha do início da carreira. Conclusão: Ficarão para trás e perderão o contato com a nova geração que muitas vezes tem acesso as informações novas, baseadas em pesquisas recentes e ocorre o que chamamos de conflito de gerações. Vejo isso acontecer com os médicos antigões, com os delegados de polícia e outros profissionais.
Temos que por isso na cabeça: Pesquisar, se atualizar, se reciclar é algo imprescindível para quem deseja se manter bem cotado no mercado profissional.
No campo da Educação ocorre a mesma coisa, alguns professores correm o risco de cairem na tentação de não fazerem pesquisa no campo de saber a qual está licenciado a lecionar e ficam atolados no mesmo método e com a mesma cartilha do início da carreira. Conclusão: Ficarão para trás e perderão o contato com a nova geração que muitas vezes tem acesso as informações novas, baseadas em pesquisas recentes e ocorre o que chamamos de conflito de gerações. Vejo isso acontecer com os médicos antigões, com os delegados de polícia e outros profissionais.
Temos que por isso na cabeça: Pesquisar, se atualizar, se reciclar é algo imprescindível para quem deseja se manter bem cotado no mercado profissional.
FONTES DE MINHAS PESQUISAS
OLÁ COLEGAS,
Em minhas postagens nos fóruns eu emito minhas opiniões sobre temas de história e muitas destas participações minhas no fórum eu publico em alguns dos meus quase duzentos blogs que possuo na internet em português, francês, inglês e espanhol.
Minhas consultas abrange centenas de sites e como gosto de temas relativo ao povos orientais, em específico do Oriente-Médio, faço várias consultas em vários sites em francês. O meu preferido é:
http://www.rfi.fr - Radio France Internacional – Quem conhece um pouco de francês deve acompanhar este site. Eu todos os dias no meu serviço pelo menos uma hora fico escutando a RFI, além de ter informações da França, há um jornal sobre as principais notícias da África e outro do Mundo. Além do mais o Jornal en français facile, você escuta a notícia por locutores que falam um francês inteligível para quem é estrangeiro e lê o texto da redação. No Brasil os meios de comunicações só enfatizam notícias daqui, dos Estados Unidos e Europa. O RFI parece outro mundo porque dá destaque a África e Oriente-Médio.
http://lecercle.histoire.presse.fr – O slogan deste site é “A Revista preferida pelos apaixonados por história”. Deste site extraio muitas informações que servem para alimentar meus blogs na internet. Este site está ligado a Revista “L'Histoire” que por sua vez é um periódico dedicado ao tema. O povo francês merece a fama de serem intelectuais, razão porque como as migalhas que caem da mesa deles...
http://www.brasilescola.com – Em minhas pesquisas sobre a história do Brasil, não posso deixar de citar a importância do site brasilescola, além de ter uma boa diagramação que facilita a pesquisa, este site dá uma visão panorâmica espetacular sobre o Brasil histórico. Devemos ter orgulho do Brasil porque está se formando um povo com elementos capacitados como os integrantes do Brasil escola.
http://www.portalsaofrancisco.com.br – Estaria cometendo um sacrilégio contra a cultura brasileira se deixasse fora desta lista o Portal do Colégio São Francisco. Quem de nós pelo menos uma vez não acessou este portal? Este site é uma versão brasileira do Wikipédia. É um portal sério e contem informações seguras. Todo estudante já deve ter feito pesquisa neste site principalmente quando o tema é história do Brasil.
Em minhas postagens nos fóruns eu emito minhas opiniões sobre temas de história e muitas destas participações minhas no fórum eu publico em alguns dos meus quase duzentos blogs que possuo na internet em português, francês, inglês e espanhol.
Minhas consultas abrange centenas de sites e como gosto de temas relativo ao povos orientais, em específico do Oriente-Médio, faço várias consultas em vários sites em francês. O meu preferido é:
http://www.rfi.fr - Radio France Internacional – Quem conhece um pouco de francês deve acompanhar este site. Eu todos os dias no meu serviço pelo menos uma hora fico escutando a RFI, além de ter informações da França, há um jornal sobre as principais notícias da África e outro do Mundo. Além do mais o Jornal en français facile, você escuta a notícia por locutores que falam um francês inteligível para quem é estrangeiro e lê o texto da redação. No Brasil os meios de comunicações só enfatizam notícias daqui, dos Estados Unidos e Europa. O RFI parece outro mundo porque dá destaque a África e Oriente-Médio.
http://lecercle.histoire.presse.fr – O slogan deste site é “A Revista preferida pelos apaixonados por história”. Deste site extraio muitas informações que servem para alimentar meus blogs na internet. Este site está ligado a Revista “L'Histoire” que por sua vez é um periódico dedicado ao tema. O povo francês merece a fama de serem intelectuais, razão porque como as migalhas que caem da mesa deles...
http://www.brasilescola.com – Em minhas pesquisas sobre a história do Brasil, não posso deixar de citar a importância do site brasilescola, além de ter uma boa diagramação que facilita a pesquisa, este site dá uma visão panorâmica espetacular sobre o Brasil histórico. Devemos ter orgulho do Brasil porque está se formando um povo com elementos capacitados como os integrantes do Brasil escola.
http://www.portalsaofrancisco.com.br – Estaria cometendo um sacrilégio contra a cultura brasileira se deixasse fora desta lista o Portal do Colégio São Francisco. Quem de nós pelo menos uma vez não acessou este portal? Este site é uma versão brasileira do Wikipédia. É um portal sério e contem informações seguras. Todo estudante já deve ter feito pesquisa neste site principalmente quando o tema é história do Brasil.
sexta-feira, 19 de março de 2010
HISTÓRIA LOCAL
Quero fazer uma consideração particular sobre a produção histórica voltada para a história local e regional:
HISTÓRIA LOCAL
Sinto-me plenamente realizado na minha profissão de escrivão de policia, porque sou um historiógrafo oficial do Estado de São Paulo, cuja competência é registrar histórias do cotidiano de desavenças entre marido e mulher, vizinhos, violência urbana, e descrever os acidentes de trânsitos com vítimas. O mais fascinante é que não faço o mero papel de plantonista que põe no histórico do Boletim de Ocorrência o que aconteceu segundo o condutor da ocorrência, que em geral é a vítima ou o policial militar que apresenta a ocorrência na delegacia.
Eu trabalho também há oito anos com inquérito policial e isso me deixa mais empolgado do que o trabalho de plantão. Por quê?
- No plantão você registra os fatos no calor das emoções e ouvindo parcialmente o relato do que aconteceu. No inquérito policial, o escrivão trabalha com tempo ilimitado para concluir o inquérito, enquanto houve diligência a serem cumpridas. Assim, teremos condições de verificar se os fatos aconteceram da forma que nos foi contado no BO.
Trouxe esta minha experiência profissional para o debate no fórum para que os colegas não vejam a si mesmos como meros leitores de história, mas que procure questionar se os fatos foram assim mesmos como nos passaram. Mas estou falando em questionar e não CONTESTAR. Não havendo elementos contrários a um fato histórico não podemos contestá-lo levianamente, pois se presume de boa-fé tudo o que se fala e escreve.
Mas falando de HISTÓRIA LOCAL, vocês já perceberam que o povo não gosta de telejornais com ênfase em economia, política e internacional??? O povo gosta de história local, violência urbana, falta de saneamento básico, coisas pitorescas, porém, mais próximo da realidade que vive. Não critico o povo de tudo, afinal que interesse tem para o pobre as cotações das moedas estrangeiras e os investimentos nas bolsas de valores se ele tem dificuldades de comprar pão e não tem REAL no bolso???
Esta breve reflexão que trago à tona é para simplesmente dizer que o professor de história na minha concepção deve falar de um mundo distante, de um tempo antigo, mas sem perder o foco na realidade dos alunos, caso contrário eles não terão interesse no que estamos ministrando em sala de aula.
HISTÓRIA LOCAL
Sinto-me plenamente realizado na minha profissão de escrivão de policia, porque sou um historiógrafo oficial do Estado de São Paulo, cuja competência é registrar histórias do cotidiano de desavenças entre marido e mulher, vizinhos, violência urbana, e descrever os acidentes de trânsitos com vítimas. O mais fascinante é que não faço o mero papel de plantonista que põe no histórico do Boletim de Ocorrência o que aconteceu segundo o condutor da ocorrência, que em geral é a vítima ou o policial militar que apresenta a ocorrência na delegacia.
Eu trabalho também há oito anos com inquérito policial e isso me deixa mais empolgado do que o trabalho de plantão. Por quê?
- No plantão você registra os fatos no calor das emoções e ouvindo parcialmente o relato do que aconteceu. No inquérito policial, o escrivão trabalha com tempo ilimitado para concluir o inquérito, enquanto houve diligência a serem cumpridas. Assim, teremos condições de verificar se os fatos aconteceram da forma que nos foi contado no BO.
Trouxe esta minha experiência profissional para o debate no fórum para que os colegas não vejam a si mesmos como meros leitores de história, mas que procure questionar se os fatos foram assim mesmos como nos passaram. Mas estou falando em questionar e não CONTESTAR. Não havendo elementos contrários a um fato histórico não podemos contestá-lo levianamente, pois se presume de boa-fé tudo o que se fala e escreve.
