sábado, 23 de janeiro de 2010

O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

O trabalho apresentado abaixo é de autoria de Maria Aparecida Quadros Borges e Jezulino Lúcio Mendes Braga, ambos Professores do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Quero comentar as observações dos ilustres professores principalmente no tocante a metodologia do ensino de História no regime do militarismo, não gosto de usar o termo DITADURA MILITAR, porque senão teria de usar também o termo DITADURA DEMOCRATICA. Pois afinal de contas quantas vezes temos visto ser enfiado “goela” abaixo da população aumentos abusivos de impostos e de salários de parlamentares e políticos que são DEMOCRATICAMENTE votados e aprovados por eles mesmos....

Minha primeira observação é que os militares tentavam incutir na população o respeito da Ordem instituída com o ensino de Moral e Cívica, o que estou plenamente de acordo, pois se não educarmos os alunos desde cedo em aprender sobre as virtudes, mais tarde fica difícil semear o bem no coração de pessoas já formadas. A melhor época da semeadura é a infância.

Minha segunda observação sobre o trabalho de Jezulio e Maria Aparecida é o fato deles dizerem o seguinte:
“A proposta metodológica tinha como pressuposto que os estudos sobre a sociedade deveriam estar vinculados aos estágios de desenvolvimento psicológico do aluno, devendo pois, partir do concreto ao abstrato em etapas sucessivas. Neste sentido, iniciava-se o estudo do mais próximo, a comunidade ou o bairro, indo sucessivamente ao mais distante, o município, o estado, o país e o mundo.”
Esta proposta do Regime Militar de ensinar as coisas do concreto ao abstrato e do mais próximo ao mais distante, para mim era uma boa idéia, pois a criança ia assimilando gradativamente a visão sobre o mundo que o rodeia. Eu mesmo fui educado no ensino fundamental nestes padrões do Regime Militar e o considerava eficaz e produtivo.



INTRODUÇÃO
Ensinar História para crianças não é tarefa das mais fáceis. Principalmente por ser esta a disciplina que encontra maior resistência entre os alunos do ensino fundamental. As questões mais freqüentes são: porque devo estudar o que já passou para que guardar todas estas datas o que tem a ver com minha vida estes fatos Existe uma comunidade de sentidos no que se refere à disciplina História.
Este mal estar é fruto dos rumos tomados pelo ensino de História desde sua implantação como disciplina autônoma em 1837. Deste momento em diante, o ensino de História passou a servir a determinados objetivos políticos e seu método era baseado na memorização de datas e na repetição oral de textos escritos.
O presente texto procura refletir acerca do ensino de História. Inicia-se com um breve histórico da disciplina nos currículos escolares. Posteriormente tenta-se expor as principais mudanças sofridas nos anos 80. Na seqüência reflete-se sobre algumas questões que devem nortear o ensino de História nas séries iniciais.

