Quero fazer uma consideração particular sobre a produção histórica voltada para a história local e regional:
HISTÓRIA LOCAL
Sinto-me plenamente realizado na minha profissão de escrivão de policia, porque sou um historiógrafo oficial do Estado de São Paulo, cuja competência é registrar histórias do cotidiano de desavenças entre marido e mulher, vizinhos, violência urbana, e descrever os acidentes de trânsitos com vítimas. O mais fascinante é que não faço o mero papel de plantonista que põe no histórico do Boletim de Ocorrência o que aconteceu segundo o condutor da ocorrência, que em geral é a vítima ou o policial militar que apresenta a ocorrência na delegacia.
Eu trabalho também há oito anos com inquérito policial e isso me deixa mais empolgado do que o trabalho de plantão. Por quê?
- No plantão você registra os fatos no calor das emoções e ouvindo parcialmente o relato do que aconteceu. No inquérito policial, o escrivão trabalha com tempo ilimitado para concluir o inquérito, enquanto houve diligência a serem cumpridas. Assim, teremos condições de verificar se os fatos aconteceram da forma que nos foi contado no BO.
Trouxe esta minha experiência profissional para o debate no fórum para que os colegas não vejam a si mesmos como meros leitores de história, mas que procure questionar se os fatos foram assim mesmos como nos passaram. Mas estou falando em questionar e não CONTESTAR. Não havendo elementos contrários a um fato histórico não podemos contestá-lo levianamente, pois se presume de boa-fé tudo o que se fala e escreve.
Mas falando de HISTÓRIA LOCAL, vocês já perceberam que o povo não gosta de telejornais com ênfase em economia, política e internacional??? O povo gosta de história local, violência urbana, falta de saneamento básico, coisas pitorescas, porém, mais próximo da realidade que vive. Não critico o povo de tudo, afinal que interesse tem para o pobre as cotações das moedas estrangeiras e os investimentos nas bolsas de valores se ele tem dificuldades de comprar pão e não tem REAL no bolso???
Esta breve reflexão que trago à tona é para simplesmente dizer que o professor de história na minha concepção deve falar de um mundo distante, de um tempo antigo, mas sem perder o foco na realidade dos alunos, caso contrário eles não terão interesse no que estamos ministrando em sala de aula.
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