Mas falando de HISTÓRIA LOCAL, vocês já perceberam que o povo não gosta de telejornais com ênfase em economia, política e internacional??? O povo gosta de história local, violência urbana, falta de saneamento básico, coisas pitorescas, porém, mais próximo da realidade que vive. Não critico o povo de tudo, afinal que interesse tem para o pobre as cotações das moedas estrangeiras e os investimentos nas bolsas de valores se ele tem dificuldades de comprar pão e não tem REAL no bolso???
Esta breve reflexão que trago à tona é para simplesmente dizer que o professor de história na minha concepção deve falar de um mundo distante, de um tempo antigo, mas sem perder o foco na realidade dos alunos, caso contrário eles não terão interesse no que estamos ministrando em sala de aula.
quarta-feira, 17 de março de 2010
ABORDAGEM DA HISTÓRIA SEGUNDO OS PCNS
A orientação do MEC e dos novos Parâmetros Curriculares Nacionais são direcionados no sentido de discutir com os alunos sobre os temas da história de maneira a trazer para o nosso tempo os fatos passados.
O mestre deve mostrar aos seus discípulos as lições extraídas dos eventos históricos e como isso contribuiu para o nosso mundo ter as características que tem hoje.
O foco do ensino de História não é somente o de descrever os fatos e datas importantes do passado, mas despertar o senso crítico dos alunos para que possam entender as mudanças sociais que ocorreram em consequências dos eventos passado.
Entendo que os novos parâmetros curriculares não desejam que os professores apontem a importância quase heróica dos personagens históricos, que se deve valorizar todos os elementos étnicos que compõe o desenvolvimento histórico, em especial a História do Brasil, e neste ponto, espera-se que os professores realcem os valores dos negros e índios na composição do povo e da história brasileira.
Os alunos devem aprender história com exemplos, comparações e na visão do mundo em volta do aluno, tentando trazer para a realidade do aluno o estudo de História. A disciplina deve ser ensinada e contextualizada com a realidade da comunidade dos alunos para que possa despertar neles o interesse pelo aprendizado da História e como isso influência as vidas deles no dia-a-dia.
O mestre deve mostrar aos seus discípulos as lições extraídas dos eventos históricos e como isso contribuiu para o nosso mundo ter as características que tem hoje.
O foco do ensino de História não é somente o de descrever os fatos e datas importantes do passado, mas despertar o senso crítico dos alunos para que possam entender as mudanças sociais que ocorreram em consequências dos eventos passado.
Entendo que os novos parâmetros curriculares não desejam que os professores apontem a importância quase heróica dos personagens históricos, que se deve valorizar todos os elementos étnicos que compõe o desenvolvimento histórico, em especial a História do Brasil, e neste ponto, espera-se que os professores realcem os valores dos negros e índios na composição do povo e da história brasileira.
Os alunos devem aprender história com exemplos, comparações e na visão do mundo em volta do aluno, tentando trazer para a realidade do aluno o estudo de História. A disciplina deve ser ensinada e contextualizada com a realidade da comunidade dos alunos para que possa despertar neles o interesse pelo aprendizado da História e como isso influência as vidas deles no dia-a-dia.
terça-feira, 9 de março de 2010
QUAL O FIM DA HISTÓRIA?
O texto abaixo faz parte de minha participação no fórum do Curso de História da Unimes.
----------------------------
Caro Ladislau,
Estava lendo as postagens dos demais colegas, todos apontando vários aspectos do biografado, objeto deste fórum, analisando as reflexões dos futuros historiadores brasileiros, quando ative-me aos detalhes descrito na sua publicação.
Primeiro gostei mesmo da forma como você descreve detalhadamente o quadro ANELUS NOVUS, esmiuçando cada detalhe da imagem. É um texto descritivo rico em detalhes. Parabéns!
No segundo parágrafo, o seu texto é curto, porém, contém as informações necessárias para que possamos entender o pensamento de Walter Benjamin.
Esta visão apocalíptica do Benjamin vem de encontro com um tema muito importante para as nossas carreiras de historiadores. As questões são:
O que nos aguarda no futuro?
Acreditamos de fato que o homem finalmente encontrará a fórmula para a paz, igualdade, felicidade e o bem comum ou estará a humanidade condenada a sucumbir?
Se a humanidade vai ser exterminada, será pela mão de quem??? Humana? Extra-terrestre? Divina? Cataclisma geológico? Colapso astronômico?
Onde vai terminar a história?
A história vai ter fim?
Estas perguntas são em parte refletida por Benjamin que visualizou um final melancólico para a humanidade. Se pretendemos de fato sermos historiadores, devemos estudar estas questões para sermos mais do que um mero professor de história, que apenas repete didáticamente o conteúdo programático que aos professores são impostos pelo sistema em que esteja inserido
quinta-feira, 4 de março de 2010
CURSOS DE HISTÓRIA NA VISÃO MARXISTA
Desculpem todos,
VIVA A AMÉRICA!!!!
Mas acho um "porre" ficar dando tanta "bola" para o marxismo, talvez eu seja “burro”, pois há vários anos estudo de uma forma ou de outra as idéias marxistas e cada vez mais me convenço que não passa de bobeiras, teorias distorcidas sobre a vida, a humanidade, as relações de trabalho, usam um linguajar erudito para parecerem sábios, mas para mim não sabem de onde vem tantas idéias absurdas, o que eles são de fato e o que pretendem. Sim, o marxismo quer destruir a humanidade. Ainda bem que o Lula abandonou as idéias radicais da esquerda, caso contrário teria destruído a estabilidade econômica que o EXCELENTÍSSIMO FHC entronizou no Brasil. Não esqueçamos que no governo FHC ocorreu o fenômeno chamado pelos economistas das 10 PRAGAS DO GOVERNO FHC, ou seja, crises globais, e mesmo assim o Brasil não quebrou.
Antecipei-me e li a lição 30 desta disciplina e acho um absurdo que a Universidade Unimes exponha em suas plataformas de ensino idéias marxistas de cabo a rabo. Imagino que a reitoria seja composta de russos vestidos de vermelho.
O ápice do curso termina com uma frase HEDIONDA contra o capitalismo dizendo:
“O desafio do século XXI: Os seres humanos não foram criados para o capitalismo..”
Eu estou aqui para estudar história, ou estou fazendo um curso para ser COMUNISTA.
Pois bem, entrarei no jogo, mas já vou logo dizendo minha posição: Sou cristão, acredito em Deus, de todas as porcarias que a humanidade semeou na Terra a Liberdade-Democrática-Capitalista é o menos cruel dos sistemas políticos-econômicos deste mundo.
Delirem com os sistemas de castas indianos, sonhem com uma sociedade marxista de morta-fome como os soviéticos, que viviam só do marketing de corrida espacial e potencial olímpica. Curtam os marxistas as belas praias de Cuba, onde os “playboys” cubanos chegam em seus carrões ENFERRUJADOS dos anos 50.
Eu fico com os pés na Terra, na terra de Israel que é a única democracia de verdade do Oriente Médio e apenas repele as injustas agressões. Eu sigo prestando homenagem a bandeira Norte-Americana, povo que valoriza a livre iniciativa, a fé em Deus, para lá converge pessoas de todo mundo, inclusive: russos, cubanos, iranianos, paquistaneses, inimigos históricos dos Americanos, mas quem chega lá para estudar, trabalhar e construir seu sonho, pode chegar até A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
Participarei democraticamente dos forúns, estudando as lições, mas darei minha opinião sincera sobre o Marxismo e o Positivismo – LIXO.
Não quero ser antagônico, criador de confusão, polêmico. Todos tem direito de pensar o que quiser sobre o mundo e a faculdade tem direito de transmitir sua visão do mundo de maneira sútil ou até ostensiva como está sendo o MARXISMO-UNIMISTA. Mas o meu herói do século foi GEORGE BUSH.....
VIVA A AMÉRICA!!!!
Mas acho um "porre" ficar dando tanta "bola" para o marxismo, talvez eu seja “burro”, pois há vários anos estudo de uma forma ou de outra as idéias marxistas e cada vez mais me convenço que não passa de bobeiras, teorias distorcidas sobre a vida, a humanidade, as relações de trabalho, usam um linguajar erudito para parecerem sábios, mas para mim não sabem de onde vem tantas idéias absurdas, o que eles são de fato e o que pretendem. Sim, o marxismo quer destruir a humanidade. Ainda bem que o Lula abandonou as idéias radicais da esquerda, caso contrário teria destruído a estabilidade econômica que o EXCELENTÍSSIMO FHC entronizou no Brasil. Não esqueçamos que no governo FHC ocorreu o fenômeno chamado pelos economistas das 10 PRAGAS DO GOVERNO FHC, ou seja, crises globais, e mesmo assim o Brasil não quebrou.
Antecipei-me e li a lição 30 desta disciplina e acho um absurdo que a Universidade Unimes exponha em suas plataformas de ensino idéias marxistas de cabo a rabo. Imagino que a reitoria seja composta de russos vestidos de vermelho.
O ápice do curso termina com uma frase HEDIONDA contra o capitalismo dizendo:
“O desafio do século XXI: Os seres humanos não foram criados para o capitalismo..”