O ensino de história no Brasil
Foi em 1837, durante o período regencial , que a História é implantada como disciplina escolar da escola secundária, na fundação do colégio Pedro II. Neste mesmo ano nascia o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), responsável por construir a genealogia nacional, buscando uma identidade para a nação recentemente formada. O IHGB era o local de produção da História que seria difundido nas escolas secundárias através dos manuais didáticos. Neste momento, a nacionalidade era a grande questão posta à sociedade, e a elite se atribuía o direito de escolha do passado, visto como um caminho percorrido pela humanidade em direção ao progresso.
Foi do IHGB que surge um modelo de História nacional feita através da hierarquização de alguns fatos que deveriam ser os centros explicadores, em torno dos quais todo um conjunto de acontecimentos passava a ser referido. O descobrimento do Brasil, a sua independência, entre outros fatos são vistos como os marcos fundadores da História do Brasil, contada a partir de 1500 ano da chegada dos europeus.
Segundo Kátia Abud, estas concepções nortearam os programas e currículos escolares até período bastante recente. A História linear, cronológica e eurocêntrica passou a ser ensinada nas escolas secundárias como um conhecimento pronto e acabado.
Em 1930, com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública e a reforma do ministro Francisco Campos, acentuou-se o poder central do Estado e do controle sobre o ensino. Constituiu-se a partir de então um modelo para o ensino de História para todo o país, dando ênfase ao estudo de História Geral, sendo o Brasil e a América apêndices da civilização ocidental. Para o ensino elementar (séries iniciais do ensino fundamental) discutia-se, neste momento, a implantação dos chamados Estudos Sociais no currículo escolar em substituição a História e Geografia.
O processo de industrialização e urbanização no país trouxe novas questões para o debate acadêmico na História. Alguns historiadores procuravam identificar as causas de nosso atraso econômico, enquanto outros apontavam para a necessidade de se buscar conhecer a identidade nacional, integrando as três raças formadoras do país. A História ensinada incorporou estas discussões através dos programas e currículos, e manuais didáticos. Difundia-se nas salas de aula a tese da democracia racial, entendida como ausência de preconceitos raciais e étnicos.
“Nessa perspectiva, o povo brasileiro era formado por brancos descendentes de portugueses, índios e negros, e, a partir dessa tríade, por mestiços, compondo conjuntos harmônicos de convivência dentro de uma sociedade multirracial e sem conflitos, cada qual colaborando com seu trabalho para a grandeza e riqueza do País.”
Ensinava-se nas escolas a idéia de um Brasil sem preconceito racial, no qual cada um colabora com aquilo que tem para a felicidade geral. A História não era o espaço para discussões dos problemas brasileiros.
Durante o regime militar, a História é definitivamente substituída pelos chamados Estudos Sociais, a partir da lei n. 5692/71. Os Estudos Sociais constituíram-se ao lado da Educação Moral e Cívica em fundamentos dos estudos históricos mesclados por temas da Geografia. Os temas da História e Geografia foram diluídos, ganhando contornos ideológicos de um ufanismo nacionalista destinado a justificar o projeto nacional organizado pelo governo militar implantado no País a partir de 1964.
A proposta metodológica tinha como pressuposto que os estudos sobre a sociedade deveriam estar vinculados aos estágios de desenvolvimento psicológico do aluno, devendo pois, partir do concreto ao abstrato em etapas sucessivas. Neste sentido, iniciava-se o estudo do mais próximo, a comunidade ou o bairro, indo sucessivamente ao mais distante, o município, o estado, o país e o mundo.
Neste momento assiste-se a uma divulgação da história de reis, heróis e batalhas, redutoras do homem a categoria de objeto ínfimo no universo de monstros grandiosos que decidem o caminho da humanidade e o papel de cada um de nós. Do passado só se recordava dos fatos heróicos, a versão que engrandece. Da escravidão lembra-se apenas da lei áurea, os seus quase 400 anos devem ser esquecidos. O desaparecimento da população indígena fica sem explicação, mas comemora-se o dia do índio. E assim não tendo compromisso em buscar na história as diversas vertentes explicativas, nada se discutia do presente, do vivido. Como se este fosse obra de um destino, de uma predestinação.
Este modo de ver a História predominou nos currículos escolares até bem pouco tempo. Foi somente com o processo de democratização no país acontecido em meados dos anos 80 é que verificamos algumas mudanças em relação à disciplina.