Eu estou aqui para estudar história, ou estou fazendo um curso para ser COMUNISTA.
Pois bem, entrarei no jogo, mas já vou logo dizendo minha posição: Sou cristão, acredito em Deus, de todas as porcarias que a humanidade semeou na Terra a Liberdade-Democrática-Capitalista é o menos cruel dos sistemas políticos-econômicos deste mundo.
Delirem com os sistemas de castas indianos, sonhem com uma sociedade marxista de morta-fome como os soviéticos, que viviam só do marketing de corrida espacial e potencial olímpica. Curtam os marxistas as belas praias de Cuba, onde os “playboys” cubanos chegam em seus carrões ENFERRUJADOS dos anos 50.
Eu fico com os pés na Terra, na terra de Israel que é a única democracia de verdade do Oriente Médio e apenas repele as injustas agressões. Eu sigo prestando homenagem a bandeira Norte-Americana, povo que valoriza a livre iniciativa, a fé em Deus, para lá converge pessoas de todo mundo, inclusive: russos, cubanos, iranianos, paquistaneses, inimigos históricos dos Americanos, mas quem chega lá para estudar, trabalhar e construir seu sonho, pode chegar até A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
Participarei democraticamente dos forúns, estudando as lições, mas darei minha opinião sincera sobre o Marxismo e o Positivismo – LIXO.
Não quero ser antagônico, criador de confusão, polêmico. Todos tem direito de pensar o que quiser sobre o mundo e a faculdade tem direito de transmitir sua visão do mundo de maneira sútil ou até ostensiva como está sendo o MARXISMO-UNIMISTA. Mas o meu herói do século foi GEORGE BUSH.....
terça-feira, 2 de março de 2010
AS ARMADILHAS DO QUADRIPARTISMO HISTÓRICO
MEUS COMENTÁRIOS:
No meu ponto de vista a visão do quadripartismo não possui em si armadilha alguma. É óbvio que nós, latino-americanos, teriamos uma cronologia seguindo as ordens dos eventos dos conquistadores europeus, a qual, por fim, herdamos a sua cultura, religião e até mesmo o idioma. Os índios e negros não tinham escrita, o que não está escrito, como se diz na linguagem jurídica, NÃO EXISTE.
Queriam o que?? Que seguisemos o calendário judaico? Que se encontra com mais de 5 mil anos de história registrada? Ou seguiriamos o calendário muçulmano, onde eles se encontram proximo do ano 1500 depois da heriga, fuga de Maomé de Meca para Medina???
Não vejo razão para sermos tão contestadores do passado. Bem ou Mal, somos frutos da história dos nossos antepassados. Cada povo tem seu calendário e sua festas comemorativas. Os povos de tradições latinas e da cristandade ocidental segue esta divisão da história.
Concordo plenamente que da forma que estudamos na escola no Ensino Fundamental e Médio não temos informações suficiente sobre a civilização Indiana, Chinesa, Árabe e outras tantas de maneira até mesmo elementar.
Chegamos a idade adulta, apenas tendo uma ínfima noção que existem estes povos. Entretanto, considerando o universo de conhecimento que temos que adquirir durante a vida é natural que temos que dar prioridade para a nossa cultura e sociedade. Caso contrário, estariamos criticando com veemência o fato de dedicarmos muito tempo ao estudo de culturas e civilizações que pouca relação tem com a nossa realidade.
Sinto falta de conhecer mais a história de outras civilizações, mas admito que pelo escasso tempo dado a educação, esta ênfase na história da América e da Europa é plenamente justificável.
Assim sendo, a visão da história do ponto de vista QUADRIPARTIDO, não deve ser visto como contendo armadilhas. Quem se especializa em História pode ser Mestre ou Doutor em História Antiga, ou Média, ou Moderna, ou Contemporânea, mas também em uma busca mais profunda do saber, há espaço na nossa Educação para os Mestres e Doutores em Orientalismo, Civilização Indiana, Estudos Islâmicos.
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As armadilhas do quadripartismo histórico*
Jean Chesneuax
Uma sistematização bem francesa - Cristalização da burocracia histórica e eurocêntrica - A função ideológica específica da história “antiga”, “medieval”, “moderna” e “contemporânea” – O quadripartismo derrotado intelectual e politicamente - O marxismo acadêmico não pode regenerá-lo.
Na França, o estudo e o ensino da história como disciplina integrada à máquina universitária estão organizados em quatro grandes conjuntos, entre os quais supõe-se repartido o tempo histórico:
· História antiga, de fato, história da Antiguidade greco-romana, com uma tímida abertura para o Egito faraônico e os impérios assírio-babilônicos. Esse período se estende tradicionalmente até a queda do Império Romano (conquista de Roma pelos bárbaros, em 410, ou queda do Império Romano do Ocidente, em 484);
· História da Idade Média, de fato, da Idade Média ocidental, com um esforço para estendê-la a Bizâncio, ao leste da Europa e aos países árabes do Mediterrâneo. Esse período se estende até a conquista de Bizâncio pelos turcos (1453) ou até o descobrimento da América por Cristovão Colombo (1492);
· História moderna, sempre da Europa, aí compreendida sua expansão colonial de ultramar, período que se estende até a Revolução Francesa (1789?,1799?,1815?);
· História contemporânea, a única que ultrapassa, bem ou mal, o marco europeu e deixa um lugar efetivo para os países de Ásia, África e América.
É preciso advertir desde já que esse sistema quadripartite de organização da história universal é um fato francês. Em outros países, o passado está organizado de modo diferente, em função de pontos de referência diferentes (cf. capítulo 12, A interioridade nacional em história). Na Grécia, a Antiguidade chega até o século XV, e a ocupação turca corresponde a uma espécie de Idade Média. Na China, a história “moderna” (jindai) vai das guerras do ópio ao movimento patriótico de maio de 1919. Começa com este último a história “contemporânea” (jiandai). Nos Estados Unidos, a história nacional se organiza em três blocos, em função dos eixos fundamentais que são a Guerra de Independência, em fins do século XVIII, e a Guerra de Secessão, em 1860-1864.
Mas é talvez na França que a sistematização da história universal numa estrutura rígida, quadripartite, é mais extremada, mais acabada. Esse quadripartismo cumpre certo número de funções precisas, ao mesmo tempo no nível das instituições universitárias e no nível da ideologia. Desempenha o papel de um verdadeiro aparelho ideológico de Estado.
Função pedagógica
Essas quatro grandes seções formam a armação dos programas de ensino secundário, dos cursos e programas universitários de história, dos concursos de admissão nas escolas normais superiores, dos concursos “de recrutamento “ (Capes, efetivação). O que implica de imediato, a mesma organização para os manuais escolares ou as coleções de obras históricas.
Função institucional
É com base no quadripartismo que se efetua a denominação das cátedras de ensino nas universidades. O CNRS funciona nos mesmos moldes: cada uma de suas quatro comissões de história é todo-poderosa em matéria de créditos, de nomeações, de equipamento científico, num dos quatro domínios clássicos da história. O mesmo se dá nas seções do Comitê Consultivo das Universidades (CCU), organismo mandarinista (capítulo 7), senhor absoluto nas decisões sobre as carreiras, as nomeações, as promoções. Cada historiador profissional deve ser registrado numa dessas quatro comissões ou seções, por exemplo, por ocasião das “eleições”, que são sua fachada democrática. A obrigação policial de domicílio se manifesta aqui com uma nitidez toda particular. É também ao redor dessas grandes divisões que se cristalizam as camarilhas universitárias. Assim, os mestres de história antiga e de história da Idade Média são suficientemente influentes no ministério para conseguirem que seus respectivos setores representem, cada um, um terço dos programas dos exames escritos de efetivação, o que lhes garante estudantes, assistentes, créditos... No entanto, toda a história do mundo até o século XVI não representa, com razão, mais que uma diminuta parte do ensino que o futuro professor deverá proporcionar aos alunos, através do conjunto dos programas de história das turmas no secundário.
Função intelectual
O quadripartismo forma a base da divisão do trabalho de investigação entre os historiadores, e suas quatro zonas são outros tantos subconjuntos fechados sobre si mesmos. Sem dúvida, existem outras chaves, outros modos de divisão do campo histórico e de distribuição das especialidades; é possível afirmar-se como especialista de determinado país ou de certo aspecto da atividade social (história, religiosa, história econômica, história das mentalidades). Todavia, com a exceção de casos marginais, só se consideram legítimas e respeitáveis essas subespecializações, compatíveis com as exigências da ciência histórica, se se efetuam no interior de um dos quatro grandes setores de base: história econômica grega, história do comércio na Idade Média, história demográfica moderna...
Função ideológica e política
O quadripartismo tem como resultado privilegiar o papel do Ocidente na história do mundo e reduzir quantitativa e qualitativamente o lugar dos povos não-europeus na evolução universal. Por essa razão, faz parte do aparelho intelectual do imperialismo. Os marcos escolhidos não tem significado algum para a imensa maioria da humanidade: fim do Império Romano, queda de Bizâncio. Esses mesmos marcos destacam a história das superestruturas políticas, dos Estados, o que também não é inocente.