O Ensino de História nos anos 80
Acompanhando o processo de democratização acontecido em meados dos anos 80, os conhecimentos escolares foram duramente questionados e redefinidos por reformas curriculares. A clientela escolar vinha se modificando desde a década de 40, período no qual as classes populares começam a ter acesso a escola. Esta nova geração de alunos vai, ainda, ter um maior acesso as novas tecnologias de comunicação, principalmente o rádio e a televisão. A nova realidade não podia mais ser ignorada pela escola. As mudanças curriculares se tornaram urgentes.
Neste contexto inicia-se a discussão sobre o retorno da História e da Geografia como disciplinas autônomas nos currículos das séries iniciais. O que de certa maneira impulsiona esta discussão é a formação de associações como a ANPUH e AGB. Ao mesmo tempo a profissionalização do Historiador se tornou crescente com a criação de cursos de pós-graduação no país. Cresceu o diálogo entre pesquisadores e profissionais do ensino, expresso nas publicações sobre ensino de História no período.
A produção historiográfica crescia a passos largos, influenciando as propostas curriculares. “Os historiadores voltaram-se para a abordagem de novas problemáticas e temáticas de estudo, sensibilizados por questões ligadas a história social, cultural e do cotidiano, sugerindo possibilidades de rever no ensino fundamental o formalismo da abordagem histórica tradicional.”
Contestava-se a história tradicional, dos grandes fatos, dos heróis. A visão da história como um processo linear, evolutivo, em direção ao progresso, foi denunciada como redutora da capacidade do aluno de se sentir parte integrante e agente de uma história que desconsiderava sua vivencia e era apresentada como um produto pronto e acabado.
Ao mesmo tempo em que este modelo de História era questionado abria-se espaço dentro das ciências pedagógicas, especialmente no campo da psicologia cognitiva e social, para as discussões sobre o processo de ensino e aprendizagem nos quais os alunos eram considerados como participantes ativos do processo de construção do conhecimento. No caso da disciplina História, significava então admitir um sujeito construtor de sua história.
Os professores percebiam a impossibilidade de transmitir nas aulas o conhecimento de toda a História da humanidade. Neste momento, passam a buscar novas formas de se ensinar história rompendo com as visões reducionistas e simplificadoras da história oficial. Duas propostas para o ensino de História surgem neste momento: a História temática e a História integrada. Na primeira proposta trabalha-se com eixos temáticos, revendo a dimensão cronológica do tempo histórico, as concepções de linearidade e progressividade. Na segunda, intercala-se os conteúdos de história do Brasil com os de História geral.
Os métodos tradicionais de ensino foram questionados, buscando alternativas que levassem o aluno a construção do conhecimento histórico na sala de aula. Rompia-se com métodos de ensino baseado na leitura de livros didáticos. O cinema, a música, a literatura foram trazidos para o ensino de História como linguagens alternativas para se construir o conhecimento histórico.
Todavia, esta mudança de perspectiva não atingiu de forma generalizada o ensino de História. Nas séries iniciais a História tem permanecido distante do interesse dos alunos, presa as fórmulas prontas do discurso dos livros didáticos ou relegada a práticas esporádicas determinadas pelo calendário cívico. É necessário que se reafirme a importância da História no currículo escolar e, acima de tudo, que se entenda que esta disciplina pode desenvolver os alunos como sujeitos conscientes na pratica da cidadania.