As categorias básicas do quadripartismo têm uma função ideológica específica, enraízam no passado certo número de valores culturais essenciais para a burguesia dirigente. É o caso da Antiguidade greco-romana, que, desde o Renascimento e, ainda mais, com a Revolução Francesa, por razões políticas, é uma das bases da cultura burguesa na França. Não há muito tempo era preciso compor versos em latim no bacharelado e defender em latim a tese de doutorado (o que Jauréz fez!). Saber grego e latim era um indício seguro de que se pertencia à classe dirigente; as coisas não mudaram até bem pouco tempo, com a ascensão das matemáticas.
A Idade Média é igualmente ideológica. É, quanto ao essencial, uma Idade Média cristã; dá oportunidade, portanto, para se exaltarem os valores da “civilização cristã”: família monarquia, cruzadas, cavalaria: todo um vocabulário tenaz. Essa Idade Média é ideológica na própria origem do termo: uma “longa espera”, “uma Idade Média intermediária entre a Encarnação que encerrou a Antiga Lei e o dia bendito do Reino de Deus que se espera” (M. Bloch). Fazer da Idade Média uma das categorias básicas da história universal é perpetuar o prestígio e a ascendência dos meios do catolicismo conservador e da Igreja: a civilização cristã, de que se pretendem herdeiros, é erigida como um dos pilares do próprio Tempo.
Pompidou, filho de um professor laico, transferido para o campo da grande burguesia, cumpriu de maneira muito coerente sua função ideológica de defender a ordem estabelecida ao restabelecer o latim no quinto ano e organizar grandes festividades para o sétimo centenário de São Luís Rei de França...
O termo “Tempos Modernos”, ao menos desde Voltaire, consagrou a pretensão da burguesia ascendente de completar a história, de controlar para sempre, em nome de sua “modernidade”, o futuro da humanidade inteira. Desde algumas dezenas de anos, a história “moderna” se dissociou da história “contemporânea” no interior do aparelho universitário, mas conserva uma função ideológica específica. O período dos séculos XV-XVIII se apresenta como a idade de ouro dos Antigos Regimes, aqueles cujos mecanismos políticos mais servis parecem evitar as revoluções ou reduzi-las a simples acidentes de percurso. Esse período foi convertido, portanto, na zona de predileção dos adeptos da “longa duração”, da história chamada massiva e, de fato, despolitizada (cf. capítulo 15, tempo curto e tempo longo). Isto porque o estudo da demografia, das mentalidades, das técnicas, da cultura erudita ou popular e das formas sociais de desvio pode se desdobrar à vontade sem que intervenham esses importunos que são as lutas políticas de massa, as crises e as rupturas. Dessa predileção dão testemunho os índices da revista Annales... No estudo desse período “moderno”, historiadores de direita ou de extrema direita, nostálgicos em relação à sociedade pré-capitalista, e historiadores “de esquerda”, propagandistas da nova História, vivem em boa harmonia, apoiados num compromisso político cujo objetivo é precisamente extirpar da história sua dimensão política.
A idade contemporânea, quarto pilar do edifício histórico, envolve uma afirmação e uma pretensão igualmente claras: a aptidão do Ocidente para dominar, política e economicamente, todo o mundo. A história não-européia, marginal ou excêntrica no caso das outras três zonas, torna-se, aqui, componente essencial dessa demonstração ideológica; tem direito de cidadania na instrução história. O domínio do Ocidente sobre o mundo se refletiria, segundo esse ponto de vista, na aptidão dos historiadores ocidentais para apresentar um quadro coerente e global do mundo dos séculos XIX e XX, para ser os guias naturais da história africana, asiática ou americana.
Esse quadripartismo, todavia, já é inadequado no plano intelectual, inclusive para a Europa e até no interior do discurso histórico clássico. Ele recorta em partes arbitrárias certas zonas históricas homogêneas e originais: é o caso da história das regiões marítimas do Báltico e do Mar do Norte, do século XIII e XVIII, com o predomínio dessas grandes cidades comerciais, que ainda hoje tem todas um ar familiar, de Amsterdã a Riga. O quadripartismo relega a segundo plano os fenômenos mais interessantes, as mudanças profundas, os elos históricos. Um especialista do “Baixo Império” e um especialista da “Alta Idade Média” são colocados autoritariamente em diferentes seções do aparelho histórico, são forçados a se domiciliar de um lado ou do outro, com o que se lhes incapacita para um estudo profundo desse período-chave entre a Antiguidade e a Idade Média. O quadripartismo ainda dificulta o estudo dos fenômenos específicos no tempo longo: a comunidade rústica, a utopia, a guerra não-convencional e os marginais. E, finalmente, chega-se a uma verdadeira doutrinação. Um historiador acaba por se convencer de que só é competente nas sacrossantas categorias de base: será proibida toda reflexão geral e comparada.
Mas o quadripartismo fracassa sobretudo pelo próprio movimento da história. Ele se configura incompatível com a evolução do mundo de nosso tempo, com as exigências do presente.
O eurocentrismo, de que é reflexo, é cada vez mais uma pilhéria. O mundo dos brancos, especialmente o mundo dos Wasp (white-anglo-saxon-protestants), terminou. Nixon teve de viajar a Canossa e subir na Grande Muralha; Saigon e Phom Penh foram liberadas por exércitos camponeses armados contra a maior potência do mundo ; a ONU só abrange uma pequena minoria das potências ocidentais que desfrutavam o completo domínio sobre a SDN* meio século antes.
Por outro lado, vivemos “num mundo de nações” (Chu Em Lai). Os problemas da continuidade nacional (capítulo 12) vão cada vez mais substituindo os vastos esquemas. O quadripartismo nada mais é que uma das versões, e não a melhor, do velho sonho de um “discurso sobre a história universal” (capítulo 9); encontra-se tão deteriorado quanto esse próprio sonho.
E, sobretudo, a história como conhecimento de um passado externo a nós se vê, hoje, obrigada a se definir como referência ativa com o passado. A prática social derruba os enclausuramentos do quadripartismo e unifica o campo histórico em função de suas propriedades. Colocar em discussão o atual regime penitenciário obriga a refletir sobre essa instituição no tempo longo, acima das categorias de história “medieval” ou “moderna”. As militantes dos movimentos das mulheres se interrogam, não menos veementemente e num processo coerente, sobre a intensa escravização da “mulher das cavernas” (por que nossas irmãs se deixaram acorrentar?) e sobre o que a Revolução Industrial trouxe de especificamente novo para a exploração social das mulheres.
É preciso salvar, in extremis, o quadripartismo, em nome da teoria marxista? É preciso regenerá-lo, apoiado na sucessão dos grandes modos de produção? A Antiguidade corresponderia ao escravismo, a Idade Média ao feudalismo, os Tempos Modernos ao capitalismo ascendente, o mundo contemporâneo ao capitalismo desenvolvido, já confrontado com o socialismo desde 1917 e 1949.
É certo que cada modo de produção é um poderoso operador histórico; cada um deles estruturou fortemente o conjunto do tecido social de determinada época através da unidade da base econômica e da superestrutura. A família, os valores morais, a prática da escrita histórica, a divisão do trabalho artesanal e o funcionamento da diplomacia se conformam na Idade Média, às leis gerais da produção feudal: todos esses aspectos da vida social se encontram profundamente impregnados de feudalismo. Da mesma forma, os princípios marxistas de análise das sociedades permitem, indubitalvemente, uma análise mais coerente da Antiguidade romana ou do capitalismo ascendente, sob todos os seus aspectos simultaneamente.
Mas os grandes modos de produção definidos por Marx são uma tipologia, uma contribuição à teoria das formações sociais (capítulo 4). Representam casos limites, significativos, que só estão plenamente realizados em condições históricas muitos particulares: Grécia e Roma e, ainda assim, não todo o Império Romano; os estados feudais da Europa ocidental nos séculos XI-XIV; o capitalismo da Europa ocidental e da América do Norte desde meados do século XIX. É muito pouco para tentar reconstruir, com base no velho quadripartismo, um “discurso sobre a história universal” renovado pelo marxismo.
* Este texto corresponde a um capítulo de livro de CHESNEAUX, Jean. Devemos fazer tábula rasa do passado ? São Paulo: Editora ÁTICA,, SDP. Páginas 92 a 99).
No meu ponto de vista a visão do quadripartismo não possui em si armadilha alguma. É óbvio que nós, latino-americanos, teriamos uma cronologia seguindo as ordens dos eventos dos conquistadores europeus, a qual, por fim, herdamos a sua cultura, religião e até mesmo o idioma. Os índios e negros não tinham escrita, o que não está escrito, como se diz na linguagem jurídica, NÃO EXISTE.
Queriam o que?? Que seguisemos o calendário judaico? Que se encontra com mais de 5 mil anos de história registrada? Ou seguiriamos o calendário muçulmano, onde eles se encontram proximo do ano 1500 depois da heriga, fuga de Maomé de Meca para Medina???
Não vejo razão para sermos tão contestadores do passado. Bem ou Mal, somos frutos da história dos nossos antepassados. Cada povo tem seu calendário e sua festas comemorativas. Os povos de tradições latinas e da cristandade ocidental segue esta divisão da história.