O que se pretende no ensino de História
O ensino de história não pode reduzir-se a memorização de fatos, a informação detalhada dos eventos, ao acúmulo de dados sobre as circunstâncias nas quais ocorreram. A história não é simplesmente um relato de fatos periféricos, não é o elogio de figuras ilustres. Ela não é um campo neutro, é um lugar de debate, as vezes de conflitos. É um campo de pesquisa e produção do saber que está longe de apontar para o consenso.
No ensino de história o principal objetivo é compreender e interpretar as várias versões do fato, e não apenas memoriza-lo. Sem que se identifique, preserve, compreenda, sem que se indique onde se encontram outros fatos e qual o seu valor, não pode haver continuidade consciente no tempo, mas somente a eterna mudança do mundo e do ciclo biológico das criaturas que nele vivem. O conhecimento da história da civilização é importante porque nos fornece as bases para o nosso futuro, permite-nos o conhecimento de como aqueles que viveram antes de nós equacionaram as grandes questões humanas.
O importante não é só o acervo de conhecimentos que se deve selecionar para instruir o ensino, igualmente importante é a maneira como se deve realizar este ensino, o modo como o ensino é trabalhado. Ou seja, a metodologia de trabalho na escola. Alfabetizar, por exemplo, pode ser feito por diversos métodos: alfabetizar a partir da vivência, da realidade dos alfabetizados, fazendo com que eles ampliem o conhecimento de sua realidade e incorporem outros conhecimentos, exige um determinado método, não qualquer método.
Se vamos ensinar história do Brasil, sob qualquer método estudaremos o Descobrimento, Capitanias Hereditárias, Colonização, Império e República. O modo como vamos tratar estas questões é que pode alterar o significado do conteúdo. Podemos estar ensinando para que a criança saiba responder a uma série de perguntas, mas podemos ensiná-la a compreender a história e a importância das relações históricas deste país. As histórias individuais são parte das histórias coletivas. Os fatos históricos não se explicam por si só, eles se tornam compreensíveis, deixam de ser mudos, quando colocados em relação a outros fatos dentro de um conjunto maior. Explicando, vamos utilizar fatos da história do Brasil para entender melhor esta resposta: Chegada de Cabral ao Brasil em 1500. Se quisermos podemos narrar somente o fato, descrevendo as condições da viajem, a data de chegada, quantos homens faziam parte da tripulação de Cabral, a impressão que tiveram da nova terra e seus habitantes. Narraríamos apenas estes eventos que fizeram parte do fato histórico. Mas, quais os interesses políticos e econômicos desta viajem O que esperavam encontrar além do Atlântico Alguma sociedade já habitava as terras brasileiras Desta forma passamos das simples narração para a problematização do fato histórico.
Podemos ensinar a Inconfidência Mineira focalizando-a simplesmente como produto da ação de grandes homens, sujeitos autônomos na construção da História. Nesta perspectiva, passamos ao aluno a noção de que ele precisa sempre esperar o grande homem que salvará o país, e nunca que as mudanças ocorrem pela vontade e determinação de homens comuns.
Se compreendemos que a Inconfidência Mineira é resultado de um longo período de luta durante os quais se formou a consciência nacional, retiramos do ensino a característica exaltação dos grandes homens, heróis nacionais. O aluno passará a compreender que não são as grandes personalidades que produzem a História e sim é esta que produz as grandes personalidades. É o fato histórico que produz as pessoas necessárias para conduzir o destino do país. Não foi um líder isolado que produziu o movimento das diretas, este sim foi um movimento que produziu novas lideranças, na luta do povo contra o regime militar.
São essas as grandes questões que devemos nos ocupar no ensino de História. Que homem se quer formar Agente transformador na construção de um novo mundo, posicionando de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais
Sob essa perspectiva, os estudos de história contribuiriam para formar no aluno a idéia de que a realidade como está foram produzida por uma determinada razão, e mais importante, podem ser alteradas ou conservadas. Para isso é importante que a História seja entendida como o resultado da ação de diferentes grupos, setores ou classes de toda a sociedade. É importante que o aluno conheça a história da humanidade como a história da produção de todos os homens e não como resultado da ação ou das idéias de alguns poucos.
Nessa medida a História seria entendida como um processo social em que todos os homens estariam nele engajados como seres sociais. De outra parte, é fundamental que se estabeleça a relação do passado e do presente, isto é, que os estudos não se restrinjam apenas ao passado, mas sim que este seja entendido como chave para a compreensão do presente, que por sua vez melhor esclarece e ajuda a entender o passado. Aqui duas funções se evidenciam como básicas nos estudos da história: capacitar o individuo a entender a sociedade do passado e a aumentar o seu domínio da sociedade do presente.
Sob esse enfoque, não tem sentido um ensino de História que se restrinja a fatos e acontecimentos do passado sem estabelecer sua vinculação com a situação presente; como não têm sentido analisar os acontecimentos atuais sem buscar sua gênese e sem estabelecer sua relação com outros acontecimentos políticos, econômicos, sociais e culturais ocorridos na sociedade como um todo. Não é possível, portanto, analisar fatos isolados. Para entender seu verdadeiro sentido é imprescindível remete-los á situação socioeconômica, política e cultural da época em que foram produzidas, reconstituídas suas evoluções na totalidade mais amplas do social até a situação presente.
Somente desta forma a escola pode oferecer ao aluno um ensino que lhe possibilite o conhecimento e a compreensão das relações de tempo e espaço; ou seja, pelo conhecimento da “temporalidade das relações sociais, das relações políticas, das formas de produção econômica, das formas de produção da cultura das idéias e dos valores.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABUD, Kátia. Currículos de História e políticas públicas: os programas de História do Brasil na escola Secundaria. In: BITTENCOURT, Circe (Org). O Saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2001.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: História e Geografia. Secretaria de Educação Fundamental. –Brasília: MEC, 1997.
PINSKY, Jaime. Nação e ensino de história no Brasil. In:O ensino de história e a criação do fato. São Paulo: Contexto, 1988.
SILVA, Marcos Antonio da. (org). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco zero, 1984.