Concordo plenamente que da forma que estudamos na escola no Ensino Fundamental e Médio não temos informações suficiente sobre a civilização Indiana, Chinesa, Árabe e outras tantas de maneira até mesmo elementar.
Chegamos a idade adulta, apenas tendo uma ínfima noção que existem estes povos. Entretanto, considerando o universo de conhecimento que temos que adquirir durante a vida é natural que temos que dar prioridade para a nossa cultura e sociedade. Caso contrário, estariamos criticando com veemência o fato de dedicarmos muito tempo ao estudo de culturas e civilizações que pouca relação tem com a nossa realidade.
Sinto falta de conhecer mais a história de outras civilizações, mas admito que pelo escasso tempo dado a educação, esta ênfase na história da América e da Europa é plenamente justificável.
Assim sendo, a visão da história do ponto de vista QUADRIPARTIDO, não deve ser visto como contendo armadilhas. Quem se especializa em História pode ser Mestre ou Doutor em História Antiga, ou Média, ou Moderna, ou Contemporânea, mas também em uma busca mais profunda do saber, há espaço na nossa Educação para os Mestres e Doutores em Orientalismo, Civilização Indiana, Estudos Islâmicos.
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As armadilhas do quadripartismo histórico*
Jean Chesneuax
Uma sistematização bem francesa - Cristalização da burocracia histórica e eurocêntrica - A função ideológica específica da história “antiga”, “medieval”, “moderna” e “contemporânea” – O quadripartismo derrotado intelectual e politicamente - O marxismo acadêmico não pode regenerá-lo.
Na França, o estudo e o ensino da história como disciplina integrada à máquina universitária estão organizados em quatro grandes conjuntos, entre os quais supõe-se repartido o tempo histórico:
· História antiga, de fato, história da Antiguidade greco-romana, com uma tímida abertura para o Egito faraônico e os impérios assírio-babilônicos. Esse período se estende tradicionalmente até a queda do Império Romano (conquista de Roma pelos bárbaros, em 410, ou queda do Império Romano do Ocidente, em 484);
· História da Idade Média, de fato, da Idade Média ocidental, com um esforço para estendê-la a Bizâncio, ao leste da Europa e aos países árabes do Mediterrâneo. Esse período se estende até a conquista de Bizâncio pelos turcos (1453) ou até o descobrimento da América por Cristovão Colombo (1492);
· História moderna, sempre da Europa, aí compreendida sua expansão colonial de ultramar, período que se estende até a Revolução Francesa (1789?,1799?,1815?);
· História contemporânea, a única que ultrapassa, bem ou mal, o marco europeu e deixa um lugar efetivo para os países de Ásia, África e América.
É preciso advertir desde já que esse sistema quadripartite de organização da história universal é um fato francês. Em outros países, o passado está organizado de modo diferente, em função de pontos de referência diferentes (cf. capítulo 12, A interioridade nacional em história). Na Grécia, a Antiguidade chega até o século XV, e a ocupação turca corresponde a uma espécie de Idade Média. Na China, a história “moderna” (jindai) vai das guerras do ópio ao movimento patriótico de maio de 1919. Começa com este último a história “contemporânea” (jiandai). Nos Estados Unidos, a história nacional se organiza em três blocos, em função dos eixos fundamentais que são a Guerra de Independência, em fins do século XVIII, e a Guerra de Secessão, em 1860-1864.
Mas é talvez na França que a sistematização da história universal numa estrutura rígida, quadripartite, é mais extremada, mais acabada. Esse quadripartismo cumpre certo número de funções precisas, ao mesmo tempo no nível das instituições universitárias e no nível da ideologia. Desempenha o papel de um verdadeiro aparelho ideológico de Estado.
Função pedagógica
Essas quatro grandes seções formam a armação dos programas de ensino secundário, dos cursos e programas universitários de história, dos concursos de admissão nas escolas normais superiores, dos concursos “de recrutamento “ (Capes, efetivação). O que implica de imediato, a mesma organização para os manuais escolares ou as coleções de obras históricas.
Função institucional
É com base no quadripartismo que se efetua a denominação das cátedras de ensino nas universidades. O CNRS funciona nos mesmos moldes: cada uma de suas quatro comissões de história é todo-poderosa em matéria de créditos, de nomeações, de equipamento científico, num dos quatro domínios clássicos da história. O mesmo se dá nas seções do Comitê Consultivo das Universidades (CCU), organismo mandarinista (capítulo 7), senhor absoluto nas decisões sobre as carreiras, as nomeações, as promoções. Cada historiador profissional deve ser registrado numa dessas quatro comissões ou seções, por exemplo, por ocasião das “eleições”, que são sua fachada democrática. A obrigação policial de domicílio se manifesta aqui com uma nitidez toda particular. É também ao redor dessas grandes divisões que se cristalizam as camarilhas universitárias. Assim, os mestres de história antiga e de história da Idade Média são suficientemente influentes no ministério para conseguirem que seus respectivos setores representem, cada um, um terço dos programas dos exames escritos de efetivação, o que lhes garante estudantes, assistentes, créditos... No entanto, toda a história do mundo até o século XVI não representa, com razão, mais que uma diminuta parte do ensino que o futuro professor deverá proporcionar aos alunos, através do conjunto dos programas de história das turmas no secundário.
Função intelectual
O quadripartismo forma a base da divisão do trabalho de investigação entre os historiadores, e suas quatro zonas são outros tantos subconjuntos fechados sobre si mesmos. Sem dúvida, existem outras chaves, outros modos de divisão do campo histórico e de distribuição das especialidades; é possível afirmar-se como especialista de determinado país ou de certo aspecto da atividade social (história, religiosa, história econômica, história das mentalidades). Todavia, com a exceção de casos marginais, só se consideram legítimas e respeitáveis essas subespecializações, compatíveis com as exigências da ciência histórica, se se efetuam no interior de um dos quatro grandes setores de base: história econômica grega, história do comércio na Idade Média, história demográfica moderna...
Função ideológica e política
O quadripartismo tem como resultado privilegiar o papel do Ocidente na história do mundo e reduzir quantitativa e qualitativamente o lugar dos povos não-europeus na evolução universal. Por essa razão, faz parte do aparelho intelectual do imperialismo. Os marcos escolhidos não tem significado algum para a imensa maioria da humanidade: fim do Império Romano, queda de Bizâncio. Esses mesmos marcos destacam a história das superestruturas políticas, dos Estados, o que também não é inocente.
As categorias básicas do quadripartismo têm uma função ideológica específica, enraízam no passado certo número de valores culturais essenciais para a burguesia dirigente. É o caso da Antiguidade greco-romana, que, desde o Renascimento e, ainda mais, com a Revolução Francesa, por razões políticas, é uma das bases da cultura burguesa na França. Não há muito tempo era preciso compor versos em latim no bacharelado e defender em latim a tese de doutorado (o que Jauréz fez!). Saber grego e latim era um indício seguro de que se pertencia à classe dirigente; as coisas não mudaram até bem pouco tempo, com a ascensão das matemáticas.
A Idade Média é igualmente ideológica. É, quanto ao essencial, uma Idade Média cristã; dá oportunidade, portanto, para se exaltarem os valores da “civilização cristã”: família monarquia, cruzadas, cavalaria: todo um vocabulário tenaz. Essa Idade Média é ideológica na própria origem do termo: uma “longa espera”, “uma Idade Média intermediária entre a Encarnação que encerrou a Antiga Lei e o dia bendito do Reino de Deus que se espera” (M. Bloch). Fazer da Idade Média uma das categorias básicas da história universal é perpetuar o prestígio e a ascendência dos meios do catolicismo conservador e da Igreja: a civilização cristã, de que se pretendem herdeiros, é erigida como um dos pilares do próprio Tempo.
Pompidou, filho de um professor laico, transferido para o campo da grande burguesia, cumpriu de maneira muito coerente sua função ideológica de defender a ordem estabelecida ao restabelecer o latim no quinto ano e organizar grandes festividades para o sétimo centenário de São Luís Rei de França...
O termo “Tempos Modernos”, ao menos desde Voltaire, consagrou a pretensão da burguesia ascendente de completar a história, de controlar para sempre, em nome de sua “modernidade”, o futuro da humanidade inteira. Desde algumas dezenas de anos, a história “moderna” se dissociou da história “contemporânea” no interior do aparelho universitário, mas conserva uma função ideológica específica. O período dos séculos XV-XVIII se apresenta como a idade de ouro dos Antigos Regimes, aqueles cujos mecanismos políticos mais servis parecem evitar as revoluções ou reduzi-las a simples acidentes de percurso. Esse período foi convertido, portanto, na zona de predileção dos adeptos da “longa duração”, da história chamada massiva e, de fato, despolitizada (cf. capítulo 15, tempo curto e tempo longo). Isto porque o estudo da demografia, das mentalidades, das técnicas, da cultura erudita ou popular e das formas sociais de desvio pode se desdobrar à vontade sem que intervenham esses importunos que são as lutas políticas de massa, as crises e as rupturas. Dessa predileção dão testemunho os índices da revista Annales... No estudo desse período “moderno”, historiadores de direita ou de extrema direita, nostálgicos em relação à sociedade pré-capitalista, e historiadores “de esquerda”, propagandistas da nova História, vivem em boa harmonia, apoiados num compromisso político cujo objetivo é precisamente extirpar da história sua dimensão política.
A idade contemporânea, quarto pilar do edifício histórico, envolve uma afirmação e uma pretensão igualmente claras: a aptidão do Ocidente para dominar, política e economicamente, todo o mundo. A história não-européia, marginal ou excêntrica no caso das outras três zonas, torna-se, aqui, componente essencial dessa demonstração ideológica; tem direito de cidadania na instrução história. O domínio do Ocidente sobre o mundo se refletiria, segundo esse ponto de vista, na aptidão dos historiadores ocidentais para apresentar um quadro coerente e global do mundo dos séculos XIX e XX, para ser os guias naturais da história africana, asiática ou americana.
Esse quadripartismo, todavia, já é inadequado no plano intelectual, inclusive para a Europa e até no interior do discurso histórico clássico. Ele recorta em partes arbitrárias certas zonas históricas homogêneas e originais: é o caso da história das regiões marítimas do Báltico e do Mar do Norte, do século XIII e XVIII, com o predomínio dessas grandes cidades comerciais, que ainda hoje tem todas um ar familiar, de Amsterdã a Riga. O quadripartismo relega a segundo plano os fenômenos mais interessantes, as mudanças profundas, os elos históricos. Um especialista do “Baixo Império” e um especialista da “Alta Idade Média” são colocados autoritariamente em diferentes seções do aparelho histórico, são forçados a se domiciliar de um lado ou do outro, com o que se lhes incapacita para um estudo profundo desse período-chave entre a Antiguidade e a Idade Média. O quadripartismo ainda dificulta o estudo dos fenômenos específicos no tempo longo: a comunidade rústica, a utopia, a guerra não-convencional e os marginais. E, finalmente, chega-se a uma verdadeira doutrinação. Um historiador acaba por se convencer de que só é competente nas sacrossantas categorias de base: será proibida toda reflexão geral e comparada.
Mas o quadripartismo fracassa sobretudo pelo próprio movimento da história. Ele se configura incompatível com a evolução do mundo de nosso tempo, com as exigências do presente.
O eurocentrismo, de que é reflexo, é cada vez mais uma pilhéria. O mundo dos brancos, especialmente o mundo dos Wasp (white-anglo-saxon-protestants), terminou. Nixon teve de viajar a Canossa e subir na Grande Muralha; Saigon e Phom Penh foram liberadas por exércitos camponeses armados contra a maior potência do mundo ; a ONU só abrange uma pequena minoria das potências ocidentais que desfrutavam o completo domínio sobre a SDN* meio século antes.
Por outro lado, vivemos “num mundo de nações” (Chu Em Lai). Os problemas da continuidade nacional (capítulo 12) vão cada vez mais substituindo os vastos esquemas. O quadripartismo nada mais é que uma das versões, e não a melhor, do velho sonho de um “discurso sobre a história universal” (capítulo 9); encontra-se tão deteriorado quanto esse próprio sonho.
E, sobretudo, a história como conhecimento de um passado externo a nós se vê, hoje, obrigada a se definir como referência ativa com o passado. A prática social derruba os enclausuramentos do quadripartismo e unifica o campo histórico em função de suas propriedades. Colocar em discussão o atual regime penitenciário obriga a refletir sobre essa instituição no tempo longo, acima das categorias de história “medieval” ou “moderna”. As militantes dos movimentos das mulheres se interrogam, não menos veementemente e num processo coerente, sobre a intensa escravização da “mulher das cavernas” (por que nossas irmãs se deixaram acorrentar?) e sobre o que a Revolução Industrial trouxe de especificamente novo para a exploração social das mulheres.
É preciso salvar, in extremis, o quadripartismo, em nome da teoria marxista? É preciso regenerá-lo, apoiado na sucessão dos grandes modos de produção? A Antiguidade corresponderia ao escravismo, a Idade Média ao feudalismo, os Tempos Modernos ao capitalismo ascendente, o mundo contemporâneo ao capitalismo desenvolvido, já confrontado com o socialismo desde 1917 e 1949.
É certo que cada modo de produção é um poderoso operador histórico; cada um deles estruturou fortemente o conjunto do tecido social de determinada época através da unidade da base econômica e da superestrutura. A família, os valores morais, a prática da escrita histórica, a divisão do trabalho artesanal e o funcionamento da diplomacia se conformam na Idade Média, às leis gerais da produção feudal: todos esses aspectos da vida social se encontram profundamente impregnados de feudalismo. Da mesma forma, os princípios marxistas de análise das sociedades permitem, indubitalvemente, uma análise mais coerente da Antiguidade romana ou do capitalismo ascendente, sob todos os seus aspectos simultaneamente.
Mas os grandes modos de produção definidos por Marx são uma tipologia, uma contribuição à teoria das formações sociais (capítulo 4). Representam casos limites, significativos, que só estão plenamente realizados em condições históricas muitos particulares: Grécia e Roma e, ainda assim, não todo o Império Romano; os estados feudais da Europa ocidental nos séculos XI-XIV; o capitalismo da Europa ocidental e da América do Norte desde meados do século XIX. É muito pouco para tentar reconstruir, com base no velho quadripartismo, um “discurso sobre a história universal” renovado pelo marxismo.
* Este texto corresponde a um capítulo de livro de CHESNEAUX, Jean. Devemos fazer tábula rasa do passado ? São Paulo: Editora ÁTICA,, SDP. Páginas 92 a 99).
sábado, 23 de janeiro de 2010
AMERICA LATINA NO SÉCULO XIX
No periódico Rev. bras. Hist. vol.21 no.40 São Paulo 2001 foi publicado a seguinte matéria sobre o livro de Maria Lígia Coelho Prado chamado: “América Latina no século XIX: tramas, telas e Textos”. Este texto foi lido por ocasião da apresentação do livro no Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de San Martín, organizada por este Centro e pelo Instituto Gino Germani, da Universidade de Buenos Aires, em 8 de junho de 2000. Tradução de Stella Maris Scatena Franco.
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Em América Latina no Século XIX: Tramas, Telas e Textos, Maria Ligia Prado trabalha tanto tópicos clássicos do pensamento político latino-americano do século XIX quanto novos temas, produto das últimas revisões da história política: velhos e novos problemas abordados a partir de uma perspectiva atualizada e inovadora1. Borges, resgatando o processo da leitura e da interpretação, certa vez escreveu: "A veces creo que los buenos lectores son cisnes aun más tenebrosos y singulares que los buenos autores."
Maria Ligia lê e analisa biografias, novelas, relatos de viajantes, quadros e pinturas para interpretar as sociedades latino-americanas do século XIX, especialmente no que se refere à produção de idéias e de imaginários políticos.
Procedamos por círculos concêntricos, partindo de fora para dentro. O livro (editado pela EDUSP e EDUSC em 1999) é um objeto primorosamente elaborado, impresso com esmero e acompanhado por ilustrações muito bem escolhidas, que se tornam imprescindíveis, como no caso do artigo sobre as representações pictóricas da natureza nos Estados Unidos e no Rio da Prata ("Natureza e Identidade Nacional nas Américas"). Este cuidado estético não pretende ser trivial, uma vez que se encontra associado a uma das preocupações da autora com relação ao suporte material da leitura: como se lê, como circulam os textos e para quem estão dirigidos (remeto ao artigo sobre novelas voltadas a um público feminino, editadas pela Imprensa Régia no Brasil Joanino). Maria Ligia também incorpora epígrafes e citações literárias, que em geral são pedras de toque um tanto misteriosas, mas que sempre sugerem uma intenção a decifrar.
A autora nos propõe sete ensaios de história das idéias políticas e das representações e imaginários sociais, tecendo uma trama menos visível e mais sutil, mas sempre operante, aludida no próprio título do livro.
Dissemos que a autora revisa alguns problemas clássicos da historiografia do século XIX, as emblemáticas questões sobre a Independência, enfocada aguda e originalmente em dois dos ensaios. O primeiro analisa a participação das mulheres no processo revolucionário e, mais concretamente, o apagamento e o nivelamento deste protagonismo na historiografia do século XIX a partir dos relatos biográficos. Assim, nos apresenta o processo independentista pelo reverso da tela e mostra os mecanismos de ocultamento e "feminilização" desta participação contestatória e rebelde, operação pedagógico-moralizante dirigida a fixar imagens de "bom comportamento". Este interessantíssimo contraponto que Maria Ligia realiza entre a recuperação e a reconstrução do papel político das mulheres (Juana Azurduy, Manuela Sáenz, Leona Vicario, Policarpa Salavarrieta) e estas biografias, escritas por homens, desvela um imaginário de nação no qual a família é a metáfora. O lugar da mulher corresponde à moral católica de "mãe e esposa", à ordem privada e não à pública; em síntese, a valores tradicionais, precisamente num momento em que se recusa esta ordem e em que a vocação é pretensamente secularizadora na ordem política.