DIVISÕES DO CURSO DE HISTÓRIA

O Curso de História pode ser divida a grosso modo em:
Pré - História, Antiguidade, Idade Média, História Moderna, Arqueologia, História Contemporânea, História da América e da África, a Teoria da História, Civilização Ibérica, História da Arte e o Patrimônio Cultural, História da Igreja, História de Israel e História do País.

O FOCO DA HISTÓRIA

De certa forma percebemos que a humanidade desde os mais remotos tempos tem privilegiado o foco histórico em temas como os reinos, as conquistas bélicas e militares de maneira que o estudo de HISTÓRIA parece uma viagem no mundo político do passado, mais do que um estudo sobre a vida das pessoas. O escritor Besselaar vislumbra que este foco tem mudado:




“Houve então uma forte reação, a exigir que se estudassem também outros fenômenos culturais na sua evolução e mútua conexão. Inaugurou-se a História da Civilização, que poderíamos dividir em duas partes: a História Geral e as Histórias particulares. (...) A História Geral da Civilização abrange, em tese, toda a matéria histórica, sem excluir a política e os dados biográficos. (...) Mas interessam-lhe nada menos que os acontecimentos políticos propriamente ditos, as várias realizações artísticas, a estrutura social, a economia e vida religiosa”. (In. BESSELAAR, José Van Den. Introdução aos Estudos Históricos. São Paulo: EPU, 1979. p.99.)

domingo, 10 de janeiro de 2010

AÇÃO DE TOMBAMENTO DE PATRIMÔNIO CULTURAL

O tombamento de patrimônio cultural é uma ação do poder público com intuito de que elementos importantes para a memória da civilização sejam preservados para as gerações futuras possam ter contato com estes elementos, seja um quadro, um prédio, um bioma ambiental. É requisito para que algo seja declarado pelo Poder Público como Tombado que este tenha valor afetivo para a população. A lista de materiais que podem ser tombados inclui: bens móveis e imóveis de interesse cultural ou ambiental, a saber: fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas,cascatas.




Para que algo seja tombado é preciso de um estudo prévio. O tombamento pode ser decretado pela esfera municipal, estadual e federal. Os órgãos públicos nas respectivas esferas são:
MUNICIPAL: DPH -Departamento do Patrimônio Histórico
ESTADUAL: CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado
FEDERAL: IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Quando um patrimônio é tombado isso não impede dele ser vendido, alugado e nem o bem é desapropriado pelo Poder Público. Um patrimônio Tombado pode ser revitalizado desde que cumpra as exigências da lei, a matéria segue diretrizes da Constituição Federal ficando o proprietário limitado ao que é permitido alterar no elemento preservado. O pedido de Tombamento pode ser feito pelo proprietário junto aos órgãos que cuidam do tema. Caso o pedido seja aceito a resolução é publicada no Diário Oficial.


Na Terra Santa, Israel, vários monumentos estão protegidos como PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE, pois Israel, em especial Jerusalém é o berço das religiões monoteístas do mundo. Toda a parte velha da cidade de Jerusalém é patrimônio do mundo. Sua preservação é uma memória viva da Palavra de Deus e das histórias bíblicas que marcam a vida de boa parte das pessoas do mundo, seja cristão, judeu ou muçulmano.

domingo, 20 de dezembro de 2009

CONCURSO PARA PROFESSOR DE HISTÓRIA

Quem deseja ser professor de história deve ter entre outras qualificações, conhecimentos gerais de história, ou seja, o conhecimento específico da matéria que pretende lecionar. Os candidatos a professor de história podem ingressarem na carreira por meio de concurso público para que possa lecionar em escolas da rede municipal, estadual ou federal, além de poder ensinar na rede particular de ensino. Abaixo temos um exemplo do edital para preenchimento de cargo de professor substituto da prefeitura de São Vicente.