O outro ponto abordado na questão da Independência é o das relações entre a Igreja e o processo de ruptura revolucionária e, dentro disto, o papel do clero revolucionário: Hidalgo, Morelos, Camilo Torres, Luis Vieira são associados aos movimentos das classes subalternas. É interessante aqui a reflexão aguda de Maria Ligia acerca das tensões entre os novos e velhos princípios de legitimidade política no interior do clero – cruzado por referências ideológicas diversas, mas explicáveis em seu contexto sociopolítico – e também e particularmente no caso de Hidalgo é instigante a análise da autora a respeito dos dilemas entre liberdade e violência dentro de um contexto revolucionário.
A brecha entre utopias políticas e resultados na construção de uma nova ordem – a distância entre os sonhos e as desilusões – é uma questão que Maria Ligia problematiza neste artigo e em outros dois: refiro-me ao inteligente trabalho sobre as visões acerca da soberania popular, seus recortes e adaptações no pensamento de Luis María Mora e Esteban Echeverería e também em sua leitura de Facundo, de Sarmiento ("Para Ler o Facundo de Sarmiento"). As peripécias na construção dos estados e nações, das identidades e do poder, e o papel da igreja, da ciência e do positivismo, objetivados na criação de instituições universitárias, são analisados com destreza pela autora, comparativamente em três países: Brasil, México e Chile ("Universidades, Estado e Igreja na América Latina").
Mais do que me referir pontualmente a cada um deles, gostaria de assinalar uma preocupação historiográfica e interpretativa, subjacente a vários trabalhos do livro e que, a meu juízo, está na base das intenções da autora ao pensar na relação entre as idéias e a política. Consideramos que o livro de Maria Ligia nos propõe abordagens sugestivas e instigadoras do ponto de vista da disciplina e da metodologia. Grande parte dos trabalhos é comparativa, estratégia que lança luz sobre traços comuns das sociedades e da política latino-americanas, mas particularmente sobre as especificidades e singularidades de cada processo. O exercício comparativo é uma ferramenta que permite romper com o componente "nacionalitário" e "nacionalizante" que teve a história política tradicional, e ao mesmo tempo abrir a análise a visões menos endogâmicas e autofágicas.
Maria Ligia adverte: "Para defender-se das habituais acusações de elitista, ideológica, particular, factual, nacionalista, a história política teve que repensar suas abordagens e indicar caminhos de investigação inovadores." Assim, a atuação humana, as subjetividades, a longa duração, a fixação de símbolos identitários são buscas às quais a autora recorre em seu rigoroso trabalho, com resultados muito férteis e explicativos.
Por outra parte, já no terreno das idéias políticas e em épocas de orfandades e intempéries teóricas globalizadoras, em nosso entender a autora não cai em alguns riscos aos quais estão expostos aqueles que trabalham com a produção textual e discursiva. Mais concretamente, Maria Ligia evita o risco do "reducionismo lingüístico ou discursivo" que, no limite, chega a delinear a natureza exclusivamente ficcional da narrativa histórica.
Pensamos que ao abordar o campo das idéias, das ideologias, do pensamento, da produção intelectual, corre-se o risco da análise enredar-se em dois tipos de atitudes: a de pensar em uma "soberania" do mundo das idéias, em que estas se geram e se reproduzem com uma autonomia absoluta numa espécie de território "nebuloso" cujo império é o das meras representações, situadas em algum lugar "acima" das sociedades. Uma segunda atitude é a da ultra-simplificação da linguagem política, que se autolegitima circularmente por estar impregnada do social. A esta complexidade haveria que acrescentar ainda uma outra, já "clássica" entre os analistas das sociedades latino-americanas: a obsessão pela cópia ou a originalidade do pensamento latino-americano, já anunciada nos debates sobre as idéias inspiradoras do processo independentista. A velha visão entre o universal e o particular, inerente à modernidade, cobra, nessas sociedades nas quais a modernidade foi e é um tema controverso, uma vigorosa centralidade. Assim, aqueles que sublinham o caráter de mera "cópia" ou "reflexo" no campo das idéias não deixam de dar uma explicação muito tranqüilizadora no momento de analisar os limites e frustrações dessas ideologias para entender estas sociedades, e de atribuir a essa "colonização" ideológica uma quota de responsabilidade nada desdenhável para explicar suas "disciplinas pendentes". O avesso desta atitude que, entretanto, circula na órbita do mesmo eixo, é considerar os "modelos clássicos", as "idéias originais" (o liberalismo, o positivismo, o romantismo, o naturalismo e também os nada vernáculos "nacionalismos", por exemplo) corpos fechados e acabados que, ao serem contrastados com as "indóceis" sociedades latino-americanas e com suas produções intelectuais (tão obstinadamente resistentes a disciplinarem-se no perímetro destes marcos) dão como resultado uma caracterização destas sociedades como "incompletas", "inacabadas", "disformes", ou sob o império interpretativo dos "proto" ou dos "sub".
Maria Ligia adverte para estes riscos, por exemplo, ao referir-se a positivistas e liberais, refletindo: "Não se trata, como afirmam tantos, de uma má compreensão ou de uma deformação das idéias matrizes, e sim de uma consciência bastante clara desses atores, para quem as idéias estão sempre a serviço de uma causa político-social, fato que os levou a fazer leituras peculiares dos textos filosóficos clássicos. As ambigüidades encontradas explicam-se, para o historiador, pela análise dos cruzamentos entre os vários campos e por seu entendimento dentro de cada contexto social particular."2
O caminho que Maria Ligia elege – a nosso ver, com êxito – para evitar estes deslizamentos, é o de trançar a produção ideológica aos contextos sociopolíticos, (re)situando as idéias no tabuleiro do poder, forma pela qual consegue diferenciar-se tanto das visões teleológicas como das essencialistas.
Para não me alongar demasiado, agrego um pequeno parágrafo sobre o astuto e sensível ensaio a respeito das possíveis leituras da natureza na conformação das identidades nacionais; em minha opinião, este é um artigo cheio de criatividade que estimula pensar a respeito de variadas questões, tanto por sua construção quanto por sua análise. A natureza para o historiador, diz-nos Prado, é um objeto sobre o qual se elaboram representações que comportam visões de mundo, repertórios diversos constitutivos da identidade, do território e da nacionalidade. Neste sentido, sua comparação das obras de Turner e Sarmiento, acompanhada pela leitura das imagens dos pintores do Rio Hudson e dos viajantes do Rio da Prata no começo do século XIX, parece-nos um exercício analítico muito agudo e perspicaz, no qual a autora desenha as cumplicidades entre natureza, política e história.
Pinturas, biografias, novelas, telas e textos são suportes nada convencionais que Maria Ligia entrelaça para aproximar-se das sociedades latino-americanas do século XIX, de suas idéias e seus horizontes de pensamento, sem perder de vista a atualidade de algumas problemáticas ou como estas rebatem no presente – lugar explícito onde a autora se instala para realizar sua análise.
Para concluir, gostaria de reproduzir a epígrafe de Karl Bauer que abre o artigo sobre a leitura de novelas no Brasil joanino: "A postura forçada e a ausência de movimento físico durante a leitura, combinada com essa sucessão tão violenta de idéias e sentimentos [...] cria preguiça, conglutinação, inchaço e obstrução das vísceras, em uma palavra, hipocondria, que, como se sabe, afeta em ambos os sexos os órgãos sexuais e conduz a estancamentos e corrupção do sangue, aspereza e tensões no sistema nervoso, e, em geral, ao enfraquecimento de todo o corpo." Karl Bauer, 17913
Não se preocupem. Nada disso ocorre com a leitura deste livro. Ao contrário, por sua escritura ágil e fluida nosso corpo se alonga e se estira. Ativa e estimula novas perguntas e ressignifica velhos problemas através de proposições criativas e originais que nos aproximam da compreensão das sempre complexas e fascinantes sociedades latino-americanas.
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Em América Latina no Século XIX: Tramas, Telas e Textos, Maria Ligia Prado trabalha tanto tópicos clássicos do pensamento político latino-americano do século XIX quanto novos temas, produto das últimas revisões da história política: velhos e novos problemas abordados a partir de uma perspectiva atualizada e inovadora1. Borges, resgatando o processo da leitura e da interpretação, certa vez escreveu: "A veces creo que los buenos lectores son cisnes aun más tenebrosos y singulares que los buenos autores."
Maria Ligia lê e analisa biografias, novelas, relatos de viajantes, quadros e pinturas para interpretar as sociedades latino-americanas do século XIX, especialmente no que se refere à produção de idéias e de imaginários políticos.
Procedamos por círculos concêntricos, partindo de fora para dentro. O livro (editado pela EDUSP e EDUSC em 1999) é um objeto primorosamente elaborado, impresso com esmero e acompanhado por ilustrações muito bem escolhidas, que se tornam imprescindíveis, como no caso do artigo sobre as representações pictóricas da natureza nos Estados Unidos e no Rio da Prata ("Natureza e Identidade Nacional nas Américas"). Este cuidado estético não pretende ser trivial, uma vez que se encontra associado a uma das preocupações da autora com relação ao suporte material da leitura: como se lê, como circulam os textos e para quem estão dirigidos (remeto ao artigo sobre novelas voltadas a um público feminino, editadas pela Imprensa Régia no Brasil Joanino). Maria Ligia também incorpora epígrafes e citações literárias, que em geral são pedras de toque um tanto misteriosas, mas que sempre sugerem uma intenção a decifrar.