PROFESSOR SUBSTITUTO DE EDUCAÇAO BÁSICA II - HISTÓRIA
 As diferentes concepções do ensino de História nas propostas curriculares;
 O lugar da produção do conhecimento histórico;
 Metodologia do ensino de História:
• Novas abordagens;
• Novos objetos;
• Novos problemas.
 A formação das sociedades capitalistas no mundo ocidental:
• O contexto europeu na época moderna.
 A transição do feudalismo para o capitalismo;
 A incorporação da América e do Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial;
 A consolidação do capitalismo:
• As revoluções burguesas no século XVIII e a crise do Sistema Colonial.
 Relações de trabalho participação e cidadania:
• As lutas sociais no contexto da Revolução Industrial;
 A formação dos Estados Nacionais Americanos.
 Os Estados Unidos da América Latina no século XIX.
 As crises do mundo capitalista no século XX:
• Dos regimes totalitários à consolidação de democracia americana.
 A República contemporânea:
• Do populismo ao militarismo, a Nova República.
 A desintegração do Leste Europeu e a nova ordem mundial.
 O ensino de história no Ensino Fundamental:
• Métodos e práticas de ensino de história;
• Aprendizagem e conhecimento histórico.

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA HISTÓRIA
 BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental: História.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
 BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação das relações étnicoraciais
e para o ensino de História e cultura Afro-brasileira e africana. Brasília: MEC/SEF, 2004.
 BITTENCOURT, (Org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997.
 HOBSBAWN, N. Era dos extremos, o breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
 NOVAES, A. (Org.). Tempo e história. São Paul: Companhia das Letras, 1992.
 SANTOS, M. Técnica, espaço e tempo: Globalização e eio técnico – científico informacional. Rio de
Janeiro: Hucitec, 1994.




V - DA PROVA OBJETIVA
5. A Prova Objetiva para os cargos ofertados neste certame, a saber: Professor Substituto de Educação Básica
I e Professor Substituto de Educação Básica II e suas habilitações terão a seguinte composição:
Área de Conhecimento
Número de Testes
Pontuação
Língua Portuguesa
08 1 8,00

História e Características Gerais do
Município de São Vicente
(em atendimento à Lei Municipal
1.229-A/03).
12
12,00

Legislação sobre Educação
20
40,00

Conhecimentos Específicos
20 2 40,00



5.1. Por força da Lei Municipal 1.229-A de 10 de janeiro de 2003, vinte por cento das questões da prova
objetiva deverão ser relacionadas à História e características gerais da cidade de São Vicente.
5.2. A Prova objetiva terá 60 (sessenta) testes de múltipla escolha com 5 (cinco) alternativas cada (a, b, c, d, e)
com pontuação total de 100 (cem) pontos.
5.3. Todas as provas terão duração de 3 (três) horas e 30 (trinta) minutos incluindo o tempo para
preenchimento da folha de resposta.




--------------------------


FIZ ESTE CONCURSO E PASSE EM 14 LUGAR, FICANDO COM UMA DAS VAGAS ENTRE AS 15 OFERECIDAS.
VEJA http://www.zambini.org.br/concursos.htm
LISTA DOS APROVADOS PARA PROFESSOR DE HISTÓRIA
INSCRIÇÃO 539939

ICONOGRAFIA

Iconografia é a parte da História que estuda as gravuras, desde as mais primitivas até as mais elaboradas, desde as pinturas parietal nas cavernas até as gravuras em computação gráfica. As pinturas em quadros, os relevos, as estátuas e bustos também são objetos deste estudo. Das gravuras podemos absorver bastante conhecimento de um determinado povo ou cultura. Na criminologia, o estudo de fotos e vídeos ajudam a desvendar crimes. As imagens e gravuras falam e falam muito sobre o que aconteceu e de quem fez o registro iconográfico.