A autora nos propõe sete ensaios de história das idéias políticas e das representações e imaginários sociais, tecendo uma trama menos visível e mais sutil, mas sempre operante, aludida no próprio título do livro.
Dissemos que a autora revisa alguns problemas clássicos da historiografia do século XIX, as emblemáticas questões sobre a Independência, enfocada aguda e originalmente em dois dos ensaios. O primeiro analisa a participação das mulheres no processo revolucionário e, mais concretamente, o apagamento e o nivelamento deste protagonismo na historiografia do século XIX a partir dos relatos biográficos. Assim, nos apresenta o processo independentista pelo reverso da tela e mostra os mecanismos de ocultamento e "feminilização" desta participação contestatória e rebelde, operação pedagógico-moralizante dirigida a fixar imagens de "bom comportamento". Este interessantíssimo contraponto que Maria Ligia realiza entre a recuperação e a reconstrução do papel político das mulheres (Juana Azurduy, Manuela Sáenz, Leona Vicario, Policarpa Salavarrieta) e estas biografias, escritas por homens, desvela um imaginário de nação no qual a família é a metáfora. O lugar da mulher corresponde à moral católica de "mãe e esposa", à ordem privada e não à pública; em síntese, a valores tradicionais, precisamente num momento em que se recusa esta ordem e em que a vocação é pretensamente secularizadora na ordem política.
O outro ponto abordado na questão da Independência é o das relações entre a Igreja e o processo de ruptura revolucionária e, dentro disto, o papel do clero revolucionário: Hidalgo, Morelos, Camilo Torres, Luis Vieira são associados aos movimentos das classes subalternas. É interessante aqui a reflexão aguda de Maria Ligia acerca das tensões entre os novos e velhos princípios de legitimidade política no interior do clero – cruzado por referências ideológicas diversas, mas explicáveis em seu contexto sociopolítico – e também e particularmente no caso de Hidalgo é instigante a análise da autora a respeito dos dilemas entre liberdade e violência dentro de um contexto revolucionário.
A brecha entre utopias políticas e resultados na construção de uma nova ordem – a distância entre os sonhos e as desilusões – é uma questão que Maria Ligia problematiza neste artigo e em outros dois: refiro-me ao inteligente trabalho sobre as visões acerca da soberania popular, seus recortes e adaptações no pensamento de Luis María Mora e Esteban Echeverería e também em sua leitura de Facundo, de Sarmiento ("Para Ler o Facundo de Sarmiento"). As peripécias na construção dos estados e nações, das identidades e do poder, e o papel da igreja, da ciência e do positivismo, objetivados na criação de instituições universitárias, são analisados com destreza pela autora, comparativamente em três países: Brasil, México e Chile ("Universidades, Estado e Igreja na América Latina").
Mais do que me referir pontualmente a cada um deles, gostaria de assinalar uma preocupação historiográfica e interpretativa, subjacente a vários trabalhos do livro e que, a meu juízo, está na base das intenções da autora ao pensar na relação entre as idéias e a política. Consideramos que o livro de Maria Ligia nos propõe abordagens sugestivas e instigadoras do ponto de vista da disciplina e da metodologia. Grande parte dos trabalhos é comparativa, estratégia que lança luz sobre traços comuns das sociedades e da política latino-americanas, mas particularmente sobre as especificidades e singularidades de cada processo. O exercício comparativo é uma ferramenta que permite romper com o componente "nacionalitário" e "nacionalizante" que teve a história política tradicional, e ao mesmo tempo abrir a análise a visões menos endogâmicas e autofágicas.
Maria Ligia adverte: "Para defender-se das habituais acusações de elitista, ideológica, particular, factual, nacionalista, a história política teve que repensar suas abordagens e indicar caminhos de investigação inovadores." Assim, a atuação humana, as subjetividades, a longa duração, a fixação de símbolos identitários são buscas às quais a autora recorre em seu rigoroso trabalho, com resultados muito férteis e explicativos.
Por outra parte, já no terreno das idéias políticas e em épocas de orfandades e intempéries teóricas globalizadoras, em nosso entender a autora não cai em alguns riscos aos quais estão expostos aqueles que trabalham com a produção textual e discursiva. Mais concretamente, Maria Ligia evita o risco do "reducionismo lingüístico ou discursivo" que, no limite, chega a delinear a natureza exclusivamente ficcional da narrativa histórica.
Pensamos que ao abordar o campo das idéias, das ideologias, do pensamento, da produção intelectual, corre-se o risco da análise enredar-se em dois tipos de atitudes: a de pensar em uma "soberania" do mundo das idéias, em que estas se geram e se reproduzem com uma autonomia absoluta numa espécie de território "nebuloso" cujo império é o das meras representações, situadas em algum lugar "acima" das sociedades. Uma segunda atitude é a da ultra-simplificação da linguagem política, que se autolegitima circularmente por estar impregnada do social. A esta complexidade haveria que acrescentar ainda uma outra, já "clássica" entre os analistas das sociedades latino-americanas: a obsessão pela cópia ou a originalidade do pensamento latino-americano, já anunciada nos debates sobre as idéias inspiradoras do processo independentista. A velha visão entre o universal e o particular, inerente à modernidade, cobra, nessas sociedades nas quais a modernidade foi e é um tema controverso, uma vigorosa centralidade. Assim, aqueles que sublinham o caráter de mera "cópia" ou "reflexo" no campo das idéias não deixam de dar uma explicação muito tranqüilizadora no momento de analisar os limites e frustrações dessas ideologias para entender estas sociedades, e de atribuir a essa "colonização" ideológica uma quota de responsabilidade nada desdenhável para explicar suas "disciplinas pendentes". O avesso desta atitude que, entretanto, circula na órbita do mesmo eixo, é considerar os "modelos clássicos", as "idéias originais" (o liberalismo, o positivismo, o romantismo, o naturalismo e também os nada vernáculos "nacionalismos", por exemplo) corpos fechados e acabados que, ao serem contrastados com as "indóceis" sociedades latino-americanas e com suas produções intelectuais (tão obstinadamente resistentes a disciplinarem-se no perímetro destes marcos) dão como resultado uma caracterização destas sociedades como "incompletas", "inacabadas", "disformes", ou sob o império interpretativo dos "proto" ou dos "sub".
Maria Ligia adverte para estes riscos, por exemplo, ao referir-se a positivistas e liberais, refletindo: "Não se trata, como afirmam tantos, de uma má compreensão ou de uma deformação das idéias matrizes, e sim de uma consciência bastante clara desses atores, para quem as idéias estão sempre a serviço de uma causa político-social, fato que os levou a fazer leituras peculiares dos textos filosóficos clássicos. As ambigüidades encontradas explicam-se, para o historiador, pela análise dos cruzamentos entre os vários campos e por seu entendimento dentro de cada contexto social particular."2
O caminho que Maria Ligia elege – a nosso ver, com êxito – para evitar estes deslizamentos, é o de trançar a produção ideológica aos contextos sociopolíticos, (re)situando as idéias no tabuleiro do poder, forma pela qual consegue diferenciar-se tanto das visões teleológicas como das essencialistas.
Para não me alongar demasiado, agrego um pequeno parágrafo sobre o astuto e sensível ensaio a respeito das possíveis leituras da natureza na conformação das identidades nacionais; em minha opinião, este é um artigo cheio de criatividade que estimula pensar a respeito de variadas questões, tanto por sua construção quanto por sua análise. A natureza para o historiador, diz-nos Prado, é um objeto sobre o qual se elaboram representações que comportam visões de mundo, repertórios diversos constitutivos da identidade, do território e da nacionalidade. Neste sentido, sua comparação das obras de Turner e Sarmiento, acompanhada pela leitura das imagens dos pintores do Rio Hudson e dos viajantes do Rio da Prata no começo do século XIX, parece-nos um exercício analítico muito agudo e perspicaz, no qual a autora desenha as cumplicidades entre natureza, política e história.
Pinturas, biografias, novelas, telas e textos são suportes nada convencionais que Maria Ligia entrelaça para aproximar-se das sociedades latino-americanas do século XIX, de suas idéias e seus horizontes de pensamento, sem perder de vista a atualidade de algumas problemáticas ou como estas rebatem no presente – lugar explícito onde a autora se instala para realizar sua análise.
Para concluir, gostaria de reproduzir a epígrafe de Karl Bauer que abre o artigo sobre a leitura de novelas no Brasil joanino: "A postura forçada e a ausência de movimento físico durante a leitura, combinada com essa sucessão tão violenta de idéias e sentimentos [...] cria preguiça, conglutinação, inchaço e obstrução das vísceras, em uma palavra, hipocondria, que, como se sabe, afeta em ambos os sexos os órgãos sexuais e conduz a estancamentos e corrupção do sangue, aspereza e tensões no sistema nervoso, e, em geral, ao enfraquecimento de todo o corpo." Karl Bauer, 17913
Não se preocupem. Nada disso ocorre com a leitura deste livro. Ao contrário, por sua escritura ágil e fluida nosso corpo se alonga e se estira. Ativa e estimula novas perguntas e ressignifica velhos problemas através de proposições criativas e originais que nos aproximam da compreensão das sempre complexas e fascinantes sociedades latino-americanas.
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