Ana Paula Rebelo Correia é licenciada e doutorada em História da Arte pela Université Catholique de Louvain (Bélgica), onde fez igualmente a Agregação em Metodologia das artes plásticas.
Investigadora independente, colabora com a Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, sendo responsável pelo inventário temático Azulejo. É professora de História da Arte e de Iconografia na Escola Superior de Artes Decorativas da Fundação Ricardo Espírito Santo onde coordena igualmente a licenciatura em Artes Decorativas. Tem desenvolvido vária investigação na área das fontes de inspiração e iconografia de temática mitológica na azulejaria, tema que defendeu na tese de doutoramento intitulada Histoires en azulejos: Mirroir et mémoire de la gravure européenne. Azulejos baroques à thème mythologique dans l’architecture civile de Lisbonne. Iconographie et sources d’inspiration.







--------------------------------------
MEU COMENTÁRIO:
Não concordo com a interpretação da Unimes de que razões comerciais estavam em jogo, de fato os que estavam contra a idolatria, não queriam o monopólio do comercio das imagens, mas o fim do uso de imagens no culto cristão. Seria um contra-senso combaterem o culto as imagens e depois monopolizarem a venda das imagens.



"A iconoclastia era um movimento que propunha a destruição das imagens, pois
acusava a devoção aos santos de idólatria, com base numa interpretação
do Antigo Testamento. Em Bizâncio, as imagens santos recebiam uma
devoção que era vista como deturpação, pois os devotos estariam mais
preocupados com a representação em si do que com a pessoa representada.
Na verdade, novamente, por trás de uma disputa religiosa também
havia outros interesses: uma luta entre o Império e os monges. Bizâncio
queria dominar os monges e seu poder econômico, pois eles eram donos
das imagens e dos locais de devoção o que rendia grandes afluxos de doações.
Todavia, o Império capitulou, pois a força dos monges e da devoção
popular foi mais forte."
(Fonte: Licenciatura em Historia da Unimes)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

HISTORIOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Este português chamado Amaro de Roboredo, no século XVII foi o mais importante gramático, pois entre os anos de 1615 e 1625 publicou algumas obras valiosas para a historiografia lingüística portuguesa e latim. Amaro nasceu em Algoso, Portugal.
Suas principais Obras foram:

- Verdadeira grammatica latina para se bem saber em breve tempo, scritta na lingua Portuguesa com exemplos na Latina, 1615 (Lisboa: Pedro Craesbeeck)
- Regras da Orthographia Portu¬gueza (Lisboa: António Álvares)
- Methodo Grammatical para Todas as Linguas (1616,Lisboa: Pedro Craesbeek)
- O dicionário Raizes da Lingua Latina mostradas em hum trattado e diccionario (1621,Lisboa: Pedro Craesbeek).
- Porta de línguas(1623) ou modo muito accommodado para as entender
- Grammatica Latina de Amaro de Roboredo. Mais breve, e facil que as publicadas até agora na qual prece¬dem os exemplos aas regras (1625,Lisboa: Antonio Alvarez).






CRITICA A VERDADEIRA GRAMÁTICA LATINA

Os opositores ao sistema pedagógico de ensino de Latim feito por Roboredo tinham 8 objeções, que transcrevemos na íntegra conforme o português falado na época:

i. “Se este modo de grammaticar fora bom ja pelos antigos stevera ensi¬nado” (Ibidem: ff. 56 v.-57 r.);
ii. “Quando este methodo fora de proveito os que teem carrego publico de ensinar, o pratticarão (Ibidem: ff. 57 r.-57 v.);
iii. “Nas Conjugações faltão modos, & algüs tempos” (Ibidem: ff. 57 v.-58 v.);XXV
iv. “E[sta Arte h]e falta de rudimentos & diminuta no genero” (Ibidem:ff. 58 v.-59 r. );
v. “He demi[n]uta nas partes da oração, porque todos ensinaõ oito” (Ibidem: ff. 59 r.-62 r.);
vi. “He falso [reger todo o] verbo, que não for passivo, accusativo, & n[ão regerem] os [ver]bos neutros dativo, & outros ou[tro caso] (Ibidem:ff. 62 v.-64 r.);
vii. “E[sta] Grammatica da regencia por diante he mui larga, [para] a bre¬vidade que promete, & assi não fica mais curta que muitas que hoje se ensinaõ” (Ibidem: ff. 64 r.-64 v.);
viii. “Devia esta grammatica ser scritta na lingua latina assi para ornamento della como para os principiantes se acostumarem aa pronunciação das palauras latinas, & saberem suas significações” (Ibidem: ff. 64 v.-67 r.).


Gonçalo Fernandes, Rogelio Ponce de Leon e Carlos Assunção fazem a seguinte declaração sobre a importância da Gramática latina de Amaro:
A Verdadeira grammatica latina, para se bem saber em breve tempo, scritta na lingua Portuguesa com exemplos na Latina (Lisboa 1615) de Amaro de Roboredo é um marco na historiografia linguística portu¬guesa, pela ruptura epistemológica que o seu autor procurou aplicar ao ensino da língua latina em Portugal: é a segunda gramática latina escrita em Português; Amaro de Roboredo pretendeu um equilíbrio entre a ratio e o usus, de modo a satisfazer quer as necessidades de aprendizagem dos alunos quer de ensino dos professores, especifi¬cando o que devia ser trabalhado pela memória daqueles e o que devia ser exposto nas aulas por estes; organizou o curso em dois níveis ou fases, o inicial e o de consolidação, particularizando a aprendizagem de um sequencialmente e de outro em espiral ou “circulo”; e sistemati¬zou aquilo que hoje são classificados pela linguística como morfemas casuais e modotemporais, de modo a visualmente os alunos estabelecerem as conexões respectivas.

HEURÍSTICA

Heurística é a parte historiografia que estuda os documentos e sua classificação quanto ao valor e importância quanto ao acervo da humanidade. LE GOFF, Jacques Le Goff no seu tgrabalho “Documento/ Monumento”. In: Enciclopédia Einaudi. Lisboa: Imprensa
Nacional – Casa da Moeda, 1997, volume 1, p. 103–104 diz que:

“O documento não é inócuo. É antes de mais nada o
resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente,
da história, da época da sociedade que o produziu,
mas também das épocas sucessivas durante
as quais continuou a viver [...].O documento é monumento.
[...] porque em primeiro lugar o documento é
[...] uma montagem [é] preciso começar por [...] desestruturar
essa construção e analisar as condições
de produção dos documentos-monumentos.”

Este documento-monumento citado pelo Goff pode ser escrito, oral, iconográfico e material cultural. Assim temos nos livros, cartas, testamentos, inscrições em monumentos um documento escrito. As tradições orais que chegaram até nós são documentos com valor legal e muito usado nos processos judiciais como o procedimento de arrolar testemunhas que contam ao juiz o que viu e o que sabe. As pinturas, as construções, os túmulos, as estátuas são documentos iconográficos. Quanto ao material cultural são os objetos, ferramentas e peças produzidas por uma certa comunidade, que são documentos culturais que nos informam sobre as crenças, desenvolvimento tecnológicos, hábitos e varias outras características de um povo.





Na Wilkipédia´heurística é definida assim:


"A heurística (do greco ευρίσκω, heurísko, literalmente "descubro" ou "acho") é uma parte da epistemologia e do método científico.

A etimologia da palavra heurística é a mesma que a palavra eureka, cuja exclamação se atribui a Arquimedes no conhecido episódio da descoberta de como medir o volume de um objeto irregular utilizando água.

A palavra heurística aparece em mais de uma categoria gramatical. Quando usada como substantivo, identifica a arte ou a ciência do descobrimento, uma disciplina suscetível de ser investigada formalmente. Quando aparece como adjetivo, refere-se a coisas mais concretas, como estratégias heurísticas, regras heurísticas ou silogismos e conclusões heurísticas. Naturalmente que estes usos estão intimamente relacionados já que a heurística usualmente propõe estratégias heurísticas, que guiam o descobrimento."